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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

ESTUDANDO MEDIUNIDADE 2ºP


ESTUDANDO MEDIUNIDADE 2ºP


O Ato Mediúnico
O ato mediúnico é o momento em que o espírito comunicante e o médium se fundem na unidade psico-afetiva da comunicação. O espírito aproxima-se do médium e o envolve nas suas vibrações espirituais. Essas vibrações irradiam-se do seu corpo espiritual atingindo o corpo espiritual do médium. A esse toque vibratório, semelhante ao de um brando choque elétrico, reage o perispírito do médium. Realiza-se a fusão fluídica. Há uma simultânea alteração no psiquismo de ambos. Cada um assimila um pouco do outro. Uma percepção visual desse momento comove o vidente que tem a ventura de captá-la. As irradiações perispirituais projetam sobre o rosto do médium a máscara transparente do espírito.

Compreende-se então o sentido profundo da palavra INTERMÚNDIO. Ali estão, fundidos e ao mesmo tempo distintos, o semblante radioso do espírito e o semblante humano do médium, iluminado pelo suave clarão da realidade espiritual. Essa superposição de planos dá aos videntes a impressão de que o espírito comunicante se incorpora no médium. Daí a errônea denominação de incorporação para as manifestações orais. O que se dá não é uma incorporação, mas uma interpenetração psíquica, como a da luz atravessando uma vidraça. Ligados os centros vitais de ambos, o espírito se manifesta emocionado, reintegrando-se nas sensações da vida terrena, sem sentir o peso da carne.

O médium, por sua vez, experimenta a leveza do espírito, sem perder a consciência de sua natureza carnal, e fala ao sopro do espírito, como um intérprete que não se dá ao trabalho da tradução.
O ato mediúnico natural é esse momento de síntese afetiva em que os dois planos da vida revelam o segredo da morte: apenas um desvestir do pesado escafandro da matéria densa.

O ato mediúnico normal é uma segunda ressurreição, que se verifica precisamente no corpo espiritual que, segundo o Apóstolo Paulo, é o corpo da ressurreição. O espírito volta à carne, não a que deixou no túmulo, mas a do médium que lhe oferece, num gesto de amor, a oportunidade do retorno aos corações que deixou no mundo. A beleza do reencontro de um filho com a mãe, que estreita o médium nos braços ansiosos e o beija com toda a efusão da saudade materna, compensa de muito a impiedade dos que o acusam de praticar bruxarias. Nos casos de materialização, nada mais belo que Lombroso com sua mãe materializada através da mediunidade de Eusápia Paladino, na sessão a que fora levado pelo Prof. Chiaia, de Milão. Eusápia era uma camponesa analfabeta e mil vezes caluniada. Lombroso, o fundador da Antropologia Criminal, retratou-se na revista Luce e Ombra de seus violentos artigos contra o Espiritismo, e declarou comovido:

"Nenhum gigante do pensamento e da força poderia me fazer o que me fez esta pequena mulher analfabeta: arrancar minha mãe do túmulo e devolvê-la aos meus braços!". Frederico Fígner, introdutor do fonógrafo no Brasil, levou sua esposa desolada a Belém do Pará, na esperança de um reencontro com a menina Rachel, sua filha, que haviam perdido, o que quase os levara à loucura, a ele e à esposa. Procuraram a médium Ana Prado, também mulher do campo, e numa sessão com ela a menina apareceu materializada, estimulando os pais a enfrentarem o caso com serenidade, pois ali estava viva, e falava e os beijava, e, sentava-se em seus colos, provando que não morrera. Fígner, ao voltar para o Rio de Janeiro, dedicou-se dali por diante ao Espiritismo, com a chama da fé acesa em seu coração e no coração da sua esposa. Mas agora uma fé inabalável, assentada na razão e nos fatos.

Quando o ato mediúnico é assim perfeito e claro, iluminado por uma mediunidade esclarecida e devotada ao bem, não há gigante - como no caso de Lombroso - que não se curve reverente ante o mistério da vida imortal. O médium se torna o instrumento da ressurreição impossível, provando aos homens que a morre não é mais do que lapso no intermúndio que separa os vivos na carne dos vivos no espírito. Compreende-se então o fenômeno da Ressurreição de Jesus, que não foi o ato divino de um Deus, mas o ato mediúnico de um espírito que dominava, pelo saber e a pureza, os mistérios da imortalidade.

