Organizaçao do Centro Espirita (1ºParte)
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CENTRO ESPÍRITA: OS CINCO FATORES CRÍTICOS PARA UMA REFORMA ESTRUTURAL
RESUMO
Este trabalho apresenta as bases para uma revisão estrutural dos centros espíritas na atualidade, que permita a eles traçar seus caminhos vinculados e comprometidos com o próprio desenvolvimento do Espiritismo, além de se caracterizarem socialmente de forma clara. São apresentados os cinco fatores críticos para esta revisão: a mediunidade, os estudos e pesquisas, a relação com a sociedade, o poder e a integração com outros centros espíritas.
AUTOR: SPINOLA, Mauro de Mesquita.
Engenheiro eletrônico, doutor em engenharia de computação,
professor universitário, membro do CPDoc, Diretor do Centro de Estudos
Espíritas José Herculano Pires, de S. Paulo, autor do livro Centro Espírita –
uma revisão estrutural, presidente da Comissão Organizadora da XIV
Conferência Espírita Pan-Americana.
1. INTRODUÇÃO
É necessário — e é possível — realizar uma revisão estrutural dos centros espíritas na atualidade, que permita a eles traçar seus caminhos vinculados e comprometidos com o próprio desenvolvimento do Espiritismo, além de se caracterizarem socialmente de forma clara. Isso hoje não ocorre. Viso com este estudo contribuir para essa revisão.
Parto da constatação de que os centros espíritas vivem hoje uma dificuldade de identificação, gerada sobretudo pelos confrontos entre sua estrutura, a leitura do Espiritismo e a modernização cultural e moral da sociedade. Tanto como casa do Espiritismo quanto como célula social o centro ainda busca uma definição mais precisa.
Este texto apresenta de forma sucinta os principais conceitos e propostas apresentados no livro "Centro espírita: uma revisão estrutural"(1), lançado em 1997 pelo CPDoc – Centro de Pesquisa e Documentação Espírita.
Desconhecimento do Espiritismo nos centros, sincretismo, assistencialismo, cultos exteriores e religiosismo, grandeza física, clientelismo, proselitismo e isolamento cultural são alguns dos aspectos contrastantes entre a estrutura de grande parte dos centros e a proposta do Espiritismo. A identificação desses pontos contribui para uma crítica aos centros espíritas modernos. Entre todos, o mais importante é o desconhecimento do Espiritismo.
1.1 Dificuldades
A análise da estrutura do centro espírita e as possíveis propostas que dela possam advir esbarram em várias dificuldades. Eis algumas delas:
a) É difícil definir centro espírita. É muito grande a heterogeneidade existente entre os grupos e como conseqüência surgem dúvidas: o que estaríamos analisando? a que e a quem estaríamos propondo?
b) Em muitos centros espíritas vive-se hoje um período de discussão e revisão estrutural. Há também a criação de novos grupos, com estruturas alternativas e claramente diferentes das existentes. Os resultados são apenas preliminares e não há indícios de tendências generalizadas.
Qual é o objetivo dos centros espíritas? Impossível encontrar uma resposta válida para todos os grupos. Com certeza esse objetivo varia segundo fatores culturais, a ponto de podermos encontrar dois centros espíritas com objetivos (e portanto atividades) completamente diferentes. Num centro, maior ênfase é dada aos conhecimentos do Espiritismo, num outro se dá maior valor à prática da mediunidade, num terceiro as pessoas se dedicam prioritariamente ao atendimento de necessitados, num quarto centro a cura é o maior objetivo, e assim por diante.(2)
Apesar daqueles esforços, uma análise do panorama atual nos mostra uma grande miscelânea, o que torna impossível responder, com base no que se vê, a questão "o que é o centro espírita?" Estabelecer um modelo seria muito difícil; analisar e propor, impossível.
Para estabelecer um modelo teríamos que optar por uma conceituação mais precisa de centro espírita, assumindo algumas de suas características. Esse modelo viabilizaria a análise e a elaboração de propostas.
Faço, portanto, com o objetivo de poder continuar esse trabalho, um exercício de modelamento(3). O seu principal objetivo é estabelecer uma referência conceitual que sirva de base para a estruturação de uma casa espírita ou mesmo para a reestruturação de uma casa já existente. São critérios básicos a considerar na avaliação e na organização dessas casas.
1.2 Um modelo
O modelo não toca no problema de organização administrativa e financeira do centro, mas estabelece diretrizes para que essa organização, qualquer que seja, se volte para os objetivos de tornar o centro uma casa do Espiritismo. São três os seus componentes: as pessoas, o relacionamento do centro com o Espiritismo e a estrutura de poder, como descrevemos a seguir:
continua. . .
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