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sábado, 24 de dezembro de 2016

Desconstruindo Falsos Heróis Kardec e o LE

Os  espíritas costumam dizer que a Bíblia está repleta de erros e contradições e por isso não tem procedência divina. 
Alegam que há relatos que são totalmente incompatíveis com a bondade e justiça divinas como, por exemplo, a pena de talião, guerras, escravidão e etc. E mais, situações incompatíveis com a Ciência.

 1) Deus ordena a lei do olho por olho e dente por dente?

NÃO: O Espiritismo diz: Nosso Deus é diferente, “não é o Deus vingativo,  cruel, sanguinário e ciumento de Moisés,  não ordena que retribua olho por olho e dente por dente.”  (A Gênese, cap 1, item 23, FEB, grifo nosso).

SIM: “Tomai cuidado! Muito vos tendes enganado a respeito dessas palavras, como acerca de outras. A pena de talião é a  justiça de Deus. É Deus que a aplica. Todos vós sofreis essa pena a cada instante, pois que sois punidos naquilo que haveis pecado, nesta existência ou em outra. Aquele que foi causa do sofrimento para seus semelhantes virá achar-se numa condição em que sofrerá o que tenha feito sofrer. Este é o sentido das palavras de Jesus.” (O Livro dos Espíritos, questão 764, FEB,).

 Como pode o espiritismo criticar a Bíblia  quando ela fala da pena de talião se no próprio Livro dos Espíritos lemos que é Deus aplica tal pena?



2) Deus usa as guerras e escravidão para ensinar os povos?
NÃO: O Espiritismo afirma: “Nosso Deus é soberanamente bom, justo, manso, cheio de misericórdia, um Deus que jamais regaria a terra com sangue humano, jamais ordenaria  o massacre e extermínio dos povos”. (A Gênese, item 23, FEB, grifo nosso).

SIM: Pergunta feita por Allan Kardec aos espíritos: “qual foi o objetivo da Providência em tornar necessária a guerra?”.
A resposta foi: “A liberdade e o progresso.”



 3) A Encarnação/ Reencarnação pode acontecer em animais?

SIM:  “Nada aí há de impossível, nem o que, se assim for, afete a dignidade do homem. Bem pode dar-se que corpos de macaco tenham servido de vestidura aos primeiros espíritos humanos, forçosamente pouco adiantados, que viessem encarnar na Terra, sendo essa vestidura mais apropriadas às suas necessidades e mais adequadas ao exercício  de suas faculdades, do que o corpo de outro animal. Em vez de se fazer para o Espírito um invólucro especial, ele teria achado um já pronto. Vestiu-se então da pele do macaco, sem deixar de ser Espírito humano, como o homem não raro se reveste de certos animais, sem deixar de ser homem. (A Gênese, Cap 6, item .15 212, FEB, grifo nosso ).


NÃO: “A encarnação dos Espíritos ocorre sempre na espécie humana. Seria um erro acreditar que a alma ou espírito pudesse encarnar num corpo animal”. (O Livro dos Espíritos, Introdução, item 6, ).


 5) Contradição científica: 
Há luas em Marte?
NÃO: Quem afirmou isso foi o espírito do falecido cientista Galileu! – “O número e o estado dos satélites de cada planeta têm variado de acordo com as condições especiais em que eles se formaram. Alguns não deram origem a nenhum astro secundário, como se verifica com Mercúrio, Vênus e Marte (2)...”

(A Gênese, cap 6. 26, ).
SIM: Porém,  15 anos depois....tiveram que acrescentar uma nota de rodapé nesse mesmo livro a respeito dessa questão 26: “(2) Nota da Editora: Em 1877, foram descobertos dois satélites de Marte: Fobos e Deimos.” (A Gênese, cap 6. 26).

Galileu Galilei quando estava vivo fez uso do telescópio e daqui mesmo da Terra conseguiu descobrir os satélites de Júpiter, montanhas e crateras na Lua e etc, porém, depois de  falecido, fora corpo, lá no espaço não conseguiu ver as duas luas de Marte?!

sábado, 17 de dezembro de 2016

Desconstruindo Falsos Heróis Chico Xavier

ANALISE DO LIVRO NOSSO LAR

1º Se você desejar uma casa em Nosso Lar tem que acumular 15 anos de serviços, tempo necessário para obter 30 mil bônus-hora, a moeda do lugar.
Se você não conseguir tem que morar na casa de pessoas bondosas que o acolhem.
(Ou vai acabar fazendo parte do MSL-NL Movimento dos Sem Lar em Nosso Lar)

2º Chico Xavier viveu na pobreza, mas em Nosso Lar não funciona assim.
Quanto mais o espírito é evoluído mais ele é "rico", tem direito a morar em casas de grandes proporções, terem roupas variadas e veículos. Para se ter uma idéia, o espírito mais evoluído de lá (o governador) mora em um palácio de proporções faraônicas que é ricamente mobiliado e cujas torres rasgam o céu. Pasmem!

3º O mais absurdo é que só podem pedir qualquer coisa quem tem dinheiro, já que segundo informam NADA ALI É DE GRAÇA, QUEM QUER ALGO TEM QUE DAR ALGO EM TROCA, OU SEJA A MOEDA BÔNUS-HORA.

4º Para surpreender os mais pedintes que gostam de orar em favor de alguém e ser atendido no Nosso Lar você vai precisar ter muito BÔNUS HORA.

5º Mesmo os espíritos mais evoluídos tomam banho e comem. Em cada casa tem um banheiro. Só não dizem como é o sistema de esgoto.

Isto é o que encontramos nas afirmações de Andre Luiz sobre Nosso Lar.




A questão, é que a doutrina espírita, como fé raciocinada, não pode ser expressada por parábolas deturpando o discurso direto.

O Bônus hora é controverso no momento que se torna um sistema de recompensa para se praticar a caridade ou se dedicar ao próximo.

Eu posto artigos em diversos sites ministro palestras em casas espíritas, já prestei serviço para a Federação aqui do RGS e jamais fiquei pensando em ganhar algo em troca. (NEM BÔNUS HORA OU VALE RESTAURANTE)

Se você faz algo e é recompensado por terceiros, acabou ali a lei de causa e efeito.

Segundo o LE, os Espíritos não têm o tempo na mesma medida que nós, encarnados, temos. E Nosso Lar fala sobre "algum tempo de serviço".
Que tempo é esse algum? Os Espíritos de Nosso Lar usam relógio?

Batem ponto? Se tudo é tão igual, reencarnar para que?

E o que dizer da afirmação em que nos serviços sacrificiais a REMUNERAÇÃO pode duplicar ou triplicar. Onde se encaixa a palavra sacrifício neste contexto?
.
Se aplicarmos aqui o princípio Aristotélico da não contradição concluímos que além de não passar pelo crivo da razão, este sistema não vai apenas na contra mão da codificação mas, da própria lei de evolução.

O principio se resume no seguinte. “AQUILO QUE É, EM QUANTO É, NÃO PODE NÃO SER.”

Pois, se todos sabem que nossa evolução é alcançada em cima dos nossos méritos e do que conquistamos de correto em nossas almas.Como termos um salário compensatório para aquilo que deve ser a nossa obrigação como espírito, encarnado ou desencarnado?


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Recado de Chico Xavier para os Católicos.

Os trechos a seguir, podem ser comprovados na 4ª edição do Livro Emmanuel. Assim nos diz Chico Xavier sobre as “revelações” ditas pelo “espírito Emmanuel”:
A história do papado é a história do desvirtuamento dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob suas despóticas inovações. 
[ um indivíduo que utiliza de seu poder para tiranizar e oprimir os que não seguem as suas normas.]
Criaram os pontífices o latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, adoração da hóstia, o celibato sacerdotal, noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina (p. 30);
O Vaticano não soube, porem, senão produzir obras de caráter exclusivamente (sic!) material! (p. 31).
Ninguém ignora a fortuna gigantesca que se encerra, sem benefício para ninguém, nos pesados cofres do Vaticano (p. 57).
Ele (o “espírito Emmanuel”) sabe que a Igreja “fez mais vítimas que as dez perseguições mais notáveis (p. 56)
Ele conhece a imensidade de crimes, perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos (p. 52)
Tem notícias do “célebre livro de taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços de perdão para os crimes humanos estão estipulados” (p. 61).
Sabe que o dogma da Santíssima Trindade é uma adaptação ocidental da trimurti da antiguidade oriental (p. 30)

Isso tudo foi “revelado” CHIQUINHO pelo SER IMAGINÁRIO Emmanuel. Será que essas pseudo-revelações correspondem à realidade dos fatos? Façamos uma pequena análise?

