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sábado, 5 de dezembro de 2009

O Que é Espiritismo?


O Que é Espiritismo?

Afinal, o que é Espiritismo?

Carlos Imbassahy

No movimento espírita brasileiro e talvez no exterior também, há diversas correntes de seguidores que se orientam, cada qual, segundo suas tendências, optando por autores diversos como Ramatis, Ubaldi, Trincado na literatura hispano-americana, além dos que preferem a literatura mediúnica, orientando-se por autores como Emmanuel, André Luiz e que mais.

Para estes, a verdadeira doutrina é a que seguem e que seria o Espiritismo em si, só que, em detrimento de Kardec.

Dessa forma, poucos são os que conhecem as obras da codificação e alguns, apenas, por citações, a ponto de ignorarem conceitos e fundamentos pregados pelo mestre lionês, alguns, até, negando tais postulados e poderíamos citar uma enormidade de casos, todos eles devidamente documentados ou testemunhados.

Por causa disso, se há uma obra de Kardec que é inteiramente relegada e, até mesmo dispensada, esta é seu livro intitulado “O Que é o Espiritismo” e que, segundo o próprio Kardec, deva ser o primeiro livro a ser lido por aquele que deseje saber a resposta do seu título (ver Livro dos Médiuns, cap. III, item 35 – 5ª ed. francesa revue par Monsieur Allan Kardec). Então, é o próprio codificador que diz que, aquele que desejar conhecer o Espiritismo, deve começar por este livro, em primeiro lugar, pois é nele que seu autor tira as principais dúvidas apresentadas pelos seus incipientes leitores. Depois, recomenda Kardec que leia O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e, em quarto lugar, como básico, uma seleção que ele próprio fez de artigos publicados na Revue Spirite e que inseriu num volume, após ter escrito “A Gênese”.

E não cita mais nada como básico, o que nos faz concluir que suas nove obras restantes, além do livro póstumo publicado por sua viúva Amélie Boudet, são complementares e essenciais para conhecimento pleno da codificação, contudo, sem representar nenhum ponto fundamental.
E nisto reside o básico da doutrina dos Espíritos.

Acontece que, os que seguem outra linha distinta e, por vezes, conflitante com Kardec, não se conformam com esta realidade e tentam, por todas as formas, negar estes fatos, inclusive, tentando excluir da coleção espírita o livro recomendado por Kardec para o iniciante, a ponto de os roustaingistas inventarem um Pentateuco espírita, coisa absurda e inconcebível, só para tentarem impor apenas os cinco livros mais conhecidos como sendo os principais, contrariando, desta forma, a referida afirmativa de Kardec.

Os evangélicos, por exemplo, não se conformam com a definição que Kardec dá de Espiritismo, contida no preâmbulo do livro básico e que não o classifica como sendo uma doutrina cristã, embora, para eles, ela o seja. Em nenhum momento, porém, Kardec, apesar de citar Jesus como exemplo, nunca se refere a ele como Guia do planeta Terra e nem teria lógica que tal Guia se encarnasse por período restrito e deixasse a Espiritualidade que envolve nosso planeta completamente abandonada à sua sorte.

Não nos esqueçamos de que, se, para as doutrinas cristãs, segundo a Bíblia, a Terra é o centro da criação divina e os homens a obra prima, o mesmo não ocorre com a opinião de Kardec contida em “A Gênese” onde ele mostra um Universo com mundos superiores e mundos inferiores ao nosso. Como tal, não poderíamos ser a obra exclusiva da Criação.

Estes mesmos evangélicos alegam, em seu favor, que Kardec escreveu um livro – O Evangelho Conforme o Espiritismo – dedicado ao estudo correlato com os textos bíblicos do Novo Testamento esquecendo-se de que este livro não é uma apologia aos versículos em questão, mas um ensaio e crítica onde seu autor faz severas ponderações a respeito dos mesmos, sem nunca sequer, considerá-los como sendo a base do seu trabalho.

E a coisa se torna muito mais grave porque, mensagens mediúnicas de um padre jesuíta passaram a ter mais valor do que a obra de Kardec, a ponto de contestarem tópicos doutrinários estabelecidos, usando a obra ditada por este padre para tal contestação.
Um exemplo é aquele em que, no livro “O Céu e o Inferno” Kardec defende a invocação dos desencarnados, condenada por Paulo, o apóstolo e por este Espírito que conserva sua índole jesuítica seguindo o grande inspirador da obra eclesiástica relativa à vinda de Jesus nascido na Galiléia. E assim, muitos outros exemplos.

Se Kardec não representa, para eles, a expressão da verdade – direito que lhes assiste –, então, não é justo que se considerem espíritas em detrimento dos conceitos do codificador e que sejam eles os detentores da verdadeira doutrina dos Espíritos.
Com relação a Ubaldi, o assunto é inteiramente superado pelos conceitos científicos errôneos que “Sua Voz” emitiu em “A Grande Síntese”। Se não há coerência com as verdades científicas já conhecidas e evidenciadas, sua obra deixa de ter valor de revelação e passa a ser mais uma literatura de fancaria, ou seja, visando ao engodo do leitor com resquícios de pseudo-sabedoria.

Ramatis, com sua obra carro-chefe intitulada “O Planeta Marte e os Discos Voadores” deixou de ser levado a sério a partir do momento em que a primeira sonda espacial pousou naquele planeta e não foi encontrada nenhuma base das referidas espaçonaves.

Cabe, ainda, acrescentar a última contestação: Espiritismo foi um neologismo criado por Allan kardec para definir a doutrina por ele codificada, logo, não se poder dar esse mesmo nome a qualquer outra obra, mesmo que ela seja autêntica, verdadeira e que seja de maior profundidade do que a codificação porque Espiritismo é o trabalho do mestre lionês.

E assim por diante: cada obra que surge tentando alterar a codificação, acaba pecando pela falta de fundamento. E, se repetirmos a pergunta: – afinal, o que é o Espiritismo? – A resposta será uma só :O Espiritismo é o que Kardec definiu no preâmbulo do livro onde ele tenta mostrar para o neófito o que o mesmo vem a ser:
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal. (sic)
O resto é pura invencionice.

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