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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Como Cientistas Trapaceiam





No blog de George P. Hansen (publicação de 29 de novembro de 2007 ) há uma elucubração sobre os prejuízos à pesquisa psi decorrentes da criação dos termos "Parapsicologia" e "parapsicólogos". Hansen cita um artigo de Ian Stevenson, "Are Parapsychology Journals Good for Parapsychology?", que discute sobre a possível inconveniência de jornais especializados (como o Journal of Parapsychology), quando talvez fosse mais fácil a aceitação de psi pelo mainstream, caso fosse ela discutida dentro da imprensa científica convencional, utilizando-se termos científicos correntes da psicologia e de outras ciências consagradas.

Hansen cita ainda a opinião de Marilyn Schlitz, ex-presidenta da Parapsychological Association, que declarou evitar utilizar a palavra "Parapsicologia" a fim de não sofrer consternação e zombaria. Penso que eles possuem alguma razão, à medida que tal estratégia, sendo mais discreta, poderia despertar menos a prevenção mental sobre assuntos estranhos ao paradigma, se bem que seria difícil não se utilizar termos como telepatia ou clarividência os quais igualmente causam extremo choque e aversão à ciência ortodoxa. Em todo caso, o texto abaixo parece mostrar que a utilização de jornais parapsicológicos tenha sido uma verdadeira necessidade diante da resistência de cientistas frente a assuntos inovadores que venham refutar seus entendimentos estabilizados.

Esta resistência é fundamentada não só no preconceito acadêmico, mas também na própria indisposição psicológica humana em abandonar pilares de conhecimento custosamente construídos, mesmo havendo evidências de que estejam em bases falsas. Mas a resistência pode também se corporificar no veto de artigos científicos endereçados a jornais científicos populares, não em nome da qualidade ou da boa ciência, mas sim em razão de interesses econômicos em financiamentos para pesquisas, reconhecimento e prestígio acadêmico e pela influência de grandes Companhias.

O texto abaixo mostra alguns exemplos do jogo sujo e da má qualidade que há por traz da ciência "normal", ao mesmo tempo que exemplifica o porquê artigos que relatam evidências de assuntos não-convencionais ou contrários à ciência estabelecida (como os da parapsicologia ou temas transcendentais) não são divulgados na imprensa científica popular.

fonte: A Qualidade da Mentira - como cientistas trapaceiam

A Qualidade da Mentira - Propaganda e Preconceito na Representação Pública da Ciência

Um excerto do relatório apresentado ao Comitê da Royal Society que investiga sobre a "melhor prática em comunicar os resultados de novas pesquisas científicas ao público."

por John A. Hewitt, MA Ph.D


A Revisão Por Pares

A revisão por pares parece ter sido iniciada no século XVIII pelas Royal Societies de Londres, Edinburgo e Paris. De lá pra cá ela mudou um pouco. Os cientistas que querem publicar na mídia científica devem escrever um artigo sobre seu trabalho e enviá-lo normalmente em três cópias para o editor de um jornal. O editor então seleciona normalmente dois "árbitros" que devem escrever relatórios a respeito da qualidade e da conveniência do artigo para fins de publicação. Os árbitros são descritos como "especialistas" no campo, mas eles são anônimos, e suas identidades não são reveladas ao autor. Os relatórios deles são passados ao autor e determinam se o artigo será ou não publicado sem alterações, se a publicação dependerá de certas modificações ou se será rejeitado por não se ajustar à publicação.

A revisão por pares também é usada para determinar se um cientista deveria ser subsidiado em algum projeto de pesquisa em particular. Os cientistas que precisam de financiamentos para um projeto escrevem um pedido de concessão e enviam-no a uma agência de financiamento, um órgão governamental ou uma instituição beneficente. A agência envia o pedido de concessão para os pares revisores que, novamente, são anônimos. Seus relatórios são passados ao autor e o pedido de concessão será subsidiado ou não de acordo com os relatórios daqueles.