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1 – A história do papado é a história do desvirtuamento dos princípios do cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob suas despóticas inovações. Criaram os pontífices o latim nos rituais, o culto das imagens, a canonização, a confissão auricular, adoração da hóstia, o celibato sacerdotal, noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina (p. 30);
Vamos analisar as “revelações” que o  “espírito Emmanuel” diz que é invenção humana para afastar a Igreja do Evangelho e de seus primórdios:
- Criação do latim nos rituais: Ora, o latim começou a ser introduzido na liturgia e nos escritos da Igreja a partir do século V. Com as invasões bárbaras e a queda de Roma, a língua latina tomou o lugar do grego antigo como a língua de uso universal. Note que os sete primeiros concílios, incluindo ai o Concílio de Jerusalém, descrito nos Atos dos Apóstolos, foram escritos em grego, que era a língua até então mais difundida. São Jerônimo traduziu a Bíblia do grego, hebraico e aramaico para o latim vulgar (vulgata), para poder ser mais bem compreendido por toda a cristandade. É bom lembrar que o Santo Padre não solicitou a ele este serviço, visto que São Jerônimo era um eremita e não um clérigo diocesano. Acredito que os fatos acima demonstram sem sobra de dúvidas que o latim foi incluso na liturgia dos ritos e na documentação dos ensinamentos não para distanciar-nos do Evangelho, mas para aproximar-nos cada vez mais. Se considerarmos que as línguas provenientes ou partícipes do latim são maioria hoje em nosso mundo, no que diz respeito à distribuição territorial, podemos concluir que o “espírito Emmanuel” se equivocou ou mentiu. Quem é o pai da mentira mesmo?


- O culto das imagens: O culto das Imagens é anterior a fundação da Igreja Católica. Na verdade, podemos dizer que as imagens são inerentes a criação humana, visto que somos a imagem e semelhança de Deus (Gn. 1,27;2,7). Podemos também citar exemplos claros de imagens construídas por decreto divino, como a Arca da Aliança (Ex. 25,18-20), A serpente de bronze criada por Moisés (Núm. 21,8-9) e o Templo de Salomão (1Reis 6,23-25 e 7,29). O Novo Testamento nos mostra também imagens representativas da glória de Deus. No Apocalipse, Jesus aparece na Imagem de um Cordeiro que é digno de receber toda força e todo louvor (Ap. 5,12). Vemos também o Espírito Santo descer sobre Cristo na forma de uma pomba (Mt 3,16) e no dia de Pentecostes, o mesmo Santo Espírito desce na cabeça dos Apóstolos e da Virgem Maria na forma de línguas de fogo (At. 2,1-3). Provamos assim que de fato a Igreja inventou o culto as Imagens, mas desde o Antigo Testamento por meio de Deus Pai, Todo Poderoso, ratificado  por Jesus Cristo, Seu Único Filho e Senhor Nosso. Vamos ser compassivos e pensar que o “espírito Emmanuel” esqueceu-se de considerar esse pequeno detalhe.
- A canonização: Olha, essa deve ser sem dúvida alguma a revelação mais importante de todos os tempos. Confesso que não sabia que foram os Papas que criaram a canonização, muitos anos depois de Cristo para afastar a Igreja do Evangelho. Isso é algo que realmente novo e revolucionário, que pode mudar a história do cristianismo e da humanidade como um todo. Precisamos urgentemente avisar a todos os cristãos do mundo, inclusive a São João, que provavelmente deveria estar embriagado quando escreveu no Apocalipse que “… vi uma grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro, de vestes brancas e palmas na mão” (Ap. 7,9). Também devemos dizer essa revelação bombástica a Santo Estevão, que devia estar tendo alucinações quando descreveu a visão beatífica: “Eis que vejo, disse ele, os céus abertos e o Filho do Homem, de pé, à direita de Deus.” (At. 7,56). Também precisamos falar que Nossa Senhora que Ela não é Ela na visão de São João em Apocalipse 12,1, afinal, foi a Igreja que inventou a canonização, muito tempo depois que tudo isso aconteceu. Sejamos compassivos mais uma vez. Vamos considerar que o “espírito Emmanuel” estava apenas se referindo a… Deixe ver… Sei lá, algo além da razão.
- A confissão auricular: Provavelmente o “espírito Emmanuel” é um saudosista da época em que as confissões eram públicas, na frente de toda a assembléia, e que o perdão era dado no mínimo um ano depois da confissão. Provavelmente o “espírito Emmanuel” esqueceu-se o porquê da instituição da quarta-feira de cinzas, que era justamente o dia do ano em que os pecadores vestiam-se de sacos, recebiam as cinzas de seu pecado na cabeça e permaneciam em penitência por um ano, sendo privados de participar da parte destinada aos fiéis em plena comunhão com a Igreja. (O equivalente a Liturgia Eucarística na missa de Paulo VI). Humildemente, acho mais cômodo e justo o fiel confessar seus pecados a um padre em privado, num confessionário onde nem você nem o padre podem ver o rosto um do outro com nitidez, receber o perdão dos pecados, e após a penitência, que na maioria dos casos pode ser cumprida integralmente logo em seguida, você pode participar da comunhão do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Devemos lembrar que Nosso Senhor Jesus Cristo deu autoridade a São Pedro e seus Sucessores a tomarem as devidas medidas para tornar mais compreensível e digno alguns ritos e fórmulas, de maneira a acompanhar o próprio caminhar da humanidade desde que estas adequações não interfiram na doutrina e nas revelações deixadas por Nosso Senhor (Mt. 16,19), sendo este proceder da Igreja hoje, ontem e será sempre. Portanto, torna-se importantíssimo lembrar que as chaves do céu foram dadas a São Pedro e conseqüentemente aos seus Sucessores e não ao “espírito Emmanuel” e seus intérpretes.

- O celibato sacerdotal: De fato quem criou o celibato sacerdotal foi a Igreja. Foi criado pelo seu Fundador. “Respondeu ele: Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães (Nasceram sem seus órgãos genitais ou são estéreis), há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens (Homens castrados) e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus (esses são os vocacionados ao Sacerdócio). Quem puder compreender, compreenda. Foram-lhe, então, apresentadas algumas criancinhas para que pusesse as mãos sobre elas e orasse por elas. Os discípulos, porém, as afastavam.” (Mt 19, 11-13). Portanto, é condição preferencial a um sacerdote que seja celibatário, sacrificando assim sua vontade carnal em nome do Reino de Deus. Como bem disse nosso senhor, só pode compreender isso quem realmente tem essa vocação. Portanto, a instituição do celibato é extensível a todos que querem realmente seguir a Nosso Senhor. Note que em toda a história da Igreja, apenas padres recebiam a permissão de casar, e isso até os meandros do século VIII. Não há registros na história da Igreja ninguém que tenha se mantido casado após ser sagrado bispo. Note que os bispos deixavam suas famílias para servir na Vinha do Senhor, como fez São Pedro e São Timóteo. É também de se notar que o celibato não foi uma imposição do Santo Padre, mas apenas uma formalização de uma prática ostensivamente utilizada pelos sacerdotes naquele tempo, sendo o decreto uma forma de tornar oficial uma prática informal. Note que não houve nenhum registro histórico de revolta e manifestações contrárias a instauração oficial do celibato e até hoje, salvo uma meia dúzia de revolucionários, há um consenso geral entre os sacerdotes sobre a necessidade do celibato. Portanto, seu “espírito Emmanuel”, não entendo como algo que já é feito desde o começo da Igreja pode ser algo feito posteriormente para afastar-la dos seus primórdios. Se quiser reclamar com alguém, reclame com o Fundador da Igreja Católica.
- noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer origem divina: O que dizer então da Missa, dos Sacramentos, da Comunhão dos santos, da Interseção de Nossa Senhora e dos santos, as revelações e milagres dos santos, a compilação da Sagrada Escritura, etc. Substancialmente, “espírito Emmanuel”, isso tudo que compões de fato a Igreja. Tudo fora que está além disso, são formas que a Santa Igreja dispõe para fazer conhecer e usufruir dos sinais supracitados. Se considerarmos os atos em absoluto, de fato tens razão “espírito Emmanuel”. Mas se considerarmos o valor e a finalidade de cada coisa feita pela Igreja, estás muitíssimo equivocado.

