Sob o Crivo da Razão 1 Titulo

Assuntos diversos sob o crivo da razão.

Escolha seu caminho misticismo ou razão 2 Titulo

Variada pesquisa ao seu dispor videos, artigos e palestras .

Cientistas Espiritas 3 Titulo

Descubra aqui os ciêntistas que pesquisaram a doutrina espirita, e poste suas dúvidas.

Descubra o pensamento Liberal Espirita 4 Titulo

Neste espaço você vai entender porque a doutrina espirita é inconciliável com o socialismo.

Debates e crítica literária espirita 5 Titulo

Um espaço para o contraditorio, onde colocamos em dúvidas muitas questões tidas como doutrinarias.

Pesquisar este blog

Seguidores

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS



AS FEDERATIVAS DEVEM CUMPRIR O PROGRAMA ESPÍRITA

Acredita que as Federativas devem, com a maior urgência cumprir, integralmente, o programa Espírita, retornando à pesquisa e a um melhor tratamento dos fenômenos considerados, pela ciência, como paranormais, sob um enfoque cientifico e, ampliar o campo de debates na área filosófica, compatibilizando a Doutrina com a própria vida, com os problemas sociais, para se ter uma visão histórica mais amadurecida da Sociedade".

O professor vai mais longe e acha que "as Federativas deveriam se empenhar na criação de Departamentos de pesquisa científica, elaborando programas e formando pessoal quali­ficado, para o estudo metódico dos fenômenos".

Sem isso, observa, "o Espiritismo está na verdade como um Saci, com uma perna só. Esquecendo que, quando Kardec definiu o Espiritismo o fez como ciência e filosofia com conseqüências morais e religiosas." É preciso que, sem minimizar o trabalho feito na área religiosa, maximizar, se é que assim podemos dizer, a área cientifica, dando ensejo também, ao permanente círculo de debates no campo filosófico

OS ESPÍRITAS NÃO COMPREENDEM OS CIENTISTAS

Além de professor universitário da cadeira de Direito Civil, da Universidade Católica de Pernambuco, é membro fundador da Academia de Ciências de Pernambuco. Escreveu diversos livros e ensaios nas áreas da Parapsicologia, da Sociologia, do Direito, da Filosofia e da Poesia, entre 'eles "Introdução ao Paranormal" e "Rumo ao Sem Fim".

Conhecido em todo o movimento espírita, devido a enorme repercussão do programa "O Grande Júri", que manteve durante quase quatorze anos na TV Universitária de Pernambuco, programa que reunia mais de trinta especialistas nas diversas áreas do conhecimento humano, como químicos, físicos, católicos, protestantes, espíritas e outros. Entre os temas levados a debate no "Grande Júri", o que mereceu maior cobertura da imprensa espírita foi "A Bíblia", mantido, conforme explicou o professor, durante quase seis meses a pedido do público.

Fala da incompreensão que os estudiosos, pesquisadores e cientistas recebem de grande parte dos espíritas, principalmente aqueles que se dedicam à Parapsicologia, "havendo uma certa suspeição e até preconceito a quem se dedica a esta ciência". Explica que tem insistido no campo da ciência, pela mesma dedicação e interesse que os demais têm em divulgar a Doutrina Espírita.

KARDEC NÃO DISSE A ÚLTIMA PALAVRA E SIM A PRIMEIRA

Vê a necessidade de atualização "precisamos fazer algumas atualizações quanto à vestimenta doutrinária, porque na essência não há nada a se reparar, e uma abordagem metodológica mais adequada, uma visão mais aprofundada das coisas e dos fatos. Kardec já recomendava e advertia para a necessidade de dinamizar a Doutrina. Porque em Ciência o conhecimento é provisório. Ciência não pára. Uma ciência estática deixa de ser Ciência. Kardec descerrou-nos as portas de um mundo novo, infelizmente a quase totalidade dos espíritas ficaram na soleira".