Quando o ato mediúnico não tem a pureza e a beleza de uma comunicação amorosa, tem o calor da solidariedade humana e é iluminado pela caridade cristã. Numa sessão comum de socorro espiritual, os médiuns sentados ao redor da mesa, os doutrinadores a postos, espíritos sofredores e espíritos maldosos e vingativos, sob controle dos orientadores espirituais, são aproximados de médiuns que desejam servi-los. O quadro é bem diferente dos que apresentamos acima. Não há beleza nem serenidade nos espíritos comunicantes, nem resplendor ou transparência em suas faces. Há desespero, dor, expressões de rebeldia ou ímpetos de vingança.

Os médiuns sentem-se inquietos, não raro temerosos, aproximação dos comunicantes é incômoda, desagradável. As vibrações perispirituais são ásperas e sombrias. O vidente se aturde com aquelas figuras pesadas e escuras que transtornam a fisionomia dos médiuns. Mas na proporção em que os doutrinadores encarnados dão o socorro de suas vibrações e de seus argumentos fraternos aos necessitados, o quadro se modifica com as luzes vacilantes que se acendem nas mentes conturbadas. Os guias espirituais manifestam-se em socorro dos doutrinadores e suas vibrações acalmam a inquietação do ambiente. O trabalho é penoso.

Criaturas recalcitrantes no mal recusam-se a compreender a realidade negativa em que se encontram, Espíritos vencidos pelas dores de encarnações penosas mostram-se revoltados. Os que trazem o coração esmagados por injustiças e traições exigem vingança e fazem ameaças terríveis. Mas a palavra fraterna, carregada de bondade e amor, iluminada pelas citações evangélicas, vai aos poucos amortecendo as explosões de ódio. Às vezes a autoridade do dirigente ou de um espírito elevado se faz sentir, para que os mais rebeldes compreendam que estão sob um poder persuasivo, mas enérgico. Uma pessoa que desconheça o problema dirá que se encontra numa sala de hospício sem controle ou assiste a um psicodrama de histéricos em desespero. Psicólogos sistemáticos ririam com desdém.

O dirigente dos trabalhos parece um leigo a brincar com explosivos perigosos. Fanáticos de seitas dogmáticas julgam assistir a uma cena de possessão diabólica. Mas a sessão chega ao fim com a tranqüilização total do ambiente. Um espírito amigo comunica-se com palavras de agradecimento. Em silêncio, todos ouvem a prece final de gratidão aos espíritos bondosos que ajudaram a socorrer as sombras sofredoras. É estranho que todos estejam bem e satisfeitos com o resultado dos trabalhos. As pessoas beneficiadas comentam suas melhoras. O ambiente é de paz, amor e satisfação pelo dever cumprido.

Numa sessão de desobsessão para casos graves, com poucos elementos, sem a assistência numerosa do socorro geral, as comunicações são violentas, os médiuns sofrem, gemem, gritam e choram. O dirigente e os doutrinadores permanecem tranqüilos, aparentemente impassíveis, e os doutrinadores usam de palavras persuasivas, de atitudes benignas. Nada de ameaças e exprobrações violentas, como nas praticas antiquadas do exorcismo arcaico, vindo das profundezas do Egito, da Mesopotâmia, da Palestina. Nada de velas acesas, de símbolos sacramentais, de expulsão de entidades diabólicas. A técnica é de persuasão, de esclarecimento racional. Uma menina de quinze anos chega carregada pelos pais.


Há uma semana dormia em estado cataléptico. Às primeiras tentativas de despertá-la, agita-se e leevanta-se furiosa, aos gritos. Quatro ou cinco homens não conseguem contê-la, parece dotada de força indomável. Mas pouco a pouco se acalma, chora baixinho e volta ao seu estado natural de menina graciosa e frágil. Retira-se da reunião como se nada demais tivesse acontecido. Despede-se alegre. Corre para a rua e toma o automóvel que a trouxe como se voltasse de um passeio. O ato mediúnico foi violento, assustador. Mas o resultado da prece, dos passes, das doutrinações amorosas foi surpreendente. Poucos perceberam que, naquele corpinho de menina as garras da vingança estavam cravadas, tentando rasgar a cortina piedosa que vela os ódios do passado.