2 -  O Vaticano não soube, porem, senão produzir obras de caráter exclusivamente (sic!) material! (p. 31).: É isso ai, a Igreja Católica é fútil mesmo! Ela nunca criou nada que auxiliasse a elevação da alma humana até Deus. Esse negócio de canto gregoriano, orquestra sinfônica, arte sacra, liturgia da Santa Missa e os ritos dos Sacramentos, Estudo metódico, método científico, os cemitério, a arquitetura das Igrejas, os vitrais que contavam as histórias da Bíblia para os analfabetos, nada disso te leva ao conhecimento de Deus. Desculpem o desabafo, mas o que está sendo mais difícil pra mim na confecção deste artigo é manter-me sério ante tanta coisa no mínimo insólita.


3 – Ninguém ignora a fortuna gigantesca que se encerra, sem benefício para ninguém, nos pesados cofres do Vaticano (p. 57). Acho que o “espírito Emmanuel” cometeu um pequeno engano. Há sim alguém que ignora a fortuna gigantesca do Vaticano. O próprio Vaticano! Alguém por favor pode fazer a gentileza de mostrar ao “espírito Emmanuel” este artigo que saiu na Folha de São Paulo: “Vaticano apresenta déficit orçamentário pelo terceiro ano consecutivo”.


4 - Ele (o “espírito Emmanuel”) sabe que a Igreja “fez mais vítimas que as dez perseguições mais notáveis (p. 56): Alguém precisa pedir pro “espírito Emmanuel” parar de ler as historinhas do Voltaire e do Dan Brown. Ou será que ele acredita mesmo que a “impiedosa Igreja” mandou matar quatro milhões de mulheres só na Inglaterra, quando a população de Londres do século XV era de aproximadamente seis milhões de pessoas? Existem ingleses no mundo hoje? Uma leitura que eu indico ao “espírito Emmanuel” é a do Livro Negro do Comunismo, escrito por vários pesquisadores de renome internacional, incluindo o renomado antropólogo Rudolph J. Rummel. Se o “espírito Emmanuel” preferir, pode ver também no site do professor Rummel, clicando neste link, que o comunismo apenas no século XX, comprovadamente matou mais que todas as rebeliões, guerras, revoltas e insurgências entre o século II e o século XIX. Desinformado o “espírito Emmanuel”, não?

5 - Ele conhece a imensidade de crimes, perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos (p. 52): Bem, se conhece tantos assim, que site um. Note que a Igreja é Santa e Imaculada, apesar de ser composta também de pessoas sujeitas ao pecado. É evidente que muitos padres, bispos e até alguns Papas, como Alexandre VI cometeram algumas faltas. Todavia, partindo do pressuposto que o “espírito Emmanuel” é uma entidade de mente elevada, é estranho ver que ele fica se detendo nesse tipo de coisa ao invés de relatar, por exemplo, a glória que foi São Francisco de Assis, São Tomás de Aquino, Santa Teresa de Ávila, São João da Cruz, Santa Terezinha do Menino Jesus, São Gregório Magno, São Luiz Rei de França, Santa Catarina de Senna, Santa Perpétua, Santo Agostinho, Santo Afonso de Ligorio, São Jose Maria Escrivar, São Thomas Moore, São João Maria Vianei, São Pio de Pietrelcina, São Pio X, Papa Leão XIII, Santa Rita de Cássia, Santo Antônio, São Bernardo, São Eleutério e outros. São mais de 26.000 “casos de sucesso” que se opõem a tão poucos casos de insucesso. 
Mas é evidente que dá muito mais notoriedade falar dos erros, matando assim a confiança das pessoas na Igreja, acusando-a de crimes que muitas vezes não foi ela que cometeu, como os muitos excessos que houveram durante a Idade Média pela população e sem a aprovação da Igreja, como vimos na série de artigos sobre a Inquisição. Acusar os outros, matando os sentimentos bons que se tem para com a Igreja é uma coisa muito feia. Quem é mesmo O Acusador e assassino desde o princípio?