Imunidade da Revisão por Pares

Embora a maioria dos cientistas seniores aprove a revisão por pares, eles próprios idealizam ficar de fora dela. A maioria das organizações da ciência nacional, como a Royal Society ou a US National Academy of Sciences, circula jornais internos nos quais cientistas de elite podem publicar livremente fora da vigilância da revisão por pares.

Comentários sobre o Funcionamento da Revisão por Pares

Executado corretamente, a revisão por pares pode produzir relatórios valiosos que ajudam um autor a melhorar seu trabalho. Os cientistas freqüentemente expressam sinceros agradecimentos aos revisores anônimos pelas críticas úteis e construtivas destes. Em outras palavras, a revisão por pares pode ser um controle de qualidade com significado e conteúdo. Genuinamente ela pode melhorar a qualidade da ciência, mas infelizmente relatórios construtivos e significativos, que concedem um retorno útil e um criticismo real de líderes numa área, são a exceção, não a regra.

A maioria dos relatórios de revisão por pares é apressada e superficial, não demonstrando nenhuma intenção real de empenho com o conteúdo do artigo sob revisão. Freqüentemente eles apenas "discordam" do autor; parecem escritos por pessoas que não entendem o campo ou que realmente são muito ocupadas e acham que isto é um fardo adicional que não compensa o aborrecimento. Em seu pior, os relatórios de revisão por pares retratam estúpidos descontroles por parte dos revisores que perseguem programas de trabalho que são bastante contrários às supostas metas da revisão por par. Muitos desses relatórios poderiam, se assinados, levar a processos por difamação. (veja, por exemplo, The Subjective Side of Science (1974).) Porém, os editores do jornal e as agências de financiamento parecem incapazes de distinguir um tipo de relatório do outro, passando todos eles aos autores.

Exemplos de Revisão por Pares na Prática

Alguns exemplos poderiam dar uma idéia do nível que a revisão por pares pode realmente descer. Um exemplo famoso e extenso de reporte aconteceu a respeito do relatório sobre a descoberta do vírus HIV, o agente pensado causar a AIDS. (veja, por exemplo, o livro Beyond Love de Dominique Lapierre). Este vírus foi descoberto por Montagnier em Paris. (outro quem independentemente descobriu foi Karpas, em Cambridge, mas ele não entra nesta história.) A descoberta deste vírus foi um avanço importante e Montagnier enviou um artigo descrevendo-a para o jornal Nature que rejeitou o artigo em seus fundamentos, pelo que eu lembre, porque os autores deveriam ter cuidado com a contaminação cruzada durante o trabalho deles. Isto é uma crítica extraordinária; não existia nada que sugerisse que tal contaminação cruzada poderia ter ocorrido e ninguém poderia dirigir um laboratório de virologia sem tomar cuidado com isso. Falar isso para um instituto internacionalmente renomado de virologia é como dizer a um ótimo chefe de cozinha para usar a quantidade certa de sal - a exemplo de muitos relatórios de árbitros, isso é exatamente um comentário superficial, sem sentido e que não ajuda ninguém. Nature não descobriu a identidade do árbitro.

Naquele tempo, o reconhecido líder no campo era Robert Gallo, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH), em Bethesda, Maryland, mas existia atrito entre seu grupo e os concorrentes franceses.

Ainda, havendo atrito ou não, o isolamento [do vírus] feito em Paris foi enviado a Bethesda para caracterização adicional onde foi tratado de um modo que fez a contaminação cruzada não apenas possível, mas absolutamente certa. Ao tentar cultivar o vírus em cultura, o laboratório de Gallo habitualmente misturou o isolamento de muitas outras fontes antes de tentar a cultura do vírus. Foi isso que eles fizeram com o isolamento francês, eles misturaram-no com outros e cultivaram em cultura. Daquela mistura eles obtiveram sucesso ao desenvolver um vírus e eles então reportaram este vírus como deles, como sendo uma descoberta original.

