O Deísmo difundiu-se fora da Inglaterra como elemento do iluminismo: São Deístas quase todos os iluministas franceses, alemães e italianos.
O Iluminismo (ou esclarecimento, iluminação) caracterizou-se por uma brusca mudança das idéias. Foi um movimento e uma revolta intelectual contra as autoridades, contra o autoritarismo e contra o poder da Igreja, surgido na segunda metade do século XVIII (o chamado "século das luzes") que enfatizava a razão e a ciência como formas de explicar o universo.
O nome se explica porque os filósofos da época acreditavam estar iluminando as mentes das pessoas. É, de certo modo, um pensamento herdeiro da tradição do Renascimento e do Humanismo, por defender a valorização do Homem e da Razão.
Contrapunham-se à fé cega, mais ou menos como o Espiritismo, que prega a “FÉ INABALÁVEL SÓ É A QUE PODE ENCARAR FRENTE A FRENTE À RAZÃO, EM TODAS AS ÉPOCAS DA HUMANIDADE".
Para os iluministas, sua tarefa era a de criar um alicerce para a moral, a ética e a religião, que estivesse em sintonia com a razão imutável do homem.
Segundo essa filosofia, cada pessoa deveria pensar por si própria, e não deixar-se levar por outras ideologias que, apesar de não concordarem, eram forçadas a seguir. Pregavam uma sociedade "livre", com possibilidades de transição de classes e mais oportunidades iguais para todos.
Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês, Rousseau em seu pensamento filosófico, traz a idéia de um princípio inato que permite às pessoas o julgamento de bom e mau, justo e injusto, certo e errado e chamou-o de consciência. Em seu livro O Emílio, Rousseau traz a idéia de que a tarefa do educador não é a de ensinar a virtude e a justiça, e sim possibilitar ao educando o discernimento, através do uso da razão, das fontes internas e externas de perturbação, para que possa manter a sua natureza sem ser corrompido.
O que é o Deísmo?
É uma doutrina que considera a razão como uma via capaz de nos assegurar da existência de Deus, desconsiderando, para tal fim, a prática de alguma religião denominacional.
As Características Deístas versus as Características Espíritas
• 1- Acredito em um Deus, mas não pratico nenhuma religião em particular;
• 2- Acredito que a palavra de Deus são as leis da natureza e do Universo, não os livros ditos "sagrados" escritos por homens em condições duvidosas;
• 3- Gosto de usar a razão para pensar na possibilidade de existência de outras dimensões, não aceitando doutrinas elaboradas por homens;
• 4- Acredito que os ideais religiosos devem tentar reconciliar e não contradizer a ciência.
• 5- Creio que se pode encontrar Deus mais facilmente fora do que dentro de alguma religião;
• 6- Desfruto da liberdade de procurar uma espiritualidade que me satisfaça;
• 7- Prefiro elaborar meus princípios e meus valores pessoais pelo raciocínio lógico, do que aceitar as imposições escritas em livros ditos "sagrados" ou autoridades religiosas;
• 8- Sou um livre-pensador individual, cujas convicções não se formaram por força de uma tradição ou a "autoridade" de outros;
• 9- Acredito que religião e Estado devem ser separados;
• 10- Prefiro me considerar como um ser racional, ao invés de religioso;
As Características Espíritas
1- Acredita em um Deus, como causa primaria de todas as coisas
2 – Acreditam que a palavra de Deus são as leis da natureza e do Universo, não os livros ditos "sagrados" escritos por homens em condições duvidosas; usando para avaliação o C.U.E. E
3 - Gosta de usar a razão para pensar na possibilidade de existência de outras dimensões, não aceitando doutrinas elaboradas por homens; (FÉ INABALÁVEL SÓ É A QUE PODE ENCARAR FRENTE A FRENTE À RAZÃO)
4 - Acredita que os ideais religiosos devem tentar reconciliar e não contradizer a ciência.
5 - Creio que se pode encontrar Deus mais facilmente fora do que dentro de alguma religião (653. A adoração necessita de manifestações exteriores? — A verdadeira adoração é a do coração. Em todas as vossas ações, pensai sempre que um senhor vos observa.)
Mas o iluminismo não foi só Rousseau. Houve muitos outros pensadores, um deles era Immanuel Kant, nasceu na Alemanha(1724 – 1804) é seu um dos mais influente livros da moderna filosofia, "Crítica da Razão Pura", onde desenvolve a um argumento metafísico para mostrar que, em suma, apesar de não podermos saber necessariamente verdades sobre o mundo "como ele é em si" (por estarmos forçados a perceber e a pensar acerca do mundo de uma certa forma), apenas podemos saber com certeza um grande número de coisas sobre "o mundo como ele nos aparece".
Na Alemanha, o movimento iluminista é conhecido com Aufklãrung (Ilustração) entendida como a saída do homem de sua menor idade, da qual ele é o próprio responsável. No momento que abdica de fazer uso de seu raciocínio.