É com este mesmo argumento que rejeita o posicionamento de alguns espíritas que colocam a pesquisa em segundo plano, chegando a encará-la como desnecessária , ao pensar que os fatos não precisam ser comprovados dentro dos métodos científicos. Vê este posicionamento como "uma completa miopia intelectual, fruto de fanatismo religioso, pois Kardec não resolveu nenhum problema quando abriu as portas para uma nova dimensão, pelo contrário, aumentou-os, porque até então só tínhamos preocupações com a nossa vida física". E acrescenta: "Kardec não disse a última palavra, mas sim a primeira. Temos, por isso mesmo, que estudar e pesquisar cada vez mais, para ampliar o campo do conhecimento humano. Temos que responder, agora, questões como o funcionamento da mente em nível biológico e espiritual, quais as relações entre este e o outro mundo, entre tantas outras questões que surgem a partir dessa nova fase do conhecimento".

Neste sentido, acredita que no Espiritismo temos nos limitado às comunicações espirituais, os Espíritos é que nos ditam orientações, "pois o Espiritismo parou como ciência, os espíritas precisam desenvolver com gosto o trato para os problemas científicos, senão geraremos um fanatismo e toda religião que se esclerosa, fatalmente morre" este não pode ser o caso da Doutrina Espírita, porque a religião tem no Espiritismo a dinâmica própria da ciência e da filosofia. Afinal, o Espiritismo é uma Doutrina universalista e é esta universalidade que vem agora cobrar do espírita uma nova tomada de posição.

A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS

O professor Walter afirma incisivamente que "a Parapsicologia de Joseph Rhine e a própria Metapsiquica de Charles Richet só tiveram vez porque os espíritas se descuidaram da área científica. Senão a nossa Doutrina, por si só, tomaria os freios, as rédeas, o comando da pesquisa e hoje não teríamos a Parapsicologia".

Nesta mesma linha de raciocínio, perguntamos ao professor se os estudiosos espíritas poderiam seguir caminho diverso ao da Parapsicologia, ao que respondeu: "isso não seria metodologicamente possível, apenas a interpretação seria diferente. Primeiramente porque há parapsicólogos espíritas, que permanecem cada vez mais espíritas, e exercem de maneira muito produtiva o seu ofício de parapsicólogos, e há parapsicólogos católicos, como também materialistas; no entanto, as áreas da Parapsicologia e do Espiritismo são as mesmas, apenas que cada uma pode atuar dentro de seu modelo de interpretação", explicou.

Lembrando o pensamento de Rhine a respeito da sobrevivência da alma, disse: "o próprio Rhine já dizia que a questão da sobrevivência é também uma questão da Parapsicologia e que os fenômenos paranormais sugerem fortemente a hipótese do prosseguimento da vida após a morte, se não houvesse qualquer prova da sobrevivência, os fenômenos paranormais, por si só, seriam esta prova".

OS FENÔMENOS SÃO PRODUZIDOS POR ENCARNADO E DESENCARNADO

Insistindo na tese da criação de centros de pesquisa, sugeriu uma outra medida:"seria muito bom que os espíritas adotassem o procedimento científico da Parapsicologia. Desenvolvendo suas pesquisas dentro do próprio Centro Espírita, formando laboratórios ou que fundassem em cada Estado, Centros Espíritas voltados à pesquisa científica, fazendo sessões experimentais, observando o comportamento dos médiuns etc..." Relata a sua tentativa da criação deste tipo de trabalho no Recife que não foi bem aceito "porque os espíritas insistem em não encarar o aspecto científico com a importância que ele deve ter no contexto espírita".

Mostrou-nos a diferença básica entre o Espiritismo e a Parapsicologia: "A Parapsicologia é uma ciência que tem por objeto o estudo dos fenômenos paranormais, ou seja, ela pretende estudar os mecanismos e obter certo controle sobre os eles, e, como a ciência, dar-lhes um sentido prático. Na Parapsicologia, a hipótese da causa dos fenômenos é que eles se originam no inconsciente do médium. Assim, enquanto na Parapsicologia a sobrevivência é uma hipótese, para o Espiritismo ela é um fato: o espírito desencarnado é a causa da maioria dos fenômenos. Mas o campo de pesquisa é o mesmo."

Quanto ao problema do animismo, lembra Ernesto Bozzano, quando este afirmou que "para conhecer os poderes do espírito desencarnado, precisamos primeiro conhecer os poderes do espírito encarnado”. Precisamos investigar a capacidade criativa da mente, para, por qual­quer motivo não estar atribuindo aos espíritos a agência dos fenômenos paranormais. Tanto que Camille Flamarion chegou a afirmar textualmente que as comunicações entre vivos e mortos eram tão raras que a rigor poderíamos dizer que elas não existem".