6 - Tem notícias do “célebre livro de taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços de perdão para os crimes humanos estão estipulados” (p. 61): Olha deve ser uma fonte muito privilegiada mesmo. Tão boa que nem mesmo o próprio Leão X soube da existência disso. Disponho do livro Compêndio dos Símbolos, Definições e Declarações de Fé e Moral, publicado dos autores Denzinger e Hünermann, publicado pelas edições Paulinas e Loyola. Este livro com mais de 1400 páginas, contem TODOS os documentos do Santo Magistério com relação à fé e moral ,bem como as citações do Credo. Estudando os documentos de fé e moral promulgados pelo Papa Leão X, não observei nada que fizesse referência ao tal “livro de taxas”. Procurando na internet, pude ver que há alguns sites falando sobre tal Taxa Camarae, promulgada em 1517, com a relação de preços por pecado. Pois bem. Eu vi aqui que os documentos de Leão X estão dispostos da seguinte maneira:
- Bula “Apostollici regiminis” – 1513
- Bula “Inter multiplices” – 1515
- Bula “Pastor aeternus gregem” – 1516 (esta inclusive determina a doutrina das indulgências conforme concebemos nos dias de hoje).
- Bula “Exsurge Domine” – 1520 (Bula de excomunhão de Martinho Lutero).
Não há, portanto, nenhum documento escrito pelo Papa Leão X em 1517 e muito menos qualquer um que contenha as tais taxas. O mais interessante é que a referência que eu encontrei na Internet, que pode ser vista neste link, dá os “preços dos pecados” em libras, moeda corrente do Reino-Unido. Ora, todos sabem que a moeda utilizada na região do Vaticano não eram libras, quando muito poderiam ser Florins. Estranho isso, não? Será que o “espírito Emmanuel” “iluminou” um inglês para escrever tais taxas secretas? É bom lembrar que a Igreja Católico foi banida da Inglaterra até o século XIX, sendo muito hostilizados os católicos que por ventura fossem morar ou visitar a ilha. Bem, sejamos um pouco otimistas. Vai ver que esse livro é Célebre best-seller lá na dimensão do “espírito Emmanuel”, aguardando para ser psicografado e publicado por um dos ficcionistas, ops, médiuns kardecistas.
7 -  Sabe que o dogma da Santíssima Trindade é uma adaptação ocidental da trimurti da antiguidade oriental: O que será que o “espírito Emmanuel” entende por adaptar? No dicionário, o vocábulo “adaptar” significa ajustar, adequar. Bem, você ajusta ou adéqua coisas que tem apenas poucas diferenças entre si. Será que o “espírito Emmanuel” sabe o que a doutrina da Igreja Católica sobre a Santíssima Trindade e o que a doutrina hindu fala sobre a trimurti? Vamos a eles:
- Doutrina sobre a Santíssima Trindade: “A fé católica consiste em venerar um só Deus na trindade, e a trindade na unidade, sem confundir as pessoas, nem separar a substância; pois uma é a pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo; mas uma é a divindade, igual à glória, coeterna a majestade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo.” (São Tomás de Aquino, Princípio do Símbolo ‘Quicumque’).
-Visão hindu sobre o trimurti: “Brâman, o Absoluto, é incognoscível pelo homem. Como um ser limitado, o ser humano somente percebe três aspectos de Brahman, que são: Brama, o Criador, Vixnu, o Preservador e Xiva, o Destruidor.”
Note que os conceitos divergem completamente. Enquanto a Santíssima Trindade fala muito bem as Três Pessoas distintas que a compõem possuem a mesma substância, mesma divindade, mesma glória e mesma majestade, ao passo que na trimurti, as divindades são meros aspectos de um único Deus, sendo estes aspectos heterodoxos explícitos. Assim, podemos ver que na visão do “espírito Emmanuel”, os papas tiveram que fazer um esforço grande para criar o “mito da Santíssima Trindade”. O mais engraçado são as abundantes referências sobre ela logo no princípio da Igreja. Vejamos algumas citações dos Santos Padres dos primeiros séculos.
Didaqué (também conhecido como “O Catecismo dos Apóstolos”, possui documentos mais antigos que algumas cartas contidas na Sagrada Escritura): “Quanto ao batismo, procedam assim: depois de ditas todas essas coisas, batizem em água corrente, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Didaqué 7,1).[2]
São Policarpo em Seu Martírio (Século I):  “A Ele [Jesus Cristo] seja dada a glória com o Pai e o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém”.[3]
Pastor de Hermas (Entre os séculos I e II): “O Espírito Santo, que é preexistente, que criou todas as coisas, Deus o fez habitar no corpo de carne que Ele quis. Pois bem. Esta carne em que o Espírito Santo habitou serviu bem ao Espírito, caminhando em santidade e pureza, sem macular absolutamente nada o mesmo Espírito. Como [essa carne] tinha, pois, levado uma conduta excelente e pura, e tomado parte em todo trabalho do Espírito e cooperado com Ele em todo negócio, portando-se sempre forte e valorosamente, Deus a tornou partícipe juntamente com o Espírito Santo. Com efeito, a conduta desta carne agradou a Deus, por não ter se maculado sobre a terra enquanto teve consigo o Espírito Santo. Assim, pois, tomou por conselheiro a seu Filho e os anjos gloriosos para que esta carne, que tinha servido sem reprovação ao Espírito, alcançasse também algum lugar de repouso e não parecesse ter perdido a recompensa pelo seu serviço, porque toda a carne em que habitou o Espírito Santo, se encontrada pura e sem mancha, receberá sua recompensa” (5ª Parábola, 6,5-7).[4]“
Santo Inácio de Antioquia (110 DC): “Inácio, por sobrenome Téoforo [=portador de Deus], à abençoada em grandeza de Deus com plenitude; à predestinada desde antes dos séculos para servir para sempre, para glória duradoura e imutável, glória unida e eleita pela graça da verdadeira Paixão e por vontade de Deus Pai e de Jesus Cristo, nosso Deus; à Igreja digna de toda bem-aventurança, que está em Éfeso, na Ásia, minha cordialíssima saudação em Jesus Cristo e na alegria imaculada” (Epístola aos Efésios 1).[5]
“Existe um médico, no entanto, que é carnal além de espiritual, gerado e não gerado, Deus feito carne, filho de Maria e Filho de Deus, primeiro passível e depois impassível: Jesus Cristo, nosso Senhor” (Epístola aos Efésios 7,2).[6]
“A verdade é que nosso Deus Jesus, o Ungido, foi levado por Maria em seu seio conforme a dispensação de Deus, certamente da descendência de Davi, mas por obra do Espírito Santo. Ele nasceu e foi batizado a fim de purificar a água com a sua Paixão” (Epístola aos Efésios 18,2).[7]
“Inácio, por sobrenome Téoforo [=portador de Deus], à Igreja que alcançou misericórdia na magnificência do Pai Altíssimo e de Jesus Cristo, seu único Filho; à que é amada e é iluminada por vontade Daquele que quis que todas as coisas existissem, segundo a fé e a caridade de Jesus Cristo, nosso Deus” (Epístola aos Romanos 1).[8]
“Permitam que eu seja imitador da Paixão do meu Deus” (Epístola aos Romanos 4,3).
“Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem os tem feito sábios até tal ponto, pois percebi muito bem de quão mergulhados estais da fé imutável, como se estivésseis pregados, em carne e espírito, na cruz de Jesus Cristo” (Epístola aos Esmirniotas 1,1).[9] 
Aristides (Séc. II): “Este teve doze discípulos, os quais, após sua ascensão aos céus, percorreram as províncias do Império e ensinaram a grandeza de Cristo, de modo que um deles percorreu aqui mesmo, pregando a doutrina da verdade, pois conhecem o Deus criador e artífice do universo em seu Filho Unigênito e no Espírito Santo, não adorando nenhum outro Deus além deste” (Apologia 15,2).[11]
Atenágoras de Atenas (Séc. II): “Assim, pois, suficientemente resta demonstrado que não somos ateus, pois admitimos um só Deus incriado e eterno, e invisível, impassível, incompreensível e imenso, apenas pela inteligência compreensível à razão… Quem, portanto, não se surpreenderá de ouvir chamar de ‘ateus’ aqueles que admitem um Deus Pai, um Deus Filho e um Espírito Santo, que demonstram seu poder na unidade e sua distinção na ordem?” (Súplica em Favor dos Cristãos 10).[13]
Bem, acredito que o “espírito Emmanuel” deve mais uma vez estar enganado, pois como pudemos ver com esses pequenos exemplos, a doutrina da Santíssima Trindade é fundamental para a sustentação do Edifício de Fé do Cristão desde os primórdios da Igreja.
Como vimos, muito pouco de verdade há nas “revelações” dos “espírito Emmanuel”. A propaganda ao redor de Chico Xavier de fato obliterou a mente de muitos brasileiros com relação à enxurrada de equívocos e erros substanciais de muitos escritos. Não quero de maneira nenhuma ofender o valor que seus escritos tem para muitas pessoas. Todavia, é obrigação de todo aquele que conhece a Verdade propagar-la, mitigando assim o engano provocado pela mentira e por seu autor mor.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

O Caçador de charlatões responde

Faça sua pergunta que vamos responder no próximo vídeo.


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Espíritas uma massa aliena e omissa






Primeiro vamos ver o que é alienado.
O que é a alienação?
A alienação trata-se do mistério de ser ou não ser, pois uma pessoa alienada carece de si mesmo, tornando-se sua própria negação.
Alienação refere-se à diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar em agir por si próprios Algumas pessoas são tão alienadas que não sabem nem mesmo a situação que nosso país está vivendo. O governo e a mídia são os principais agentes na alienação.
Alienação é se deixar levar sem ter opinião e sem saber o porquê das coisas.

O que é omisso?
Omissão, no direito, é a conduta pela qual uma pessoa não faz algo a que seria obrigada ou para o que teria condições. A palavra omissão (ausência de ação) é sinônima à palavra inação. E, muitas vezes, para atrapalhar algo (no sentido de obstruir a solução mais rápida) tudo o que precisamos fazer é não fazer nada! Ou, pior, o que precisamos fazer é encaminhar tudo exatamente do jeito certo (conforme o manual)!
Pois os espíritas vivem numa Alienação Política desde o momento que não usa sua capacidade de debater politicamente seus interesses.
Acredita na operosidade de instrumentos inoperantes, de um lado; desinteresse total pelos fatos políticos, de outro. E, em sua forma mais grave - recusa em decidir o próprio destino, de raciocinar, de traçar seu próprio projeto; criação do mito do Chefe, do Messias, do Pai, do Salvador da Pátria. Compreender o significado destes fenômenos, ver neles o sentido que possam ter, tal é a grande tarefa de quem se preocupa com o problema político do espírita de hoje.
No Livro dos Espíritos, a Questão 132 indaga:Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?” Em parte, a resposta é: “(...) a encarnação tem também outro objetivo, que é o de colocar o Espírito em condições de cumprir sua parte na obra da criação (...) de tal sorte que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta”.

Sobre a omissão, a Questão 642 Basta não fazer o mal para ser agradável a Deus e assegurar um futuro melhor?
– Não. É preciso fazer o bem no limite de suas forças, porque cada um responderá por todo o mal que resulte do bem que não tiver feito.

Estes dias encontrei um artigo na web que dizia:

“Deus não sobe em palanques políticos”

Eu digo que é porque ele aguarda a ação daqueles que captam sua vontade e a executam não se omitindo esperando que as mudanças caiam do céu no seu colo.


Continua o artigo dizendo: Os adeptos do Espiritismo não precisam de representantes nos poderes Legislativos e Executivos do país para defenderem seus interesses.

Ao que poderíamos dizer, se os interesses do espírita é de não ter um sistema de ensino melhor, a segurança de sua cidade melhor, um sistema de saúde melhor e menos corruptos na política ai eu concordo.
Deve ficar dentro do centro espírita tomando fluido fluidificado e passe.


Mais adiante diz ele: Convém esclarecer que os Espíritas jamais formarão bancadas nos parlamentos, para não desvirtuarem a verdadeira finalidade do Espiritismo, que é a de promover a transformação moral da humanidade.
.
Eu tinha achado o titulo deste artigo muito infeliz, mas, a mediocridade é insuperável.
Eu sempre acreditei que no mundo o espírito reencarna, fazem-se homens para modelá-lo. E que cada um de nós trouxe consigo sua responsabilidade e sua tarefa individual e intransferível.


Pois, isto é o diz o Livro dos Espíritos, que a doutrina marcaria uma nova era para a humanidade.

