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terça-feira, 27 de abril de 2010

A CEPA e o Evangelho



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De tanto repetir-se uma mentira, muitas vezes ela passa a ser tida como verdade. Das muitas inverdades que se têm dito acerca da C.E.P.A. uma tem sido, ultimamente, repetida tão freqüentemente que recomenda se faça, aqui, um repto, para que não passe, definitivamente, para o rol das pretensas verdades: "a C.E.P.A. não
aceita 'O Evangelho segundo o espiritismo'"!


Essa irresponsável afirmação, sem nenhuma base documental, histórica ou concreta, tem sido veiculada insistentemente em panfletos de extremo mau gosto, vulgarmente agressivos e com clara intenção difamatória, visando atingir uma instituição séria, genuinamente espírita e que tem como um dos pilares de sua atuação precisamente a difusão integral da obra de Allan Kardec.

Mas o respeito que sempre devotamos à obra de Kardec não nos impede, e, antes, nos obriga a reconhecer que dentre todos os excelentes livros que publicou, um pontifica como o mais importante: "O livro dos espíritos". Primeira de suas obras publicadas, revista e ampliada poucos anos após por seu próprio autor, é esse o livro fundamental da doutrina espírita. Resultado de um amplo exercício dialético estabelecido entre Kardec e os espíritos, através de médiuns da maior confiabilidade e em vários pontos da geografia mundial, "O livro dos espíritos" é uma grandiosa síntese das propostas de caráter científico, filosófico e moral do espiritismo. Todos os demais lhe são complementares, dedicando-se, com igual zelo, a aspectos doutrinários ou instrumentais mais específicos. "O Evangelho segundo o espiritismo", por exemplo, enfoca aspectos morais e éticos do espiritismo, analisando-os em consonância com os ensinos de Jesus de Nazaré. Ao ser editada essa obra, as bases fundamentais da moral e da ética espírita já estavam claramente expostas na 3ª parte de "O livro dos espíritos", sob o abrangente título de "Das leis morais", identificadas por Kardec e os espíritos como expressões da própria lei natural ou divina e, por isso, "eternas e imutáveis". "O Evangelho segundo o espiritismo" tem, assim, caráter de complementaridade, o que não reduz sua importância, especialmente considerando a inserção histórica e geográfica do espiritismo num mundo de tradição cristã.

Essa análise, que não é da C.E.P.A., mas de todos os espíritas que respeitam, estudam e buscam interpretar a obra de Kardec num contexto histórico e social, não implica em menosprezo a qualquer de suas obras ou afirmações, embora não as tornando imunes a eventuais críticas pontuais, levando-se em conta as naturais influências relativas a tempo, lugar, cultura, tradições filosóficas ou religiosas que impregnam livros, textos, mensagens ou afirmações de Kardec ou dos espíritos, nas chamadas obras básicas. Afinal de contas, a chamada "revelação espírita" foi um trabalho de homens (encarnados e desencarnados) e não de deuses.

Aquele que não assumir perante o espiritismo, ou qualquer outra proposta cultural, uma postura crítica corre o risco de simplificações facilmente deturpadoras que levam ao sectarismo, ao fanatismo e à intolerância. Uma atitude totalmente acrítica, por exemplo, é aquela que leva muitos espíritas a superdimensionar os evangelhos ou os chamados "valores cristãos" dentro do espiritismo, de tal forma que, ao invés de interpretar o "Evangelho segundo o espiritismo", interpretam o Espiritismo segundo o Evangelho, ou, segundo o cristianismo. Subordinam, dessa forma, uma proposta moderna, universalista, construída com vocação permanentemente progressista e atualizável, a uma cultura que, em seus 2.000 anos de existência, teve altos e baixos e que terminou cristalizando condutas e conceitos tidos pela cristandade como "evangélicos", mas claramente distanciados da mensagem original de Jesus, nem sempre se coadunando, também, com a ética universal, arreligiosa, laica, igualitária, fraterna e espiritual, hoje aspirada pelos povos.