E foi dentro desta mesma fidelidade científica que o professor Walter Rosa Borges se propôs a estudar e pesquisar o médium pernambucano Edson Queirós, que vem fazendo centenas de operações espirituais dentro da própria Federação Espírita de Pernambuco e que será objeto da reportagem em nossa próxima edição.


(*) O Semeador. Junho de 1982

TAGS:"keywords"content="A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS,A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS, A PARAPSICOLOGIA É FRUTO DO DESCUIDO DOS ESPÍRITAS

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Reflexões e Máximas de Allan Kardec 3ºPARTE



Reflexões e Máximas de Allan Kardec 3ºPARTE

Fragmentos extraídos dos doze primeiros anos da “Revista Espírita”



R. E. 1864, p. 103: “O controle universal é uma garantia para a unidade futura do Espiritismo e anulará todas as teorias contraditórias. É aí que, no porvir, se buscará o critério da verdade. O que fez o sucesso da Doutrina, formulada em O Livro dos Espíritos e em O Livro dos Médiuns, é que, por toda parte, cada um pode receber diretamente dos Espíritos a confirmação daquilo que eles contêm.
Se, de todas as partes, os Espíritos tivessem vindo contradizê-los, esses livros teriam depois de muito tempo tido a sorte de todas as concepções fantásticas. Mesmo o apoio da imprensa não os teria salvado do naufrágio, enquanto que, mesmo privados desse apoio, não deixaram de fazer um caminho rápido, porque tiveram o apoio dos bons Espíritos cuja boa vontade compensou, e ultrapassou, a má vontade dos homens. Assim o será de todas as idéias emanadas dos Espíritos e dos homens, que não puderem suportar a prova desse controle, do qual ninguém pode contestar o poder.”
R. E. 1859, p. 176: “Os Espíritos são aquilo que são, e não podemos mudar a ordem das coisas; não sendo todos perfeitos, não aceitamos suas palavras senão sob análise e não com a credulidade das crianças; julgamos, comparamos, tiramos as conseqüências de nossas observações, e mesmo seus erros são para nós ensinamentos, porque não fazemos abnegação de nosso discernimento.
Essas observações se aplicam igualmente a todas as teorias científicas que os Espíritos possam dar. Seria muito cômodo ter apenas que os interrogar para encontrar a ciência toda feita, e para possuir todos os segredos industriais: não adquirimos a ciência senão ao preço do trabalho e das pesquisas; sua missão não é de nos livrar desta obrigação. Sabemos aliás, que não somente nem todos não sabem tudo, mas que há entre eles, como entre nós, falsos sábios, que crêem saber aquilo que não sabem, e falam daquilo que ignoram com o mais imperturbável desembaraço.
Um Espírito poderia então dizer que é o Sol que gira em torno da Terra e não o contrário, e sua teoria não seria mais verdadeira porque vinda de um Espírito. Que aqueles que nos supõem uma credulidade assim pueril, saibam pois que tomamos toda opinião exprimida por um Espírito por uma opinião individual; que não a aceitamos senão depois de a haver submetido ao controle da lógica e dos meios de investigação que a própria ciência Espírita nos forneceu.”
R. E. 1859, p. 178: “Nossos estudos nos ensinam que o mundo invisível que nos cerca reage constantemente sobre o mundo visível; no-lo mostram como uma das forças da Natureza; conhecer os efeitos desta força oculta que nos domina e nos subjuga com nosso desconhecimento não é ter a chave de mais um problema, a explicação de uma multidão de fatos que passam desapercebidos? Se esses efeitos podem ser funestos, conhecer a causa do mal não é ter um meio de se prevenir, como o conhecimento das propriedades da eletricidade nos tem dado o meio de atenuar os efeitos desastrosos do raio? Se então sucumbirmos, não poderemos nos queixar senão de nós mesmos, porque não teremos a ignorância por desculpa. O perigo está no império que os maus Espíritos impõem sobre os indivíduos, e esse império não é somente funesto do ponto de vista dos interesses da vida material. A experiência nos ensina que jamais é impunemente que alguém se abandona à sua dominação; porque suas intenções não podem nunca ser boas. Uma de suas táticas para chegar a seus fins é a desunião, porque sabem muito bem que poderão facilmente tirar vantagens daquele que está privado de apoio; também, seu primeiro cuidado, quando querem se apoderar de alguém, é sempre o de lhe inspirar a desconfiança e a antipatia por quem possa desmascará-lo com esclarecimentos, por conselhos salutares. Uma vez senhores do terreno, podem, a seu gosto, fasciná-lo com promessas sedutoras, subjugá-lo lisonjeando suas inclinações, aproveitando para isso todos os pontos fracos que encontram, para melhor fazê-lo sentir em seguida a amargura das decepções, afligi-lo em suas afeições, humilhá-lo em seu orgulho e, freqüentemente, elevá-lo por um momento senão para o precipitar de mais alto.”
Para se prevenir contra tais perigos, Allan Kardec nos dá o seguinte sábio conselho:
R. E. 1859, p. 180: “Direi primeiro que, segundo o seu conselho – o conselho de seus Guias – Eu não aceito jamais nada sem exame e sem controle; não adoto uma idéia a não ser que ela me pareça racional, lógica, se está de acordo com os fatos e as observações, se nada de sério a vem contradizer.
Mas meu julgamento não poderia ser um critério infalível; o consentimento que tenho encontrado junto de uma multidão de gente mais esclarecida do que eu é para mim uma primeira garantia; encontro uma outra, não menos preponderante, no caráter das comunicações que me têm sido feitas desde que me ocupo com o Espiritismo; jamais, posso dizê-lo, escapou uma única dessas palavras, um só desses sinais pelos quais se traem os Espíritos inferiores, mesmo os mais astuciosos; jamais dominação; jamais conselhos equivocados ou contrários à caridade e à benevolência, jamais prescrições ridículas; longe disso, não encontrei neles senão pensamentos grandes, nobres, sublimes, isentos de pequenez e mesquinharia; em uma palavra, suas relações comigo, nas menores, como nas maiores coisas, têm sido sempre tais que, se tivesse sido um homem que me houvesse falado, eu o teria pelo melhor, o mais sábio, o mais prudente, o mais moral e o mais iluminado. Eis, senhores, os motivos de minha confiança, corroborada pela identidade de ensinamento dado a uma multidão de outras pessoas, antes e depois da publicação de minhas obras...”