Vamos repetir. O laboratório NIH recebeu uma amostra de um internacionalmente renomado instituto francês que acreditava que ali estava contido o agente causador da AIDS. Os franceses pediram ajuda para melhorar a caracterização de sua amostra, mas, na realidade, a amostra deles foi misturada com cinco outras e um vírus cultivado de uma cultura foi reivindicado como uma nova descoberta, como o agente causador da AIDS.

Um prêmio Nobel poderia ter sido obtido caso não estivesse envolvida uma combinação de sorte, da imprensa, de política e de dinheiro. A sorte foi que o HIV é um vírus incomum que rapidamente se modifica. Como resultado, os isolamentos podem ser distinguidos uns dos outros. Como mais isolamentos se sucederam, tornou-se claro que o primeiro vírus de Gallo era realmente aquele proveniente do isolamento do grupo francês. A imprensa empreendeu a forma de investigação jornalística por John Crewdson, que publicou um longo artigo num jornal descrevendo a evidência serológica que provava a precedência de Montagnier. A Política interveio na forma de ação do governo francês (o assunto quase foi considerado um incidente internacional) e a panela inteira estava fervendo pelo dinheiro que poderia ter sido obtido pelo testes de AIDS os quais usariam as propriedades daquele isolamento.

O resultado merece cuidadoso pensamento. Os investigadores subseqüentes não tiveram nenhum padrão profissional para julgar as ações do grupo NIH. Então, eles investigaram e julgaram sob critérios legais aplicados à fraude, critérios que elevaram a dificuldade de prova frente ao grupo NIH. A investigação determinou que as ações do grupo não provaram uma intenção em roubar os isolamentos franceses. Então o grupo NIH não foi culpado de malversação, apenas de falta de coleguismo e Gallo manteve seu posto sênior no NIH (O laboratório de Montagnier parece ter sido desestruturado devido às tensões).

Wachslicht-Rodbard e Soman

Este episódio aconteceu no final dos anos 70. Helena Wachslicht-Rodbard estava no grupo de trabalho do NIH e Vijay Soman era um Professor assistente em Yale; é um caso incomum no qual a identidade de um árbitro é conhecida. Rodbard apresentou um estudo sobre respostas da insulina durante a anorexia e escreveu a respeito num artigo endereçado ao New England Journal of Medicine. O artigo foi enviado para o chefe de Soman, Philip Felig, para a revisão por pares e este o passou para Soman a quem, o primeiro acreditava, estar apresentando um estudo virtualmente idêntico. A convergente importância na prioridade, significava que Felig e Soman tiveram um interesse em não publicar o artigo de Rodbard. Felig rejeitou o artigo e Soman começou a atualizar seu próprio "trabalho". Realmente, Soman virtualmente não fez nenhum trabalho, ele inventou dados para ajustá-los com os resultados de Rodbard e enviou o artigo para o American Journal of Medicine. Aquele jornal enviou-o para o chefe de Rodbard, Jesse Roth, para a revisão, que o passou para ela. Soman era um cientista indiano cujo inglês era um pouco limitado e ele não copiou apenas a substância dos resultados de Rodbard, como também exatamente algumas de suas frases. Rodbard identificou o plágio e ela começou a reclamar e exigir uma investigação.

O plágio foi um fato claro, mas mesmo assim levou 18 meses para Yale empreender uma investigação que concluiu que o artigo inteiro de Soman era um plágio e uma invenção; ele simplesmente não fez o trabalho que quis publicar. (este episódio é revisado em Broad e Wade (1982)).

A desonestidade e a revisão por pares não são uma combinação confortável. A revisão por pares não é capaz de evitar a desonestidade, mas dá aos cientistas honrados um problema sério. Se cientistas honrados têm resultados importantes que precisam reportar para a comunidade científica, a revisão por pares exige que eles depositem total confiança na retidão moral dos par-revisores. Aqueles então devem saber que, se problemas surgirem, os jornais e as instituições envolvidas farão de tudo para tampar e varrer os problemas para baixo do tapete, mesmo que seja para proteger fraudes científicas e destruir carreiras de cientistas honrados.