Kant a moral e Kardec
Analisando os princípios morais Kant conclui que a vontade humana é verdadeiramente moral quando regida por imperativos categóricos.
A norma moral “não roubar” para o religioso cristão se funda no sétimo mandamento de Deus; Para Kant, a norma moral se enraíza na própria natureza da razão: ao aceitar o roubo e conseqüentemente o enriquecimento ilícito, elevado a máxima pessoal ao nível universal, haverá uma contradição: se todos podem roubar, não há como manter a posse do que foi roubado.
O Imperativo Categórico versa sobre uma obrigação moral única e geral, que explica todas as outras obrigações morais que temos: "Age de tal modo que a máxima da tua ação se possa tornar princípio de uma legislação universal". Para Kant, a capacidade de distinguir o que é certo e o que é errado é tão inata quanto às outras propriedades da razão.
Pois Kardec no O Livro dos Espíritos na questão 619 recebe a resposta dos espíritos que Deus deu a todos os Homens a oportunidade de conhecer sua lei, mas os que a compreendem melhor são os que se esforçam para encontrá-la, ou seja, usam a razão e no, 621 a firmam que a lei de Deus esta na consciência.
Assim como Kant que acreditava que a capacidade de distinguir o certo é errado é inato.
E é com o uso da razão e nos estudos da doutrina, que o espírita que se esforça para entender as leis de Deus para mudar sua conduta na sociedade, vai agir de maneira justa e correta moralmente, fazendo isso não visando um suposto bônus hora, muito menos pensando em escapar de um castigo umbralino, ou pelas exigências sociais, mas porque é bom e racionalmente correto fazer.
É fácil perceber a herança iluminista na Doutrina Espírita e como as idéias Deistas está embutido do começo ao fim apesar de Kardec fazer criticas ao sistema deísta na a Gênese.
Todavia, não apenas no método de elaboração o Espiritismo é herdeiro do Pensamento Iluminista, o é também em toda a Teoria Espírita. No “Livro dos Espíritos”, obra que contém a formulação da Codificação Kardeciana resumida em capítulos, encontramos a sua parte terceira dedicada exclusivamente às “Leis morais”, todas elas concebidas, estudadas, utilizadas e defendidas pelo Iluminismo. Pensadores como Rousseau no seu “O Contrato Social”, Montesquieu em “O Espírito das Leis”, Maquiavel (1995) em “O Príncipe”, Descartes em “O Discurso do método”, Voltaire, Diderot, e muitos outros Iluministas escreveram sobre as “Leis históricas do definir”, Leis da sociedade, Lei do Progresso, de Igualdade, de Liberdade, de Justiça e outras.
Quem apagou a Luz?
Entretanto nos dias atuais onde todo mundo é médium, todo mundo psicografa chegando ao ponto de alguns terem sua própria editora, uma avalanche de obras mediúnicas eivadas de revelações bombásticas vem causando curto circuito na luz da razão, que vai se apagando pouco a pouco e diante disso, vamos mergulhando na escuridão do fantástico e retornando ao mundo maravilhoso onde tudo é possível menos ter bom senso.
E, justamente quando se levantam alguns contra toda esta prostituição da doutrina espírita, tentando voltar ao começo para que não se perca de vez o fio da meada, são taxados de retrógrados, fundamentalistas e desatualizados.
Logo os defensores da carnavalização, das misturas marginais perguntam como se fossem doutores em espiritismo; Mas a doutrina se resume aos cinco livros das obras básicas?
Lógico que não, pois observando o aspecto metodológico do trabalho investigativo de Allan Kardec é possível constatar a significativa influência das principais vertentes do pensamento Iluminista (Racionalismo, Experimentalismo, Evolucionismo) sobre o Espiritismo.
Os defensores da atualização da doutrina gostam muito de questionar por que a revelação de 150 anos atrás seria mais válida que a revelação transmitida nos dias de hoje?
Estes mesmos defensores adoram passar informações sem provas, apresentar novidades bombásticas sem evidências, e querem garantir tudo apenas através de argumentações.
Em primeiro lugar dizer que não podemos ficar preso ao que foi dito há 150 anos é uma grande falácia, pois no momento que Kardec afirma; Se algum dia a Ciência comprovar que a Doutrina está errada em algum ponto, cumpre ao espírita abandonar esse ponto equivocado e seguir a orientação da Ciência".
Fica claro que não se aprende doutrina espírita lendo apenas as obras básicas, mas filosofia, biologia, psicologia, neurociência e outras obras do conhecimento humano, pois a doutrina espírita não é obra de romances.
Outra coisa que passa despercebida é que os defensores das atualizações são geralmente terapeutas holísticos, que; Não compreende que o Espiritismo não se contém todo ele no campo mediúnico, conquanto este lhe tenha servido de ponto de partida, como se sabe.
O fenômeno por si só não nos levaria a conseqüências profundas, ou seria apenas objeto de observação ou motivo de deslumbramento, sem a formulação filosófica.