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Polêmica Espírita


Polêmica Espírita
Várias vezes já nos perguntaram por que não respondemos, em nosso jornal, aos ataques de certas folhas, dirigidos contra o Espiritismo em geral, contra seus partidários e, por vezes, contra nós. Acreditamos que o silêncio, em certos casos, é a melhor resposta.
Aliás, há um gênero de polêmica do qual tomamos por norma nos abstermos: é aquela que pode degenerar em personalismo; não somente ela nos repugna, como nos tomaria um tempo que podemos empregar mais utilmente, o que seria muito pouco interessante para os nossos leitores, que assinam a revista para se instruírem, e não para ouvirem diatribes mais ou menos espirituosas.
Ora, uma vez engajado nesse caminho, difícil seria dele sair, razão por que preferimos nele não entrar, com o que o Espiritismo só tem a ganhar em dignidade. Até agora só temos que aplaudir a nossa moderação, da qual não nos desviaremos, e jamais daremos satisfação aos amantes do escândalo.

Entretanto, há polêmica e polêmica; uma há, diante da qual não recuaremos jamais: é a discussão séria dos princípios que professamos. Todavia, mesmo aqui há uma importante distinção a fazer; se se trata apenas de ataques gerais, dirigidos contra a doutrina, sem um fim determinado, além do de criticar, e se partem de pessoas que rejeitam por antecipação tudo quanto não compreendem, não merecem maior atenção; o terreno ganho diariamente pelo Espiritismo é uma resposta suficientemente peremptória e que lhes deve provar que seus sarcasmos não têm produzido grande efeito; também notamos que os gracejos intermináveis de que até pouco tempo eram vítimas os partidários da doutrina pouco a pouco se extinguem.
Perguntamos se há motivos para rir quando vemos as idéias novas adotadas por tantas pessoas eminentes; alguns não riem senão com desprezo e pela força do hábito, enquanto muitos outros absolutamente não riem mais e esperam.
Notemos ainda que, entre os críticos, há muitas pessoas que falam sem conhecimento de causa, sem se darem ao trabalho de a aprofundar. Para lhes responder seria necessário recomeçar incessantemente as mais elementares explicações e repetir aquilo que já escrevemos, providência que julgamos inútil.
Já o mesmo não acontece com os que estudaram e nem tudo compreenderam, com os que querem seriamente esclarecer-se e com os que levantam objeções de boa-fé e com conhecimento de causa; nesse terreno aceitamos a controvérsia, sem nos gabarmos de resolver todas as dificuldades, o que seria muita presunção de nossa parte. A ciência espírita dá os seus primeiros passos e ainda não nos revelou todos os seus segredos, por maiores sejam as maravilhas que nos tenha desvendado.
Qual a ciência que não tem ainda fatos misteriosos e inexplicados? Confessamos, pois, sem nos envergonharmos, nossa insuficiência sobre todos os pontos que ainda não nos é possível explicar.
Assim, longe de repelir as objeções e os questionamentos, nós os solicitamos, contanto que não sejam ociosos, nem nos façam perder o tempo com futilidade, pois que representam um meio de nos esclarecermos.
É a isso que chamamos polêmica útil, e o será sempre quando ocorrer entre pessoas sérias que se respeitam bastante para não se afastarem das conveniências. Podemos pensar de modo diverso sem, por isso, deixar de nos estimarmos.
Afinal de contas, o que buscamos todos nessa tão palpitante e fecunda questão do Espiritismo?
O nosso esclarecimento. Antes de mais, buscamos a luz, venha de onde vier; e, se externamos a nossa maneira de ver, trata-se apenas de nossa maneira de ver, e não de uma opinião pessoal que pretendamos impor aos outros; entregamo-la à discussão, estando prontos para a ela renunciar se demonstrarem que laboramos em erro. Essa polêmica nós a sustentamos todos os dias em nossa Revista, através das respostas ou das refutações coletivas que tivemos ocasião de apresentar, a propósito desse ou daquele artigo, e aqueles que nos honram com as suas cartas encontrarão sempre a resposta ao que nos perguntam, quando não a podemos dar individualmente por escrito, uma vez que nosso tempo material nem sempre o permite.
Suas perguntas e objeções igualmente são objeto de estudos, de que nos servimos pessoalmente, sentindo-nos felizes por fazer com que nossos leitores os aproveitem, tratando-os à medida que as circunstâncias apresentam os fatos que possam ter relação com eles. Também sentimos prazer em dar explicações verbais às pessoas que nos honram com a sua visita e nas conferências assinaladas por recíproca benevolência, nas quais nos esclarecemos mutuamente.
Allan Kardec.

Fonte: Revista Espírita nov/1858 - tradução de Evandro Noleto Bezerra - Editora: FEB.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Superstição é inconciliável com o Espiritismo




O espírito Camilo, através da psicografia de José Raul Teixeira, fez um alerta muitíssimo pertinente intitulado “Uma Reflexão sobre o Movimento Espírita”, constante da obra “Desafios da Educação“(Editora Fráter).

Como o prezado e atento leitor poderá notar, a citada entidade espiritual analisa detalhadamente a quantas anda o Movimento Espírita em vista da falta de estudo e conhecimento do Espiritismo, resultando na tentativa de enxertias e desvios de todo tipo, incentivadas pela espiritualidade inferior, interessada em promover o sincretismo e a confusão em nossa fileiras.

Leiamos com atenção e vejamos a estreita conexão com aquilo que analisamos aqui neste blog.
Inicialmente, a nobre entidade fala sobre a excelência da mensagem espírita e da grandiosa figura do Codificador Allan Kardec e sua preocupação com a UNIDADE doutrinária.