No ato mediúnico a criatura humana recupera os tempos esquecidos e se revê na tela das experiências mortas. E mais uma vez a morte lhe parece como pura ilusão sensorial, pois tudo quanto havia desaparecido numa cova renasce de repente nas águas amargas da provação. A mediunidade funciona como um radar sensibilíssimo voltado para os caminhos perdidos. Nem sempre a tela da memória consegue reproduzir as imagens distantes, mas nas profundezas do inconsciente recalques antifreudianos esperam a catarse piedosa da comunicação absurda, em que os diálogos da caridade parecem brotar de terríveis mal entendidos.

Uma mulher não entendia porque o espírito comunicante a acusava de atrocidades que jamais praticara e a chamava de Condessa. Achou que tudo aquilo não passava de uma farsa ou de um momento de loucura. Mas quando, aconselhada pelo doutrinador, pediu perdão ao espírito algoz e chorou sem querer e sem saber por qual motivo o fazia, sentiu profundo alívio e nos dias seguintes os seus males desapareceram. As lágrimas de uma criatura, que a amnésia tornou inocente, podem comover um coração embrutecido no desejo de vingança. Mas quem fará o encontro necessário para o ajuste dos velhos erros e crimes, se o médium não se oferecer na imolação voluntária de si mesmo para apaziguar com a palavra do Mestre?

A responsabilidade espiritual do médium reflete-se no espelho de cada um dos seus atos de caridade mediúnica. O mediunato não é uma sagração ritual inventada pelos homens. Nasce das leis naturais que regem consciências no fluir do tempo, no suceder das gerações e das reencarnações. Um ato mediúnico é o cumprimento de um dever assumido perante o Tribunal de Deus instalado na consciência de cada um. Quando o médium se esquiva a esse cumprimento engana a si mesmo, pensando enganar a Deus. Sua própria consciência se incumbirá de condená-lo quando soar a hora do veredicto irrecorrível. Nada justifica a fuga a um compromisso forjado a custa do sacrifício alheio. As leis morais da consciência têm a mesma inflexibilidade das leis materiais da Natureza. Nossa consciência de relação capta apenas a realidade imediata em que nos encontramos.

Mas a consciência profunda guarda o registro indelével de todos os compromissos assumidos no passado e de todas as dívidas morais que pensamos apagar nas águas do Letes, o rio do esquecimento das velhas mitologias. O rio Letes secou nas encostas áridas do Olimpo, o cenáculo vazio dos antigos deuses. Hoje só temos um Deus, que não precisa vigiar-nos do alto de um monte nem ditar-nos suas leis para serem inscritas em tábuas de pedras. Essas leis estão gravadas a fogo em nossa própria carne. Nossos atos determinam no tempo as situações em que nos encontraremos em cada existência. E o mediunato é o passaporte que Deus nos concede para a libertação do passado através de um só ato, o mais belo e mais honroso de todos, que é o ato mediúnico.

A responsabilidade mediúnica não nos foi imposta como castigo. Nós mesmos a assumimos na esperança de redenção, que não virá do Céu, mas da Terra, da maneira pela qual fizermos as nossas travessias existenciais no planeta, num mar de lágrimas ou por estradas floridas pelas obras de sacrifício e abnegação que soubermos semear. Temos o futuro em nossas mãos, o futuro imediato do dia-a-dia e o futuro remoto que nos esperam nas translações da Terra em torno do Sol. Chegamos assim à conclusão inevitável de que o presente passa depressa, mas o passado reponta em cada esquina do presente e do futuro.

J. Herculano Pires

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Principiante Espírita


O Principiante Espírita


Poucas pessoas conhecem a proposta filosófica do Espiritismo, permanecendo a maioria na superficialidade, não usufruindo da sabedoria que os espíritos superiores passaram a Allan Kardec. A verdadeira fonte das verdades espíritas está na Codificação de Allan Kardec.
Aqui vamos apresentar o livro o principiante espírita para todos que buscam conhecer o que é doutrina espírita.