A verdade e que, o Espiritismo compreende os ideais de renovação da humanidade, através da transmissão de corretas informações àqueles que tiverem “ouvidos para ouvir e olhos para ver”.
Só que não se faz Espiritismo apenas e tão-somente no interior das Casas Espíritas.
Para tornar-se crença comum, como afiançado pela Falange da Verdade a Kardec, a Doutrina precisa ganhar as ruas, não pela pregação e doutrinação, mas pela presença (ativa) de seus adeptos e divulgadores nos diversos cenários da vida humana.
Participando, não se esquivando, com a desculpa de que tudo evoluirá, um dia.

Não estou advogando que se crie partidos políticos ou que se abra a sociedade espírita para propagandas políticas, e sim apontando que a imprensa, as comunidades de debates como estas e outras não colocam a política na discussão, como se esta não existisse.


Eu não vi nem uma discussão em torno do projeto de lei que querem aprovar a PL 122
Que se resume no seguinte.
Você admite um homossexual lá pelas tantas você não precisa mais de seus serviços e demite-o. Pronto três a cinco anos de cadeia. Daí até tu provar que não foi uma atitude homofobica e sim atitude normal de empregador e empregado tu vai gastar uma grana com advogados para não parar no xilindró.

E sobre a violência no RJ parece que só existe no mundo que não é espírita.

E tu o que acha disso, o espírita é alienado e omisso ou é apenas sua postura santificada.


TAGS:"keywords" content="Espíritas uma massa aliena e omissa,Espíritas uma massa aliena e omissa,Espíritas uma massa aliena e omissa,Espíritas uma massa aliena e omissa,Espíritas uma massa aliena e omissa,Espíritas uma massa aliena e omissa 

domingo, 4 de setembro de 2016

Mais uma mentira propaganda por Kardec


A mentira propagada por Allan Karedc no Evangelho segundo o Espiritismo

Fora Da Igreja Não Há Salvação – Fora Da Caridade Não Há Salvação  

                8 – Enquanto a máxima: Fora da caridade não há salvação apóia-se num princípio universal, abrindo a todos os filhos de Deus o acesso à felicidade suprema, o dogma: Fora da Igreja não há salvação apóia-se, não na fé fundamental em Deus e na imortalidade da alma, fé comum a todas as religiões, mas na fé especial em dogmas particulares. É, portanto, exclusivista e absoluto. Em vez de unir os filhos de Deus, divide-os. Em vez de incitá-los ao amor fraterno, mantém e acaba por legitimar a animosidade entre os sectários dos diversos cultos, que se consideram reciprocamente malditos na eternidade, sejam embora parentes ou amigos neste mundo; e desconhecendo a grande lei de igualdade perante o túmulo, separa-os também no campo-santo. 
 A máxima: Fora da caridade não há salvação é a conseqüência do princípio de igualdade perante Deus e da liberdade de consciência. Tendo-se esta máxima por regra, todos os homens são irmãos, e seja qual for a sua maneira de adorar o Criador, eles se dão às mãos e oram uns pelos outros. 
  Com o dogma: Fora da Igreja não há salvação, anatematizam-se e perseguem-se mutuamente, vivendo como inimigos: o pai não ora mais pelo filho, nem o filho pelo pai, nem o amigo pelo amigo, desde que se julgam reciprocamente condenados, sem remissão. Esse dogma é, portanto, essencialmente contrário aos ensinamentos do Cristo e à lei evangélica.

Agora vamos ver a verdade! 
O clássico axioma «Fora da Igreja não há salvação» é geralmente mal entendido, dando lugar a problemas que não existiriam caso houvesse melhor compreensão da fórmula. Em nossa resposta, examinaremos primeiramente algo do histórico desse adágio; isto facilitará o discernimento do sentido autêntico que se lhe deve dar.


1. Origem e histórico da fórmula
1.1. Segundo alguns autores, a fórmula «Fora da Igreja não . há salvação» tem as suas premissas em certas afirmações da Sagrada Escritura.

Quais seriam, pois, essas afirmações? Citam-se, entre outras, as seguintes:

Em Mc 16,16s, diz Jesus a seus Apóstolos: «Ide pelo mundo inteiro, e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado, será salvo; quem não crer, será condenado».

Outrossim em Mt 10, 14s: «Se alguém não vos acolher nem ouvir as vossas palavras, sai dessa casa ou cidade, sacudindo o pó de vossos pés. Digo-vos em verdade: haverá no dia do juízo menos rigor para a região de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade».

À primeira vista, tais palavras podem despertar a ideia de que realmente só há salvação para quem aceite a mensagem do Evangelho. — Contudo já se tem observado, e com razão, que os dizeres do Senhor só visam aqueles que recusam positivamente a pregação e a Igreja; não consideram o caso dos homens aos quais não é dada notícia do Evangelho; estes não fazem parte da Igreja, mas também nunca tiveram a possibilidade de a conhecer.

A propósito, há quem lembre a solene declaração de São Pedro:

«(Jesus) é a pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou pedra angular. Em nenhum outro se encontra a salvação, pois, debaixo do céu, nenhum outro nome foi dado aos homens pelo qual devamos ser salvos» (At 4, 11s).




Estes dizeres parecem completar-se no seguinte trecho de S. Paulo:
Jesus Cristo é «a Cabeça Suprema da Igreja. A Igreja é o Corpo de Cristo, a plenitude daquele que enche tudo em todos» (Ef 1,22s).

Consequentemente, dizem, «comunhão com Cristo» implica «comunhão com a Igreja», de modo que fora da Igreja não há salvação.
A conclusão parece bem consentânea com o pensamento dos Apóstolos. Em que sentido preciso, porém, deverá ser entendida?

É o que vamos examinar, percorrendo os principais testemunhos da Tradição cristã.

1.2. Nestes transparece desde cedo a tese de que aqueles que recusam a autoridade doutrinária e disciplinar da Igreja se excluem da salvação eterna.

 Assim já Sto. Inácio de Antioquia (+107) ensinava:

«Todos aqueles que pertencem a Deus e a Jesus Cristo, estão com o bispo. E todos aqueles que, arrependidos, voltam à unidade da Igreja, pertencem também a Deus... Não vos enganeis, irmãos: quem quer que introduza cisma (ruptura na Igreja), não herdará o reino de Deus» (Aos Filadelfos 3, 2s).

No século seguinte, por volta de 249-251, é Orígenes, famoso escritor cristão de Alexandria, quem observa:

«Se alguém quer ser salvo, entre nessa casa (a Igreja)... Que ninguém se iluda...: fora dessa casa, isto é, fora da Igreja, ninguém é salvo; se alguém sair, tornar-se-á responsável da sua própria morte» (In Iosue h. 3,5).

Contemporaneamente, em 251, observava S. Cipriano, bispo de Cartago:

«Quem abandona a Igreja para aderir a uma (seita) adúltera, se aparta das promessas feitas à Igreja. Não obterá as recompensas de Cristo, aquele que deixa a Igreja de Cristo... Não pode ter Deus por Pai aquele que não tenha a Igreja por Mãe. Caso alguém tenha conseguido salvar-se fora da arca de Noé, também fora da Igreja conseguirá alguém salvar-se» (De catholicae Ecclesiae unitate 6).


Ficou célebre na literatura cristã a imagem da arca de Noé, fora da qual ninguém escapou à morte do dilúvio: a Igreja de Cristo seria a verdadeira arca da salvação...


Os escritores cristãos desenvolviam ainda mais claramente o seu pensamento, quando afirmavam que pertencer a Cristo e à Igreja significa outrossim, e necessàriamente, pertencer à jurisdição de Pedro: o sinal concreto e imediato da adesão a Cristo seria a adesão a Pedro e a seu sucessor visível. Eis como S. Ambrósio (+397) em Milão se exprimia:



«Foi a Pedro que Cristo disse: 'Tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja'. Onde, pois, está Pedro, ai está a Igreja; e, onde está a Igreja, já não há morte, mas a vida eterna. É por isto que o Senhor acrescenta: 'As portas do inferno não prevalecerão contra ela, e eu te darei as chaves do reino dos céus'» (In Ps 40, 40).
Por volta de 374/379, São Jerônimo, escrevendo ao Papa São Dâmaso, fazia eco ao Doutor de Milão:

«Quanto a mim, não seguindo outro Chefe senão o Cristo, uno-me a Vossa Beatitude, isto é, à cátedra de Pedro. Foi sobre essa pedra, bem o sei, que a Igreja foi fundada. Todo aquele que come o Cordeiro fora dessa casa, é profano. Quem não estiver na arca de Noé, perecerá quando vier o dilúvio» (epist. 15,2).