“A excelente Mensagem Espírita chega ao mundo como refrescante e iluminada aurora, anunciando um dia novo de bençãos para o planeta, atendendo as imensas carências da alma terrestre, que vivia a braços com as trevas ocasionadas pelo absolutismo materialista, que tem seus fundamentos balançados, em razão das Vozes altíssimas e claras que rasgaram o silêncio dos túmulos, para invadir os ouvidos da Humanidade inteira.
Como chuva bondosa, a Doutrina Espírita penetra o solo ressequido das almas, onde, a partir de então, as sementes nobres dos ensinamentos do Mundo Superior teriam toda a chance de germinar e medrar, estabelecendo ventura e progresso.
Eram novos tempos para a cultura e para a fé, que, agora, irisadas por luzes espirituais que se mostravam diante de todos, formulando convite ao espírito humano para um pensamento mais alto.

No centro das ocorrências, destaca-se a figura augusta do professor Rivail, universalmente conhecido como Allan Kardec, e na sua visão de espírito de escol, sabia e afirmava que seria ponto de honra para o desenvolvimento da Mensagem na Terra a manutenção da unidade. Seria indispensável que em toda parte, onde surgisse um núcleo de estudos do Espiritismo, se pudesse falar a mesma linguagem, sem que houvesse riscos de ser ele desfigurado, sem riscos de que viesse a sofrer enxertias, o que seria descabida ocorrência no bojo de uma doutrina de tamanha lucidez. A preocupação do Codificador, porém, dizia que tais dificuldades eram passiveis de ocorrer.”


