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terça-feira, 4 de maio de 2010

Deturpação do Espiritismo



Radiografia da Deturpação do Espiritismo


Carlos Imbassahy

A deturpação do Espiritismo começou logo que ele se instalou no Brasil. Os primeiros espíritas não tiveram estrutura mental e emocional para absorver o pensamento de Allan Kardec. Derivaram para o evangelismo, atendendo às próprias tendências: fruto do roustainguismo.

O movimento espírita engatinhou pelo menos 50 anos até que veio o “boom” de Chico Xavier. Desde então verificou-se que o roustainguismo estava visceralmente infiltrado no pensamento espírita brasileiro, influenciado por Bezerra de Menezes e seus parceiros, com a fundação da Federação Espírita Brasileira.

Isso porque Emmanuel, guia de Chico Xavier, só fez acentuar esse desvio fundando oficialmente a Religião Espírita e referendando a cristolatria inaugurada pelo Anjo Ismael. Ambos afirmaram, como Espíritos Superiores, que o Espiritismo tem por missão restaurar o evangelho e como tal existe entre ele e as igrejas cristãs um laço muito forte, mesmo que estas o rejeitem.


Esse afastamento da real estrutura do Espiritismo Kardecista originou uma sub doutrina espírita, um pseudo-Espiritismo, cujos alicerces repousam claramente nas idéias de Roustaing, Emmanuel e outros ligados ao cristianismo. Tornou-se aceito porque os dirigentes espíritas de todos os níveis, em sua esmagadora maioria, desconhecem o pensamento de Allan Kardec. Oriundos do catolicismo sentem-se “em casa” com essa derivação evangélico-mediúnica a que se reduziu o projeto inicial do fundador do Espiritismo.

A imagem do Espiritismo brasileiro é religiosa, confundida com a umbanda e cultos afro-católicos. Todo o esquema de atuação está assentado sobre os pressupostos do catolicismo, isto é, culpa e castigo e esse é o pensamento central desse pseudo-Espiritismo. Além de Roustaing, outros personagens entram nessa história: Emmanuel (Chico Xavier) Joanna de Angelis ( Divaldo Franco), Edgard Armond e até Pietro Ubaldi, bem como outros que nada têm com o pensamento de Kardec. Aliás, ele é o grande excluído.

Existe um grupo de espíritas que se autodenomina de “autênticos kardecistas” e que se esmera num ferrenho combate à Federação Espírita Brasileira e ao roustainguismo, centrados no detalhe absolutamente desprezível do corpo fluídico de Jesus. No dizer de Krishnamurti de Carvalho Dias, esse é o “boi de piranha” que possibilita a entrada de conceitos contrários à grande contribuição kardecista, que é a imortalidade, a lei da evolução, progressiva e contínua.

Entretanto, esse grupo “autêntico”, curiosamente, aceita o aspecto religioso do Espiritismo e de certa forma a cristolatria roustainguista ao apoiar-se nas teses de Emmanuel sobre a evolução em linha reta e o papel de “governador” do planeta atribuído ao Cristo, quando nada disso pode ser autenticamente encontrado no pensamento genuíno de Kardec.

Enfim, os combates margeiam o político e o imaginário, pois esses tais de “espíritas autênticos” continuam acreditando que Kardec foi apenas o codificador e não o fundador do Espiritismo. E ainda continuam atrás do mito cristão do salvador e do mito judaico do messias.

Não aprenderam a lição histórica da evolução geral e do sentido progressista de Kardec. Apegam-se ao aspecto místico da revelação sobrenatural, na chefia mítica de Jesus Cristo, como “o Espírito da Verdade” e daí por diante.

Há mais de 30 anos estamos lutando, muitas vezes solitariamente, pela instalação da doutrina kardecista, única forma de salvar o Espiritismo fundado por Allan Kardec de naufragar. Porque o Espiritismo que se pratica e se propaga no Brasil, de modo geral, não foi fundado e nem codificador por Kardec.

FONTE: Sala Filosofia Espírita - Pal Talk.

4 comentários:

É bem verdade que o processo pelo que passou o Espiritismo esteja longe das possíveis idéias inicias de Kardec. É bem possível que a instauração da FEB, alicerçada na idéia de J.P. Roustaing seja de fato um entrava maior para a "verdaderia" Doutrina Espirita. MAs acima de tudo o esquecimento absoluto da Trilogia Kardequiana, Filosofia, Religião e Ciência, é o que mais me assusta. Essa disassociação da idéia inicial acabou por criar excrescencias que raiam o absurdo, haja vista a nova forma de "vendilhões do templo" que fazem os "palestrantes" espíritas, vendendo em suas palestras de tudo, livros, dvd, cd... SIM! Houve uma ruptura com o pensamento de Kardec e a "evangelização" em detrimento da fé raciocinada ganhou de vez com o advento da mensagem evangelizadora de Emmanuel, não que o vejamos com olhos ruins, não! Antes representa um dos aspectos do espiritismo, mas não o todo.... de qualquer forma, a todos nós cabe o restauro aos princípios da verdade e da codificação, pois embora o "igrejismo" tenha permeado todo o movimento, muitos dos sequidores ainda não se contaminaram... muita paz!

Adriano de onde tu tirou esta triologia?

De kardec que não fui qualquer duvida consulte este blog.

Ola Amigo.
Você atacou um ponto nevrálgico e Concordo com o amigo Adriano. Temos que ter muita responsábilidade em compreender e transmitir a doutrina segundo a codificação de Kardec.
Abraços
Edegard

Oi! Infelizmente não consegui ler porque com o fundo branco e as letras claras não deu para ler.

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