A C.E.P.A. aceita e valoriza o Evangelho dos cristãos na medida exata da lúcida proposição feita por Kardec na introdução de "O Evangelho segundo o espiritismo": enquanto expressão de uma ética universal, assectária, válida em qualquer tempo e espaço, expressão da lei natural, "eterna e imutável", conforme a adjetivação da questão 615 de "O livro dos espíritos".

Freqüentemente, também, têm-se acusado a C.E.P.A. de afirmar que "a moral espírita é superior à moral de Jesus". Ora, na mesma ordem de raciocínio, não cabe supremacia de uma sobre a outra: a moral espírita não é superior nem inferior à moral de Jesus. É exatamente a mesma, com uma vantagem de relevância meramente cronológica: por estar o espiritismo inserido na modernidade e por se propor a tornar- se expressão de perene contemporaneidade, assimilou os grandes valores humanistas conquistados justamente em oposição à opressão religiosa que a cristandade instaurou em nossa história. Essas características lhe dão mobilidade e transformabilidade, fazendo-o capaz de se utilizar dos signos de seu tempo e de se adaptar ao avanço da ciência, à mutabilidade da linguagem e da cultura e aos padrões socioculturais hodiernos.

Essa é a visão que a C.E.P.A. tem divulgado com toda a clareza, explicitando, também, que há uma nítida distinção entre Jesus e cristianismo, o que nos leva a reafirmar estarmos totalmente com os ensinos morais do Nazareno, o que não implica aceitarmos a adjetivações dadas ao espiritismo de "cristão" ou "evangélico".

Quem não for capaz de entender isso que siga dizendo que o espiritismo é "o cristianismo redivivo", "a terceira revelação divina", etc., mas que o faça sem violentar a verdade dos fatos e sem distorcer palavras alheias, mantendo postura minimamente ética no debate de idéias.

Artigo publicado no Boletim CEPA BRASIL, de dezembro/2.000.

Sobre posicionamento da CEPA

(Transcrição de e-mail do presidente da CEPA, Milton Medran Moreira, dirigido a diversos destinatários, a respeito de ataques da ADE-RS à CEPA)

Amigos de ideal espírita:
A presente manifestação oportuniza-nos dar ciência a quem, eventualmente, não o haja lido do artigo que publicamos no boletim CEPA BRASIL, sob o título "A CEPA E O EVANGELHO". Aquela manifestação, e não as inúmeras matérias, de autores identificados ou não, que insistem com chavões do tipo "A Cepa quer tirar Jesus do espiritismo", "A Cepa não aceita o Evangelho", etc., representa o pensamento construído e divulgado, responsavelmente, ao curso de mais de meio século pela Confederação Espírita Pan-Americana.

O pensamento da CEPA é sempre claro. Está exposto, sem tergiversações, nos documentos que torna públicos em seus congressos, conferências e, hoje, no boletim CEPA BRASIL, órgão oficial das instituições adesas e filiadas à CEPA no Brasil.

Esse boletim é publicado mensalmente, como encarte do jornal OPINIÃO, órgão do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre (CCEPA), que tem plena identidade com a Confederação Espírita Pan-Americana, da qual é
filiada.

Nesses mesmos órgãos, e nas sucessivas edições da revista "América Espírita", que tem circulação mundial, relacionam-se com freqüência as dezenas de federações, centros espíritas, associações espíritas, bibliotecas, centros culturais e pessoas físicas que, na América (e agora também na Espanha e França) têm vínculos institucionais com a CEPA.

O projeto da CEPA no Brasil, onde já conta com aproximadamente duas dezenas de instituições filiadas e com delegados em inúmeras cidades e Estados, não é de confronto e nem de concorrência com o movimento espírita aqui organizado. A partir de estruturas organizacionais próprias e tendo como inspiração de todo o seu trabalho os postulados básicos da obra de Kardec, a CEPA respeita e busca o diálogo e o intercâmbio com todo o movimento espírita, sem qualquer restrição e sob o lema kardequiano de "trabalho, solidariedade e tolerância".