Prosseguindo, o espírito Camilo comenta sobre o crescimento do Movimento Espírita e faz um alerta:
“O tempo passa, as atividades em torno da Doutrina Espírita são desenvolvidas com rapidez. Da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em 1858, aos dias atuais, podem-se contar por milhares as instituições levantadas no mundo em nome da Veneranda Doutrina. Do pequeno grupo de almas dispostas, que ladearam o Codificador, suportando toda agrestia e fereza dos primeiros preconceitos até hoje, quando se torna status importante dizer-se espírita, há quase um século e meio de modificações na mentalidade geral.
À semelhança do que ocorreu com a primitiva comunidade dos Apóstolos de Jesus, que foi perdendo em qualidade à medida que se foi expandindo, se popularizando e ganhando notoriedade através do prestígio político de Roma, as atividades ao redor do Espiritismo – o Movimento Espírita – foi tomando contornos preocupantes em todo lugar, na proporção do seu agigantamento acompanhado pelo desconhecimento declarado dos seus fundamentos.”
Como pudemos perceber, Camilo aponta o desconhecimento decorrente da falta de estudo do Espiritismo como razão principal para a perda de qualidade que se nota em todo lugar no que tange à prática doutrinária, tal qual ocorreu com o Cristianismo, que em praticamente nada se assemelha àquilo que foi legado por Jesus.
“Allan Kardec, valendo-se do seu inesgotável bom senso, estabeleceu que o Espiritismo é uma doutrina de livre exame, significando que, não sendo impositiva, oferece ao indivíduo que vai ao seu encontro todas as possibilidades de discussão e de análises, até que tenha podido compreender suas bases, de modo a vivê-las com claridade mental e segurança. Tristemente, muitos pensaram que tal condição de Mensagem lhes permita adaptar os seus preceitos doutrinários aos próprios gostos e tendências, sem causarem problemáticas adulterações no trabalho de profunda coerência dos Numes Tutelares da Terra.”
Realmente perfeita a colocação do espírito Camilo. Muitos acham que podem adaptar seus atavismos ao corpo doutrinário espírita, demonstrando, com isso, total incoerência. Se não encontram-se satisfeitos com o Espiritismo, e não sendo esta uma Doutrina exclusivista e impositiva, nada mais sensato que dedicarem-se aos seus movimentos religiosos, deixando a prática espírita livre de adulterações e enxertias descabidas.
“Referiu-se o Codificador à compreensão do Espiritismo dizendo que quem deseje tornar-se versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das suas idéias (Kardec, A. O Livro dos Espíritos, introdução, parte VIII). Lamentavelmente, porém, muitos admitiram que poderiam falar e agir em seu nome, sem o mínimo de estudo de sua doutrina, na pressa inconsequente por obter fenômenos que bem podiam ser buscados fora dos arraiais espíritas, o que não vincularia a possível má qualidade ou a sua impostura ao respeitável estatuto espiritista.
Os abnegados Prepostos do Cristo ensinam na Codificação que o ensino dos espíritos tem que ser claro e sem equívocos, para que ninguém possa pretextar ignorância e para que todos o possam julgar e apreciar com a razão (O Livro dos Espíritos, questão 627). Desafortunadamente, indivíduos oriundos dos mais diversos territórios intelectuais, das mais variadas regiões morais, com as mais estranhas idiossincrasias, atiraram-se a propor alterações doutrinárias, a fazerem adaptações inconsistentes quão perigosas, introduzindo idéias e práticas francamente estranhas aos textos e contexto da Doutrina. São muitos os que, ignorantes, vão mantendo outras criaturas no seu mesmo nível, abominando estudos, detestando análises, impossibilitando a aeração dos movimentos do raciocínio. Um grande número não crê no que o Espiritismo expõe, mas se vale da atenção dos crédulos e ingênuos, sempre abundantes, para impor as suas próprias fantasias que trata de envolver com as cores da Veneranda Doutrina, porque sabe do desvalor do produto que oferece querendo adesões que lhe incense a vaidade.
Nenhum problema provocaria o indivíduo que criasse uma ordem de idéias, uma doutrina pessoal e que a defendesse com insistência, em seu nome mesmo, e a partir disso cobrasse atendimento, forjasse distintivos, premiações, imagens de “santos” encarnados, liturgias sacramentais e ordenações. Toda a sua prática seria buscada e seguida pelas almas que sintonizassem com isso, como deparamos no mundo dos intocáveis ismos , personalizados e personalistas, arrebanhando grupos imensos de fanatizados, que pagam bem caro para comprar um lugar no céu…, conforme a promessa dos seus líderes.”
Camilo cita aquilo que também defendemos: sigam a quem quiserem e aquilo que bem entenderem, têm todos esse direito, mas aqueles que se dizem espíritas devam cuidar para que o Espiritismo mantenha-se livre de misturas, atavios e enxertias, permanecendo claro e límpido conforme nos foi legado pela Espiritualidade Superior.