Efetividade da Revisão por Pares

A revisão por pares não previne a fraude - e nunca foi projetada para isso. Porém, revisão por pares também não faz o que se alega fazer, ou seja, estabelecer padrões de qualidade. Peter e Ceci (1980) testaram a revisão por pares modificando ligeiramente artigos recentemente publicados em importantes jornais de psicologia (dentro de 18 a 32 meses) e re-submeteram-nos para o mesmo jornal. Dos 30 artigos re-submetidos, 3 foram reconhecidos como cópias pelos editores e 5 pelos revisores. Dos 22 restantes, apenas 4 foram recomendados para publicação, embora todos já tivessem sido aceitos como de padrão publicável. Os 18 restantes foram rejeitados por várias razões de aparentes justificativas profissionais. Parece que tais razões ou são fáceis de inventar ou padrões profissionais são muito elásticos.

O fato é que este tipo de estudo mostra que a revisão por pares pode ser simplesmente uma loteria. Estudos semelhantes têm uma importação similar para a revisão por pares à medida que esta é levada como critério para concessão de financiamentos para pesquisas.

Quando revisões por pares exibem um viés seletivo, elas não estão a favor da qualidade, mas sim de grandes e prestigiosos institutos ou famosos investigadores, às custas de institutos ou trabalhadores pouco conhecidos. Por exemplo, Blank (1991) comparou estudos simples-cego e duplo-cego, o último sendo aqueles em que a identidade dos candidatos a financiamentos não era conhecida pelos revisores. Essa circunstância reduziu o relativo sucesso de grandes e ricos institutos e aumentaram o de pequenos e modestos institutos, sugerindo que par-revisores normalmente favorecem grandes institutos. Isto pode explicar por que distintos e famosos cientistas tendem a exaltar as virtudes da revisão por pares como um sistema.

Resumo de Críticas sobre a Revisão por Pares

1. A revisão por pares não é aplicada como se alega ser.

2. Não funciona na prática. Cria uma loteria de artigos que serão publicados ou de projetos que serão subsidiados.

3. Seu anonimato favorece revisores irresponsáveis tendo em vista o modo como fazem o trabalho, como também os habilita a cometer plágios.

4. Os par-revisores normalmente têm interesse no trabalho que estão revisando, e freqüentemente um interesse em vetá-lo.

5. A revisão por pares é fortemente parcial a favor de cientistas de elite e de instituições que recebem vultosos fundos distribuídos para revisão por pares. É até capaz de validar a mentira da elite.

6. Mesmo quando a revisão por pares não favorece cientistas de elite, ela os concede liberdade em optar em não se submeterem a ela em razão de jornais que circulam internamente nos quais eles têm acesso sem serem revisados.

7. A revisão por pares milita contra publicação inovadora, desafiadora ou contra um trabalho original, especialmente daqueles laboratórios pequenos ou de indivíduos.

A revisão por pares é elitista, ideologicamente inclinada, parcial e de avaliação metodológica pro-convencional que convida à corrupção e ao plágio. Dizer para os cientistas individuais para submeterem seus trabalhos à revisão anônima por pares é como dizer a crianças que o playground as está intimidando a entregar o dinheiro que está no bolso delas para o tirano na esperança que este possa voltar a fazer parte disso.


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1 comentários:

Que novela!!!!!!
Afinal...descobriram como isolar o vírus da AIDS ou não.....
Porque surgiu este vírus e porque Deus permitiu que ele se espalhasse?
Vamos direto a raiz da questão rsrsrsrsrsr
Drogatição e promiscuidade...Eis a questão.....É isto que tem que ser combatido antes de pensar na CORRUPÇÃO E NO PLÁGIO.....tem muita gente sofrendo diretamente com os efeitos deste vírus....

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