Nossa visão de movimento espírita não contempla qualquer sentido de "poder" ou de "dominação", ou de imposição de idéias. Federações, confederações, associações espíritas, conselhos espíritas, no nosso entender, devem ser órgãos que cultivam a liberdade de pensamento, de ação, de autogestão, dentro de suas concepções institucionais. Buscamos muito mais a "união" de todos os espíritas naquilo que lhes é comum e básico, do que a "unificação", em uma estrutura de poder estratificada e hegemônica. Para nós, o espiritismo é uma proposta livre-pensadora e, logo, suas instituições devem preservar sua independência, respeitados os pressupostos doutrinários fundamentais, aos quais aderiram livre e espontaneamente.

Esse nosso perfil não se compatibiliza com agressões, com manifestações de baixo nível, fundadas no "diz-que diz-que". Admitimos que o espiritismo é um pensamento em constante construção, a partir dos fundamentos básicos expostos na obra de Kardec. Daí haver um espaço amplo para o debate, para a atualização constante, mas sempre em termos respeitosos, democráticos, abertos.

Nossos espaços, na pequena imprensa que mantemos, não se abrem a discussões estéreis, nem a guerras institucionais contra irmãos de ideal que têm posições em algum ponto discordante das nossas. A nós não interessa quantos centros a Federação "A" ou a União "B" tem ou deixa de ter. Importa que o movimento espírita amadureça a ponto de poder, livremente, criar os vínculos que bem desejar, com quantas federações, uniões ou confederações quiser, sem que umas patrulhem as outras. Há instituições, no Brasil, filiadas à CEPA e que, concomitantemente, mantêm vínculos institucionais com suas espectivas federações ou uniões estaduais. Reconhecemos em cada centro espírita e, especialmente, em cada cidadão espírita, o direito de estabelecer os vínculos institucionais que desejar, com amplos critérios de liberdade. Defendemos, por outro lado, a necessidade de as instituições espíritas respeitarem suas naturais diferenças, convivendo fraternalmente entre si e ampliando espaços dentro dos quais se possa realizar um trabalho conjunto. Essa, aliás, é uma consciência que está crescendo no Brasil. Recentemente a USE promoveu em S.Paulo o I ENCOESP, reunindo dezenas de federações, confederações, uniões, etc., com a participação de mais de 1.300 centros espíritas. A CEPA participou desse evento e iniciou produtivo intercâmbio não apenas com a União das Sociedades Espíritas de S.Paulo, da qual foi parceira naquele grande evento, mas com inúmeras outras instituições lá presentes.

A respeito disso, estamos, além do artigo já citado, anexando o editorial "Rumo à síntese de Kardec", que estamos publicando no jornal Opinião (jan/fev.2001), e o artigo "A Cepa e o Encoesp", que publico em "A Palavra da Cepa" no boletim CEPA BRASIL , encartado na mesma edição.

Isso representa a palavra oficial e autêntica do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre, órgão responsável pelo jornal Opinião, e da Confederação Espírita Pan-Americana que edita o encarte aludido.

Tanto um como outro desses órgãos estão à disposição para a publicação de matérias que se inspirem nesses pressupostos de respeito ao pensamento espírita e que, de alguma forma, contribuam com esse ideal de unidade do pensamento espírita, naquilo que lhe é essencial. Não abriremos espaço, entretanto, jamais, para o debate estéril, agressivo, semeador da desunião ou voltado para a difamação ou para a calúnia. Quem preferir esse caminho, continuará falando sozinho.

A CEPA não se prestará jamais a esse comportamento panfletário e irresponsável.

Com um abraço cordial,
Milton Rubens Medran Moreira
Presidente da CEPA.

A História do Café da Manhã