“Quanto ao Espiritismo, porém, as coisas devem ser diferentes. Não havendo obrigação da pessoa ser espírita; inexistindo qualquer ameaça infernal para quem não aceite sua orientação; não se prometendo premiações celestiais a quem quer que seja e sendo uma escolha livre da criatura, em meio de tão diversificadas opções, torna-se imprescindível que quem queira ser espírita se despoje dessa terrível vaidade de que querer que as coisas sejam a seu gosto, ao invés de ajustar-se aos espirituais ensinamentos da Grande Luz. Imprescindível que o sincero espírita assuma, de fato, a disposição de melhorar-se com o conteúdo assimilado das lições do Infinito, pelejando para domar as suas inclinações inferiores.”
No trecho a seguir, Camilo fala da estratégia da espiritualidade inferior para aniquilar o Movimento Espírita:
“Com tristeza, percebe-se hoje que o Movimento Espírita, que dispõe de tudo o que a Doutrina Espírita lhe brinda para ser amadurecido, pujante e avançado, tem sido alvo das investidas das Sombras organizadas e se encharcado com seus conteúdos peçonhentos e danosos. Daí, são núcleos criados para reverenciar personalidades vaidosas, que não abrem mão da relação de vassalagem; são instituições montadas somente para atender os corpos, sem qualquer compromisso com o espírito imortal que permanece vagueando nas trevas de si mesmo; são casas erguidas para desfigurar o pensamento espírita, em razão das mesclas implantadas com doutrinas, filosofias e práticas orientalistas ou africanistas que, mesmo merecendo respeito, têm propostas bem distintas das do Consolador.”
Tais observações de Camilo não poderiam ser mais claras: a ênfase em trabalhos de cura de corpos em detrimento do estudo da Doutrina; a inserção de práticas orientalistas e africanistas; a idolatria a personalidades vaidosas e centralizadoras, encarnadas e desencarnadas, tidas como detentoras exclusivas da Verdade… Tudo isso com o velado objetivo de desfigurar o Espiritismo.
“Ainda em nosso Movimento Espírita, se há confundido o caráter universalista do Espiritismo com uma infausta tendência agregacionista, pois, ao invés de o pensamento espírita ajudar a ver o mundo dentro da óptica da Vida Superior, para que o indivíduo saia do nível das considerações meramente materiais, vê-se que tudo que é encontrado de “interessante” mundo afora, deseja-se agregar ao Espiritismo. Cânticos, terapias, experimentações psíquicas diversas, mantras, vestuário, jargões, festividades de gosto execrável e coisas outras ocupando variado espectro, têm despontado aqui e ali, em nome da Doutrina Espírita. E o que é mais contristador, é que tudo isto se dá diante da postura inerme dos que aceitaram responsabilidades diretivas das quais não dão conta. Tudo isto tem sido acompanhado com o consentimento dos que dirigem, coordenam, “orientam”…”
Exatamente como pensa a seita ramatisista: tudo crêem devam incorporar ao Espiritismo, em nome de um suposto “universalismo”, que, na verdade, não passa de confusão sincrética oriunda de atavismos e falta de aprofundamento e entendimento da proposta doutrinária espírita. Disseminam aos quatro cantos que Kardec (entenda-se a Codificação) estaria ultrapassado, como se as verdades universais fossem mutáveis, ao mesmo tempo que desejam inserir no Espiritismo as crendices e superstições cujam origens remontam milhares de anos, quando a civilização achava-se em sua infância. E quando chamados a atenção, colocam-se na posição de vítimas, de perseguidos, raivosamente alegando “falta de caridade” daqueles que lutam pacificamente pela manutenção da unidade doutrinária. No entanto, como bem disse o espírito Camilo, falta de caridade é justamente nada fazer e tão-somente observar o crescimento dessas estranhas idéias em nosso meio.
Conclui Camilo, magistralmente:
“Afirmou o Celeste Guia que ninguém pode servir a dois senhores…
Estabeleceu o Excelso Mestre: Seja o vosso falar sim, sim, não, não…
Informa o Espírito da Verdade: Deus procede ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente.
Vale a pena refletir em todos esses brilhantes dizeres e nessas imagens tão expressivas dos mentores da Humanidade. A hora é, incontestavelmente, de testemunhos difíceis, e quem ainda não se sinta em condições de tomar do conteúdo da luminosa Revelação e dar-lhe impulso positivo, fazendo-a útil a si e aos irmãos do caminho, comece ou recomece o esforço íntimo para o fortalecimento da vontade de crescer, de despojamento do comodismo do homem velho, uma vez que Jesus Cristo confia nos empenhos das suas ovelhas, e conta que esses empenhos sejam verdadeiros, para que o seu devotamento não seja tão somente aparência, a fim de que se possa, então, construir um Movimento Espírita vívido e forte, capaz de representar as excelências do Espiritismo vivenciado e sofrido, se necessário, através das ações e convicções dos seus seguidores fiéis.”
Análise crítica dos livros assinados pelo espírito Ramatis.

