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sábado, 16 de janeiro de 2010

O Espiritismo e as Almas Gêmeas



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O Espiritismo e as Almas Gêmeas

No sagrado mistério da vida, cada coração possui no Infinito a alma gêmea da sua, companheira divina para a viagem à gloriosa imortalidade.
Criadas umas para as outras, as almas gêmeas se buscam, sempre que separadas. A união perene é-lhes a aspiração suprema e indefinível. Milhares de seres, se transviados no crime ou na inconsciência, experimentam a separação das almas que os sustentam, como a provação mais ríspida e dolorosa, e, no drama das existências mais obscuras, vemos sempre a atração eterna das almas que se amam mais intimamente, evolvendo umas para as outras, num turbilhão de ansiedades angustiosas, atração que é superior a todas as expressões convencionais da vida terrestre. Quando se encontram, no acervo dos trabalhos humanos, sentem-se de posse da felicidade real para os seus corações — a da ventura de sua união, pela qual não trocariam todos os impérios do mundo, e a única amargura que lhes empana a alegria é a perspectiva de uma nova separação_pela_ morte, perspectiva essa que a luz da Nova Revelação veio dissipar, descerrando para todos os espíritos, amantes do bem e da verdade, os horizontes eternos da vida.
Encontramos tal ensinamento no livro O CONSOLADOR – 16a. edição - Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito Emmanuel (41a - página 185 questão 323 )

A verdade é que somos individualidades, e, como tal, não há espíritos que se complementem uns aos outros, como se por si só não fossem inteiros, um! O que existem são Espíritos com profundos laços de afinidade, que muitas vezes se encontram na vida enquanto encarnados.

A crença na alma gêmea vem da lenda de que o Criador ao fazer o homem teria percebido que sua obra estaria incompleta, teve então a idéia de retirar do próprio homem uma parte e assim criou a mulher. Desde este momento, homem e mulher vivem a busca da sua outra metade para serem felizes.

A Doutrina Espírita é taxativa em afirmar que “não existe união particular e fatal entre duas almas”, isto é, não existem almas gêmeas.

Duas almas podem ser afins, absolutamente simpáticas entre si, concordantes em interesses e tendências, mas não são complementos uma da outra. Cada ser possui uma individualidade, é único, e não necessita de um outro pedaço para se plenificar, até porque, sendo espírito imortal, poderá encontrar diversos outros espíritos e nutrir sentimentos de amor.
Onde encontramos estas informações? No O Livro dos Espíritos.

Questão 298. As almas que devam unir-se estão, desde suas origens, predestinadas a essa união e cada um de nós tem, nalguma parte do Universo, sua metade, a que fatalmente um dia reunirá?
“Não; não há união particular e fatal, de duas almas. A união que há é a de todos os Espíritos, mas em graus diversos, segundo a categoria que ocupam, isto é, segundo a perfeição que tenham adquirido. Quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males dos humanos; da concórdia resulta a completa felicidade.”

298. As almas que se devem unir estão predestinadas a essa união desde a sua origem, e cada um de nós tem, em alguma parte do Universo, a sua metade, à qual algum dia se unirá fatalmente?

— Não; não existe união particular e fatal entre duas almas. A união existe entre os Espíritos, mas em graus diferentes, segundo a ordem que ocupam, ou seja, de acordo com a perfeição que adquiriram: quanto mais perfeitos, tanto mais unidos. Da discórdia nascem todos os males humanos; da concórdia resulta felicidade completa.

299. Em que sentido se deve entender a palavra metade, de que certos Espíritos se servem para designar os Espíritos simpáticos?

—A expressão é inexata; se um Espírito fosse a metade de outro, quando separado estaria incompleto.

300. Dois Espíritos perfeitamente simpáticos quando reunidos ficarão assim pela eternidade ou podem separar-se e unir-se a outros Espíritos?

— Todos os Espíritos são unidos entre si. Falo dos que já atingiram a perfeição. Nas esferas inferiores, quando um Espírito se eleva, já não tem a mesma simpatia pêlos que deixou.