1.3. Esses textos, enfáticos como são, não podem deixar de despertar no leitor a questão: Como os respectivos autores entendiam a adesão à Igreja que eles assim recomendavam?

Não há duvida, na maioria dos casos tinham em mente a adesão explícita, ou seja, a adesão mediante a recepção dos sacramentos e a profissão do credo cristão. Não se poderia, porém, deixar de referir que na antiguidade mesma uma concepção mais larga se fazia ouvir por meio de um ou outro autor.

O próprio São Cipriano, por exemplo, embora afirmasse não haver salvação fora da Igreja, admitia a validade do mero desejo de Batismo ou da simples conversão do coração, no caso de não se poder receber o sacramento; tal se teria dado com o bom ladrão, que, tocado pela graça na hora da morte, se arrependeu de seus pecados e ouviu de Cristo a palavra de salvação. S. Agostinho (+430) reafirmou a mesma proposição (cf. De baptismo contra Donatistas 1. IV, c. XXII 29).

Contudo um dos testemunhos mais explícitos em favor do «Batismo de desejo» ou do desejo de Batismo é o de S. Ambrósio: em 392 o Imperador Valentiniano II morrera assassinado, sem ter tido o tempo de receber o sacramento do Batismo, a que ele ardentemente aspirava; foi então que em sua oração fúnebre o bispo de Milão assim se manifestou:

«Quanto a mim, perdi aquele que eu ia gerar para o Evangelho. Ele, porém, não perdeu a graça que pediu... Estou consciente da vossa aflição por não ter ele recebido os mistérios do Batismo. Mas dizei-me: que temos nós em nosso poder se não apenas a vontade e o desejo? Ora em tempos passados ele manifestou o desejo de ser iniciado (no Cristianismo) antes de entrar na Itália, e declarou seu desígnio de receber logo das minhas mãos o Batismo... Deixou ele então de receber a graça que ele desejou e pediu ? Não pode haver dúvida de que, se a pediu, ele a recebeu» (De obitu Valentiniani consolatio 29. 51).

Este depoimento de S. Ambrósio é de importância notável, pois muito serve ao estudioso moderno para conceber o reto sentido do adágio «Fora da Igreja não há salvação».

1.4. Passando agora à Idade Média, notamos que os testemunhos que se possam colher sobre o assunto nessa época, inculcam geralmente a necessidade da adesão visível à Igreja de Cristo. — A esta altura, aliás, convém lembrar uma nota bem característica da mentalidade medieval que contribuirá para explicar tal posição teológica: os medievais não se preocupavam muito com os povos que habitassem fora dos confins do mundo cristão. Isto está longe de significar que não tinham caridade; apenas quer dizer que não possuíam o senso da história e da geografia em grau muito apurado. Em outros termos: não eram «curiosos» de focalizar e estudar o que se dava entre os homens fora dos confins do Cristianismo.

Alguns estudiosos modernos lembram que, por vezes na Idade Média o habitante de terras longínquas pagãs era dito popularmente «o Etíope» (Aethiops), figura em torno da qual havia mais rumores e boatos fantásticos do que conhecimentos seguros. Raros eram os relatos de viagem que missionários provenientes do Oriente entregavam ao público europeu (dentre tais documentos destacava-se a narrativa de Asselino e João Plancarpino, que em 1245 contavam o que haviam visto na Pérsia e no Turquestão; contudo somente os mais informados dos europeus tinham conhecimento de tal relatório).

Inegavelmente, essa falta de intercâmbio assíduo entre europeus e não-europeus de regiões distantes possibilitava, entre os ocidentais, a formação de conceitos lendários concernentes aos asiáticos e africanos, dificultando qualquer reflexão séria sobre a dignidade e a eterna salvação de tais indivíduos.

O que os autores medievais conheciam bem, era uma sociedade cristã que tendia a ser a «Civitas Dei» (a Cidade de Deus), na qual o «não pertencer» à Igreja visível se dava geralmente por motivo de heresia, apostasia ou delito contra a fé ou a moral, supondo culpa grave na consciência do indivíduo; à vista disto, compreende-se, os medievais eram facilmente levados a crer que quem se separasse da Igreja se colocava fora da arca de Noé e se entregava à ruína espiritual.

Para ilustrar estas afirmações, citamos aqui dois textos, nos quais ocorre o axioma «Fora da Igreja não há salvação»... Ocorre justamente visando hereges medievais (principalmente valdenses e cátaros); esses hereges eram geralmente cristãos batizados que, em determinada "época de sua vida, haviam apostatado da fé, cedendo ao orgulho e às paixões; em vista de tais casos é que a advertência severa se formulava.

Assim para os valdenses que desejassem voltar à Igreja, foi composta a seguinte profissão de fé, submetida a Durando de Osca, chefe da seita, e aos seus correligionários, aos 18 de dezembro de 1208:

«Cremos de coração, e confessamos com os lábios, uma só Igreja, não a dos hereges, mas a que é santa romana, católica e apostólica, fora da qual cremos que ninguém é salvo (extra quam neminem salvar! credimns)» (Denzinger, Enchiridion 423).

O IV Concilio do Latrão em 1215, tendo em vista outrossim os hereges da época, declarava: «A Igreja universal dos fiéis é única, fora da qual absolutamente ninguém se salva (extra quam nullus omnino salva tur); nela Jesus Cristo mesmo é simultaneamente sacerdote e vítima...» (Denzinger, ob. cit. 430).

Estas observações já elucidam de algum modo a mentalidade dos medievais referente à salvação dentro e fora da Igreja.

1.5. Veio o séc. XVI com as suas grandes descobertas geográficas ... Estas puseram os cristãos em contato com grande número de povos até então desconhecidos; a existência de tantas e tantas gerações de homens que até aquela época ainda não tinham sido evangelizados, levou paulatinamente os pensadores cristãos a focalizar atentamente a questão de sua salvação eterna: poder-se-ia aplicar, sem mais, a esses povos o critério antigo e, em consequência, asseverar que, pelo fato de não haverem pertencido visivelmente à Igreja, estavam para sempre rejeitados por Deus? A essa conclusão parecia opor-se, entre outros argumentos, a índole honesta e reta de muitos pagãos; ademais, alguns mestres cristãos eram propensos a julgar que o sacrifício do Filho de Deus na cruz ficaria vão, se tão grande multidão de almas, apesar de tão rica Redenção, se fosse perder eternamente.

As surpresas decorrentes deste novo panorama, manifestado na Ásia, na África e na América, eram acrescidas pela nova situação religiosa da Europa mesmo, que até o séc. XVI fora homogeneamente cristã. Eis que, desde a cisão introduzida pelo Protestantismo (1517), os católicos viam a seu lado famílias e populações inteiras que não pertenciam à Igreja e que, desde muito talvez, só conheciam a Reforma e suas seitas. Mais ainda : nos séc. XVIII e XIX, a face religiosa da Europa foi ulteriormente modificada pelo indiferentismo do pensamento, a ignorância religiosa e a consequente descristianização que invadiram as massas humanas. — Poder-se-ia julgar sumariamente que estavam de má fé tantos e tantos homens? Cada um daqueles que viviam fora da Igreja (protestantes ou simplesmente homens ignorantes, mal formados em questões religiosas) estaria realmente lutando contra os ditames da sua consciência, obstinando-se culpadamente contra a luz de Deus e as inspirações da graça? Não haveria muita gente que com sinceridade poderia estar julgando que não devia aderir à Santa Igreja?

Essas interrogações foram calando na mente dos pensadores católicos. Assim incitados, os teólogos aprofundaram o sentido da fórmula «Fora da Igreja não há salvação», de modo que hoje em dia a doutrina católica sobre o assunto se apresenta mais matizada do que antigamente; ela compreende vários itens, correspondentes à índole complexa do problema, itens que vão abaixo discriminados.