Conteúdo resumido
Este valioso livrinho contém uma introdução ao conhecimento do mundo invísivel, um resumo da Doutrina Espírita, além de respostas às principais
dúvidas e objeções que se levantam em relação ao Espiritismo.
Contém ainda a biografia de Allan Kardec, por Júlio Abreu Filho.
Sumário
Primeira Parte
» Noções de Espiritismo.............................................................. 3
Noções preliminares...................................................... 3
Os Espíritos..............................................................5
Comunicação com o mundo invisível ........................................7
Fim providencial das manifestações........................................14
Os médiuns ..........................................................................15
Escolhos da mediunidade ..................................................18
Qualidades dos médiuns ...................................................21
Charlatanismo.............................................................23
Identidade dos Espíritos............................................................. 24
Contradições..............................................................25
Conseqüências do Espiritismo..............................................26
Segunda Parte
» Solução de Problemas pela Doutrina Espírita ..................... 30
Pluralidade dos mundos ...................................................30
A alma 30
O homem durante a vida terrena............................................32
O homem após a morte......................................................39
Biografia de Allan Kardec.................................................46


Primeira Parte
Noções preliminares
1. É engano pensar que, para se convencerem, basta aos
incrédulos o testemunho dos fenômenos extraordinários. Aqueles que não admitem a existência da alma, ou Espírito, no homem, também não o admitem fora do homem.
Assim, negam a causa e, em conseqüência, negam os efeitos. Via de regra têm uma idéia preconcebida e um propósito negativo, que impossibilita a
observação exata e imparcial. Com isso levantam problemas e objeções que não podem ser respondidas de modo completo porque cada uma delas exigiria como que um curso, em que as coisas fossem expostas desde o princípio.
Como essas objeções derivam, em grande parte, do desconhecimento das causas dos fenômenos e das condições em que os mesmos se verificam, um estudo prévio teria a vantagem de as eliminar.

2. Imaginam os desconhecedores do Espiritismo que os fenômenos espíritas podem ser produzidos do mesmo modo que as experiências de Física ou de Química. Por isso pretendem submetê-los à sua vontade e se recusam colocar-se nas condições exigidas para poder observá-los.

Como, de início, não admitem a existência dos Espíritos e a sua intervenção, assim desconhecendo a sua natureza e o seu modo de agir, essas pessoas se comportam como se lidassem com a matéria bruta. E porque não conseguem aquilo, concluem que não há Espíritos. Entretanto, se se colocassem em ponto de vista diverso, compreenderiam que os Espíritos não passam de almas dos
homens; que todos nós, após a morte, seremos Espíritos; e que,
então, não teremos disposição para servir de joguete e satisfazer a
fantasia dos curiosos.

3. Mesmo quando certos fenômenos possam ser provocados, não se acham, de modo algum, à disposição de ninguém, por isso que provêm de inteligências livres. Quem se dissesse capaz de os obter sempre que quisesse apenas provaria ignorância ou má-fé. Há que esperar, para os colher de passagem. E, muitas vezes, quando menos se espera é que se apresentam os fatos mais
interessantes e convincentes.

Nisto, como em tudo, os que desejam seriamente instruir-se devem ter paciência e perseverança e se colocar nas condições adequadas. Sem isto melhor será não cogitar do assunto.

4. As reuniões que visam as manifestações espíritas nem sempre se acham em condições adequadas à obtenção de resultados satisfatórios, ou a afirmar convicções. É forçoso, mesmo, convir que por vezes os incrédulos saem menos convencidos do que entraram e lançam em rosto dos que lhes falaram do caráter sério do Espiritismo as coisas ridículas que testemunharam. É verdade que neste particular não são mais
lógicos do que aquele que pretendesse julgar uma arte pelas primeiras demonstrações de um aprendiz, ou uma pessoa pela sua caricatura ou, ainda, uma tragédia por sua paróquia. Também o Espiritismo tem os seus aprendizes.

E quem quiser informar-se não deve buscar os ensinos numa fonte única, porque somente o exame comparado pode permitir se firme uma opinião.

5. Têm as reuniões frívolas o grande inconveniente de dar aos novatos, que as assistem, uma falsa idéia do caráter do Espiritismo; e os que só hajam freqüentado reuniões de tal espécie não podem levar a sério uma coisa que aos seus olhos é tratada com somenos importância pelos que se dizem seus adeptos. Um estudo prévio ensinar-lhes-á a avaliar o alcance daquilo que vêem e distinguir entre o bom e o mau.

6. Idêntico raciocínio se aplica aos que julgam o Espiritismo pelo que dizem algumas obras esquisitas, que o apresentam de modo ridículo e incompleto.
Não pode o Espiritismo sério responder pelos que mal o compreendem, ou o praticam em desacordo com os seus preceitos, do mesmo modo que não responde a Poesia pelos que
fazem versos maus. Deplora a existência de tais obras, prejudiciais à verdadeira ciência.
Na verdade seria preferível que só as houvesse boas. Entretanto, o maior mal está em que não se dêem ao trabalho de as estudar todas.