AUTOR DO ARTIGO:
Artur Felipe
Um breve histórico sobre minha atuação no Movimento Espírita: iniciei meus estudos da Doutrina Espírita aos 13 anos (1984), no Grupo Espírita Pestalozzi, em Nova Friburgo-RJ. Aos 22 (1993), atuei como orientador de Mocidade da União da Mocidade Espírita de Niterói (UMEN), um centro tradicional da cidade. Ao mesmo tempo, colaborei como evangelizador no Grupo de Apoio ao Menor (GAM), hoje Centro Espírita Batuíra e unidade do Lar Fabiano de Cristo, que prossegue no trabalho de assistência junto aos moradores de populosa favela em São Gonçalo – RJ. Em 1999, fui eleito presidente do centenário Centro Espírita Friburguense, na cidade de Nova Friburgo – RJ, sendo que por cerca de quatro anos apresentei, juntamente com o confrade José Manoel Ferreira Barboza, dois programas espíritas em rádios locais (Friburgo-AM e Conquista-FM) e um programa de TV (TV Zoom, canal 10). De volta à Niterói, fui orientador de estudos da Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro (FEERJ). Hoje, encontro-me ligado à ADE-RJ, Associação dos Divulgadores do Espiritismo do Rio de Janeiro.




A História do Café da Manhã