2. O sentido genuíno da fórmula
2.1. O axioma «Fora da Igreja não há salvação» há de ser entendido à luz das distinções seguintes :

1)       Há um modo visível de pertencer à Igreja e nela obter a salvação: é o que se dá pela profissão do símbolo de fé e a participação dos sacramentos, principalmente do Batismo e da Eucaristia. Tal é o modo normal de pertencer à Igreja: esta, sendo uma sociedade visível, é natural que os seus membros se denunciem por certas notas visíveis e características. Consequentemente entende-se que é pela adesão explícita e pública à Igreja de Cristo que os homens se devem, em condições ordinárias, encaminhar para a salvação eterna.

2)       Contudo pode também alguém pertencer à Igreja de modo invisível, ou seja, pelo desejo de ser membro da Igreja. Tal desejo, por sua vez, pode ser:

a)        desejo explícito. Supõe-se, no caso, que alguém tenha conhecimento direto de Cristo, da Igreja (que o prolonga no tempo) e da porta de entrada na Igreja (que é o Batismo)...; dado que tal pessoa se disponha a receber o Batismo, mas, por motivo independente de sua vontade, não chegue a ser batizada, diz-se que é membro da Igreja por ter o desejo explícito de Batismo ou o Batismo de desejo. Já S. Ambrósio professava esta doutrina na oração fúnebre de Valentiniano (citada atrás).

De resto, o conceito mesmo de Justiça Divina exige, seja válido para a salvação o desejo do Batismo, desde que não se torne possível receber o próprio sacramento: o Senhor não pode condenar uma alma que Lhe esteja unida pela fé e pelo amor, mas à qual não é dado cumprir tudo que ela em sua fidelidade desejaria cumprir.

Contudo não somente o desejo explícito é capaz de agregar alguém à Santa Igreja... Hoje em dia os teólogos reconhecem igual eficácia ao que chamam

b)       desejo meramente implícito. Como entender isto ?

Admita-se que alguém ignore por completo Cristo e a Igreja ou que só os conheça de maneira inadequada, de modo a não poder sequer conceber a ideia de que a Igreja seja portadora da verdade. Em consequência, vive de inteira boa fé, aderindo a um credo religioso não católico, cujas prescrições procura seguir à risca. Essa pessoa é sinceramente movida por um único desejo: o de se aproximar mais e mais de Deus. Se tivesse evidência de que o caminho para Deus é outro que não o seu, abraçaria imediatamente essa nova vereda. Diz-se então que tal indivíduo adere à Igreja de Cristo sem o saber, pois que a Igreja representa realmente o objeto de suas aspirações; se ele simplesmente a conhecesse ou se a conhecesse mais autenticamente, prestar-lhe-ia sua adesão explícita.

Ora uma situação dessas pode ser até mesmo a de um adversário da Igreja: com efeito, pode acontecer que um homem muito reto sinta que sua consciência se revolta contra a doutrina do primado de São Pedro, por exemplo; uma série de equívocos e preconceitos faz-lhe ver apenas um aspecto dessa doutrina, dando-lhe a crer que se trata de desvirtuamento do Evangelho. Pois bem; se tal pessoa é sincera e humilde, ressentindo-se apenas de falta de conhecimentos claros sobre o assunto (sem que tenha culpa da sua ignorância), tal pessoa é membro invisível da Igreja visível de Cristo; está assim a caminho da salvação eterna, e essa salvação lhe será dada por intermédio da Igreja (da Igreja hierárquica, chefiada por Pedro, que ela rejeita), pois a Igreja, prolongando Cristo na terra, é o canal único pelo qual Deus comunica aos homens toda e qualquer graça de salvação.

Destarte se vê que muitas e muitas almas que estejam de inteira boa fé fora da Igreja visível, pertencem invisivelmente à Igreja sem o saber e sem que a própria Igreja o saiba. A boa fé, no caso, não desculpa propriamente a pessoa de estar fora da Igreja, mas, antes, faz que tal pessoa não esteja fora da Igreja: pertence, sim, invisivelmente à Igreja.

Por conseguinte, o sentido do adágio «Fora da Igreja não há salvação» vem a ser: a salvação só é concedida dentro da Igreja ou por intermédio da Igreja.

Merece atenção o fato de que o Papa Clemente XI, em 1713, condenou a proposição de Quesnel, famoso jansenista : “Fora da Igreja não é concedida graça alguma”. — Extra Ecclesiam nulla conceditur pratia» (Denzinger, Enchiridion 1379).


 

A intenção do Pontífice, ao proferir a condenação, era a de inculcar a seguinte proposição: fora da Igreja não se pode dizer que não há graça sobrenatural; tenha-se por certo, porém, que toda graça aí existente é derivada da Igreja e voltada ou tendente para a Igreja.

2.2. A doutrina acima exposta é não raro apresentada sob a forma da distinção seguinte: os que professam a verdadeira fé e segundo ela vivem, pertencem ao corpo da Igreja. Quanto aos que professam um credo errôneo com sinceridade absoluta ou com toda a boa fé, pertencem à alma da Igreja.

Tal distinção, porém, não é oportuna, porque na verdade não há corpo vivo sem alma; propriamente quem pertence ao corpo, pertence à alma da Igreja. Melhor é falar de «modo visível» e «modo invisível» de pertencer à Igreja.

2.3. Ao passo que o desejo explícito do Batismo desde os primeiros séculos foi tido como suficiente para salvar quem não possa receber o próprio sacramento, a eficácia do desejo implícito (nos termos que acabamos de expor) só em época relativamente recente foi reconhecida pelos teólogos.

Pode-se dizer que foi o Papa Pio IX quem em 1854 deu autoridade a esse novo ponto de vista. Assim se exprimia Sua Santidade:


«É preciso considerar como verdade de fé que, fora da Igreja apostólica romana, ninguém pode ser salvo: que esta é a arca única da salvação e que os que nela não tiverem entrado, perecerão pelo dilúvio.
E é preciso igualmente ter por certo que os que estão na ignorância da verdadeira religião, disto não têm culpa aos olhos do Senhor, caso essa ignorância seja invencível. Quem, porém, seria tão presunçoso que ousasse indicar os limites de tal ignorância, dados os caracteres e as diversidades dos povos, das regiões, dos espíritos e de inumeráveis outros fatores? Não há dúvida, quando, libertados dos vínculos do corpo, virmos a Deus tal como é, compreenderemos quão estreito e maravilhoso é o liame que une a Misericórdia e a Justiça divinas. Mas, enquanto vivemos na terra, acabrunhados por este peso mortal que abate a alma, professemos firmemente que só há um Deus, uma fé, um Batismo (Ef 4,5); indagar além disto, já não é lícito. De outro lado, na medida em que a caridade o requer, formulemos preces assíduas para que todas as nações, de qualquer das partes do mundo, se convertam a Cristo; e trabalhemos com todas as nossas forças para a salvação comum de todos os homens. Com efeito, o braço do Senhor não se tornou exíguo (Is 50,2), e jamais os dons da graça celeste faltarão aos que desejam e pedem, com um coração reto, ser reconfortados por Sua luz» (Denzinger 1647s).

É de notar que nessa alocução o Sumo Pontífice frisa bem a dificuldade de se estabelecerem os limites da boa fé e da culpabilidade nos indivíduos; não há para isso um critério universal, aplicável aos homens de todos os tempos e todas as regiões, mas o julgamento exato das consciências é obra de Deus só. De resto, já os teólogos anteriores a Pio IX faziam a mesma advertência: Suarez (+1617) e os autores de Salamanca (séc. XVIII), por exemplo, julgavam que, mesmo num pais onde a fé católica é professada sem oposição, pode haver hereges ou infiéis que estejam fora de toda influência do Catolicismo e, por conseguinte, não concebam dúvida sobre a veracidade da sua seita.

É de crer que, nas seitas heréticas é cismáticas, a massa do povo, pouco instruída, segue de boa fé seus pastores religiosos e não se propõe o problema da «verdadeira religião». Entre os estudiosos é mais fácil surgirem dúvidas sobre a autenticidade de sua seita, dúvidas que naturalmente tiram a boa fé; todavia Newmann podia afirmar que vivera muitos anos como erudito teólogo anglicano, sem jamais ter concebido a mínima hesitação sobre a veracidade de sua religião. Diz-se que a quase totalidade dos hereges e cismáticos que não se ocupam com a Igreja Católica, está de boa fé.

Perspectivas muito consoladoras são essas... Nem se poderia conceber que a verdade fosse outra. Com efeito, se Cristo veio ao mundo para salvar e não para condenar (cf. Jo 3,17), a existência da Igreja visível de Cristo não poderia ser motivo de condenação para a maioria do gênero humano, que talvez não lhe pertença visivelmente, mas certamente lhe pertence invisivelmente.