Aliás, todas as artes, como todas as ciências, estão no mesmo caso. Não
aparecem tratados cheios de erros e de absurdos sobre as coisas mais
sérias? Por que seria, em particular, o Espiritismo privilegiado, principalmente em seu início?
Se os que o criticam não julgassem pelas aparências, saberiam aquilo
que ele admite e aquilo que ele rejeita e não o responsabilizariam por
aquilo que ele repele em nome da razão e da experiência.
DÚVIDAS USE OS COMENTÁRIOS.

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domingo, 22 de agosto de 2010

Recall para autoridades eleitas no Brasil




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Proposta sugere recall para autoridades eleitas no Brasil

Nos Estados Unidos, um governante que não cumpra seus deveres no cargo ou pratique atos de corrupção pode ser destituído do cargo mediante voto popular, em procedimento conhecido como recall.

Adotado em 18 estados norte-americanos e no Distrito de Columbia, o funcionamento do recall é analisado em pesquisa da Faculdade de Direito (FD) da USP. O autor do estudo, o advogado Caio Márcio de Brito Ávila, recomenda sua implantação no Brasil, a partir de uma mudança na Constituição, a começar pelos municípios pequenos e médios.

A partir de uma petição popular é marcada a votação em que acontece o recall
O recall é utilizado nos EUA para destituir autoridades públicas eleitas (inclusive os juízes), e também para revogar decisões judiciais. “Ele é dividido em duas fases, a fase de petição e a de votação”, afirma o advogado. “O processo se inicia com uma petição com as razões que justificam o recall, que deve conter um número mínimo de assinaturas e um depósito em dinheiro, a título de caução”.

A quantidade de assinaturas necessárias e o valor do depósito variam nos estados em que o recall é permitido nos Estados Unidos, cada um possuindo legislação específica. Após a autoridade receber a notificação de que será submetida a um procedimento de recall, é estabelecido um prazo em que terá a possibilidade de renunciar ao cargo. “Em caso de permanência, é marcada a votação”, ressalta Ávila.
A fase de votação pode acontecer em um único pleito, ou em votações distintas, para decidir pela destituição e escolher o substituto, se necessário, como acontece nos estados da Lousiana, Oregon e Geórgia. “Na Califórnia, o governador Gray Davis foi submetido a recall em 2003, após uma petição popular obter 1,35 milhão de assinaturas, quando o mínimo exigido era de 1,20 milhão”, diz o advogado. “Na mesma votação que destituiu o governador foi eleito seu substituto, o ator Arnold Schwarzenegger, que conseguiu 48% dos votos válidos, numa disputa com 135 candidatos”.

Proposta
O advogado propõe a alteração do artigo 14 da Constituição Federal, que prevê a realização de plebiscitos, referendos e a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular, para incluir o recall. “Em 2005, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresentou um projeto de emenda constitucional, conhecido como PEC 73/2005, que estabelecia a revogação de mandatos por meio de referendo popular”, conta. “A proposta da OAB foi parcialmente inspirada na legislação da Suíça, em que a dissolução do parlamento pode ser votada em referendo, mas ainda não foi apreciada pelo Congresso Nacional”.

A mudança constituc ional estabeleceria o recall em todo o País, em todos os cargos eletivos, mas sua implantação, propõe Ávila, aconteceria por etapas, de início nos pequenos e médios municípios. “Nos EUA, além de não haver previsão na esfera federal, 80% dos procedimentos ocorrem em nível municipal ou local”, observa. “Nesses casos, o recall está ligado à ideia de julgar os governantes da cidade, e o administrador público é visto como um ‘empregado da população’, podendo ser demitido em casos de má gestão ou de corrupção”.

Para estender o recall aos deputados estaduais e federais, seria necessária uma reforma eleitoral. “As eleições parlamentares passariam a ser realizadas no sistema majoritário”, explica o advogado. “Cada estado seria dividido em circunscrições, abrangendo um ou mais municípios, ou, ainda, várias circunscrições numa só cidade nos grandes municípios”.

De acordo com Ávila, “embora a proposta desperte o interesse da população, que teria um instrumento para destituir os detentores de mandatos que não estejam lhe representando de forma adequada, não há interesse na classe política de um modo geral na adoção do recall”. A pesquisa teve orientação do Professor Dalmo de Abreu Dallari, da FD.
Mais informações:
caioavila@uol.com.br

A História do Café da Manhã