301. Dois Espíritos simpáticos são o complemento um do outro, ou essa simpatia é o resultado de uma afinidade perfeita?

— A simpatia que atrai um Espírito para outro é o resultado da perfeita concordância de suas tendências, de seus instintos; se um. devesse completar o outro, perderia a sua individualidade.

302. A afinidade necessária para a simpatia perfeita consiste apenas na semelhança dos pensamentos e sentimentos, ou também na uniformidade dos conhecimentos adquiridos?

— Na igualdade dos graus de elevação.

303. Os Espíritos que hoje não são simpáticos podem sê-lo mais tarde?

— Sim, todos o serão. Assim, o Espírito que está numa determinada esfera inferior, quando se. aperfeiçoar, chegará à esfera em que se encontra o outro. Seu encontro se realizará mais prontamente se o Espírito mais elevado, suportando mal as provas a que se submetera, tiver permanecido no mesmo estado.

303 – a) Dois Espíritos simpáticos podem deixar de sê-lo?

— Certamente, se um deles é preguiçoso.

Resposta de Emmanuel em atenção às objeções da editora (FEB), em relação à aparente divergência entre os textos acima:
“Meu amigo, Deus te abençoe o coração nas lutas materiais. Agradecendo o teu carinho fraterno, na colaboração amiga e sincera de sempre, peço a modificação do texto, do novo trabalho, que deverá ser apresentado nos seguintes termos:
— “Grande número de almas desencarnadas nas Ilusões da vida física, guardadas quase que integralmente no intimo, conservam-se, por algum tempo, incapazes de apreender as vibrações do plano espiritual superior, sendo conduzidas pelos seus guias e amigos redimidos às reuniões fraternas do Espiritismo evangélico, onde, sob as vistas amoráveis desses mesmos mentores do plano invisível, se processam os dispositivos da lei de cooperação e benefícios mútuos, que rege os fenômenos da vida nos dois planos.”
“Devo o pequeno equivoco observado, concedendo à matéria certos ascendentes que só pertencem ao espírito, a perturbações do método de “filtragem mediúnica”, onde o nosso pensamento foi prejudicado.
“Solicitando essa modificação, pediria a conservação, no texto, da humilde exposição relativa à tese das “almas gêmeas”, ainda que, em consciência, sejam os amigos da Casa de Ismael compelidos à apresentação de uma ressalva, em obediência à lealdade de respeitável ponto de vista. A tese, todavia, é mais complexa do que parece ao primeiro exame, e sugere mais vasta meditação às tendências do século, no capítulo do “divorcismo” e do “pansexualismo”, que a ciência menos construtiva vem lançando nos espíritos, mesmo porque, com a expressão “almas gêmeas”, não desejamos dizer “metades eternas”, e ninguém, a rigor, pode estribar-se no enunciado para desistir de veneráveis compromissos assumidos na escola redentora do mundo, sob pena de aumentar os próprios débitos, com difíceis obrigações à frente da Lei.”
Bem lembrando dos meus tempos de exercito, tinha um tenente que adorava usar uma frase que se aplica muito bem aqui.
Explica mas, não justifica. Portanto fico com Kardec.
Nota de Kardec: “A teoria das metades eternas encerra uma simples figura, representativa da união de dois Espíritos simpáticos. Trata-se de uma expressão usada até na linguagem vulgar e que se não deve tomar ao pé da letra. Não pertencem decerto a uma ordem elevada os Espíritos que a empregaram (no sentido de metades eternas - grifo nosso). Necessariamente, limitado sendo o campo de suas idéias, exprimiram seus pensamentos com os termos de que se teriam utilizado na vida corporal. Não se deve, pois, aceitar a idéia de que, criados um para o outro, dois Espíritos tenham, fatalmente, que se reunir um dia na eternidade, depois de haverem estado separados por tempo mais ou menos longo.”

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