2.4. A história contemporânea, de resto, contribuiu para ilustrar e corroborar as vistas largas da teologia no tocante à salvação fora da Igreja visível.

Com efeito, em abril de 1949, o Pe Reitor de «Boston College» (U. S. A.) despediu três professores leigos do seu educandário por ensinarem obstinadamente que, para ser salvos, todos os homens têm que se tornar membros professos da Igreja Católica. O Pe. Leonardo Feeney S. J., que então dirigia a Casa dos Estudantes Católicos junto à Universidade Harvard, de Cambridge (U. S. A.), resolveu tomar publicamente a defesa dos três citados professores, reafirmando a sentença teológica estreita dos mesmos. Frequentemente admoestado a rever tal ponto de vista errôneo, Feeney não se rendeu, pelo que foi finalmente excomungado aos 13 de fevereiro de 1953. Interessa-nos frisar aqui o fato de que o S. Ofício de Roma se aproveitou do ensejo para dirigir uma carta ao Cardeal Cushing, arcebispo de Boston, expondo o autêntico pensamento da Igreja sobre o assunto (o documento datado de 8 de agosto de 1949 só foi tornado público em 1952, poucos meses antes da excomunhão de Feeney. Eis um dos trechos mais salientes de tal carta:

«Entre os mandamentos de Cristo não é de pouca importância aquele que preceitua, nos incorporemos pelo Batismo ao Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, e prestemos nossa adesão a Cristo e ao seu Vigário, (Vigário) pelo qual o próprio Cristo na terra governa, de modo visível, a Igreja.

Por conseguinte, não se salvará quem, consciente de que a Igreja foi divinamente instituída por Cristo, não obstante se recuse a se lhe submeter e denegue obediência ao Romano Pontífice, Vigário de Cristo na terra...

Todavia, para que alguém possa obter a salvação eterna, não se requer sempre que seja atualmente incorporado à Igreja como membro, mas é necessário, ao menos, que lhe esteja unido por desejo e voto.

Este desejo, porém, não deve ser sempre explícito, como ele o é nos catecúmenos. Dado que o homem esteja envolvido em ignorância invencível, Deus aceita igualmente o desejo implícito, o qual é assim chamado por estar incluído naquelas boas disposições de alma que levam alguém a querer conformar sua vontade com a vontade de Deus.

Estas verdades são claramente ensinadas na Carta Dogmática «A respeito do Corpo Místico de Jesus Cristo», publicada pelo Sumo Pontífice o Papa Pio XII aos 29 de junho de 1943...

No fim dessa Encíclica, o Sumo Pontífice, movido de profundo afeto, convida à unidade os que não pertencem ao Corpo da Igreja Católica; menciona então «os que por certo e inconsciente desejo e almejo estão voltados para o Corpo Místico do Redentor»; estes tais, Sua Santidade de modo nenhum os exclui da salvação eterna; afirma, porém, que se acham em condições «nas quais não podem estar certos de sua salvação eterna... visto que permanecem privados dos muitos dons e auxílios celestiais dos quais somente na Igreja Católica se pode usufruir».

Com estas sábias palavras, tanto reprova aqueles que excluem da salvação eterna os que, por desejo implícito apenas, estão unidos à Igreja, como rejeita os que falsamente asseveram que os homens podem ser salvos tão bem numa religião como em qualquer outra...» (Carta publicada em «The American Ecclesiastical Review» 127 [1952] 307-315).

Como se vê, o axioma «Fora da Igreja não há salvação», devidamente entendido, está longe de significar estreiteza e mesquinhez. Ele não é mais exigente do que a Verdade é exigente!

Dom Estêvão Bettencourt (OSB)

FONTE: Www.afecatolica.com/

Esfinge, ou Espiritismo?


Esfinge, ou Espiritismo?

Francis Bacon eu seu livro A Sabedoria dos Antigos faz uma analogia entre a Esfige e a Ciência, que aqui eu apresento só que fazendo a mesma analogia com a Doutrina Espírita em troca da Ciência.



Você esta preparado para decifra-la?

domingo, 7 de agosto de 2016

Falcatrua Espírita

Falcatrua Espírita usa nome de São Jerônimo

Por Fernando Nascimento

O que vamos ver a seguir é a desonestidade descarada dos escritores espíritas, em vãs tentativas de forjar crédito para a farsa da reencarnação adulterando textos dos Pais da Igreja.

O escritor espírita Léon Denis em seu livro “Cristianismo e Espiritismo” diz que São Jerônimo, o tradutor da Bíblia Vulgata, “afirma que a transmissão das almas fazia parte dos ensinos revelados a um certo número de iniciados” , porém não faz alusão à qualquer fonte.

O livro “O Espiritismo e as Igreja Reformadas” (de Jayme Andrade, editora EME, quarta edição), dedica o capítulo VII, parte 3 ao estudo da reencarnação na história e lá preenche tal lacuna assim:

“São Jerônimo afirmou (Hyeron, Epistola ad Demeter) que a 'doutrina das transmigrações era ensinada secretamente a um pequeno número, desde os tempos antigos, como um verdade tradicional que não devia ser divulgada.' Esse mesmo Pai se mostra crente na preexistência, em sua 94ª Carta a Ávitus.”

José Reis Chaves, em “A Reencarnação na Bíblia e na Ciência”, 7ª ed., ebm, cap VI; faz coro com Andrade:

“São Jerônimo (...) também aceitava a reencarnação. Aliás talvez seja por isso que a Igreja pouco fale de São Jerônimo. Ele afirma que a transmigração das almas foi ensinada durante um longo tempo na Igreja. (9). Muito do que escreveu São Jerônimo escreveu está em forma de cartas. Em suas Cartas a Avitus, imperador romano, Jerônimo fala sobre a reencarnação (transmigração das almas) (10). E eis o que escreveu São Jerônimo: “A transmigração das almas é ensinada secretamente a poucos, desde os mais remotos tempos, como uma verdade não divulgável.(11)"

As notas de rodapé são:

(9) Evangelho Esotérico de São João, pág. 68, Paulo le Cour, São Paulo, 1993.

(10) Vidas Passadas – Vidas Futuras, pág. 237, Dr. Bruce Goldberg, Editorial Nórdica Ltda. Rio de Janeiro, 1993.

(11) O Mistério do Eterno Retorno, pág. 123, Jean Prieur, Editora Best Seller, São Paulo, SP.

A Verdade:

Começando com a carta a Demetrius, pode-se constatar, procurando nos originais:

http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.v.CXXX.html , que NÃO existe tal referência elogiosa à doutrina da transmigração na carta a Demetrius. Pelo contrário, o que se encontra é:


"Este ensinamento perverso e ímpio foi anteriormente amadurecido no Egito e no Oriente e agora que embosca secretamente como uma víbora em sua toca muitas pessoas daquela região, corrompendo a pureza da fé e gradualmente tocando conta de forma silenciosa como um mal hereditário, até atacar um grande número."

Continuando: a Carta a Ávitus é de número 124 (desconheço outra seqüência que a

enquadre na 94ª posição).

São Jerônimo morreu em 420, não conhecendo nenhum “imperador” de nome Avitus. O cidadão a que ele faz menção deve ter sido o mesmo que o apresentou a uma mulher de nome Salvina na carta 79ª, datada em 400 d.C. 


A carta a Avitus é datada em 409-10. De fato, existiu um imperador romano de nome Avitus (Marcus Maecilius Flavius Eparchius Avitus) que reinou em 455-6 no ocidente, mais de trinta anos após a morte de Jerônimo. Ele nasceu em 395, logo era muito molequinho quando Jerônimo conheceu Salvina por intermédio do outro Avitus e um rapazola quando a carta em questão foi escrita.

Voltando ao que interessa, J.R. Chaves acerta quando diz que São Jerônimo escreveu sobre a “transmigração das almas” para Avitus. Só esqueceu de dizer que ele desceu o sarrafo em tal doutrina a carta inteira! Confira: http://www.ccel.org/ccel/schaff/npnf206.v.CXXIV.html

Não existe reencarnação, a palavra de Deus diz:

“Está determinado que os homens morram uma só vez e logo em seguida o juízo.” (Hebreus 9,27).

A História do Café da Manhã