Para ser espírita é preciso conhecer o Espiritismo.
Como afirmou Kardec - "A FORÇA DO ESPIRITISMO ESTÁ EM SUA FILOSOFIA".
E por que não está no fato mediúnico?
Porque o fato prova e convence objetivamente, não há dúvida, porém não elucida os problemas mais graves de nossa vida, por si mesmo, se não tomar a direção filosófica que conduz à inquirição das causas, dos porquês e das conseqüências.
Portanto não é adotando o uso de cromoterapia, aromoterapia, apometria ou qualquer outras manias que vamos estar contribuindo para o avanço da doutrina.
O avanço da doutrina se faz quando as pessoas se libertam do pensamento mágico, pois o amadurecimento está na conquista da autonomia no pensar e agir, é quando o individuo não exercita um olhar critico sobre si mesmo e sobre o mundo permanece infantilizado como Alice no país das maravilhas seguindo o coelho das mistificações.
Basta comparar o dicionário Filosófico de Voltaire x e a Gênese de Kardec para perceber que a doutrina espírita é um farol que ilumina a mente é precisa sim de atualizações, mas das atualizações que a ciência neurológica, que a psicologia e que a física trará.
Voltaire (1694-1778) filósofo francês, um dos mais famosos dos deístas franceses Voltaire, que adquiriu o gosto pela ciência newtoniana, e reforçou inclinações deístas, durante uma visita de dois anos a Inglaterra a partir de 1726.
Milagre segundo Voltaire
Um milagre é a violação das leis matemáticas, divinas, imutáveis, eternas. Mediante essa única exposição, um milagre é uma contradição nos termos. Uma lei não pode ser mutável a violada. Mas uma lei, diz-se-lhes, sendo estabelecida por Deus mesmo, não poderá ser suspensa pelo seu autor?
(...) Demais, Deus nada pode fazer sem razão; ora, que razão poderia levá-lo a desfigurar por algum tempo a sua própria obra? É em favor dos homens, diz-se-lhes. Será, pois, ao menos em favor de todos os homens respondem eles: pois é impossível conceber que a natureza divina trabalhe para alguns homens em particular e não para todo o gênero humano; mesmo o gênero humano é pouca coisa: é muito menos do que um pequeno formigueiro em comparação com todos os entes que preenchem a imensidão. Ora, não é a mais absurda das loucuras imaginarem que o Ser Infinito invertesse em favor de três ou quatro centenas de formigas nesse pequeno pedaço de lodo, o movimento eterno dessas molas imensas que fazem mover o inteiro universo?
Os Milagres segundo Kardec
A Gênese Segundo o Espiritismo (Resumo) - Parte 9
O Espiritismo não faz milagres Sendo o Espírito a alma sobrevivente à morte do corpo, sua existência é perfeitamente natural, durante ou após a encarnação. Como o princípio espiritual e material "reagem incessantemente um sobre o outro", formando um conjunto harmonioso, representam duas partes de um todo, "tão natural uma quanto à outra".
Faz Deus milagres?
"Não sendo necessários os milagres para a glorificação de Deus, nada no Universo se produz fora do âmbito das leis gerais. Deus não faz milagres, porque, sendo, como são perfeitas as suas leis, não lhe é necessário derrogá-las".
Apenas um adendo sobre Física x Espiritismo. (Alexandre Fontes da Fonseca)
Uma das questões mais fundamentais que a Doutrina Espírita trouxe é a definição do Fluido Universal. Um trecho do ítem 3 do capítulo VI de A Gênese esclarece o tema: “(...) podemos colocar, como princípio absoluto, que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, seja sob o ponto de vista de sua constituição íntima, seja sob o aspecto de sua ação recíproca, não são, de fato, mais do que modos diversos sob os quais a matéria se apresenta; senão variedades, nas quais se transformam, sob direção das forças inumeráveis que a governam. (...)”.
O texto acima foi escrito em 1868. Impossível enumerar as conquistas da ciência desde o ano da publicação do citado livro até os dias atuais. No entanto, o que prevalece é que esse e os outros princípios fundamentais do Espiritismo permanecem inalterados mesmo diante de tantas revoluções no conhecimento científico como o surgimento da Física Moderna que abala qualquer um com suas visões da realidade.
Físico por formação, Alexandre conseguiu aliar sua atividade de físico e pesquisador a Doutrina Espírita. Atualmente fazendo pós-doutoramento nos Estados Unidos e também no Instituto de Física da USP
Portanto eu continuo convidando vamos voltar a Kardec, pois sua obra é iluminada ou estaremos contribuindo sem perceber para o apagão da razão em pleno século XXI.
Podemos e devemos ler de tudo, o que não devemos fazer é tomar por principio doutrinário a opinião individual de um espírito ou médium. Este artigo não termina aqui agora a decisão é sua.
Lembrando a afirmativa de Kardec: “Na ausência de fatos, a dúvida é a opinião do homem prudente”.
Francisco Amado।
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