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AUTOR:Carlos de Brito Imbassahy
Nascido à 09/10/1931, na cidade Niterói (RJ), filho do saudoso confrade Carlos Imbassahy; conferencista e escritor, espírita; bacharel em Ciências Exatas, Filosofia, Engenharia Civil, Composição e Instrumentação (Música) e Jornalismo; professor de Física, Analítica Vetorial e Mecânica Quântica; redator e cronista do Diário do Comércio (RJ); membro do corpo de redação da Ediouro; com inúmeros livros publicados, dentre eles, "A Rainha Reencarnada", "Lendas de Osíris", "As Aparições e os Fantasmas", "A Bioenergia no Campo do Espírito", "Nos Domínios da Alma", etc...; autor da comédia "Vida de Professor", primeiro lugar no Prêmio Sintrasef de Teatro; autor de inúmeros artigos e crônicas, publicados em diversos jornais.
Com a evolução dos conceitos científicos, é preciso que os escritores e estudiosos espíritas que se dedicam à pesquisa do perispírito também atualizem os conhecimentos, baseando-se nas provas experimentais já obtidas a respeito do assunto.
1. Considerações Iniciais
Perispírito é um neologismo promíscuo criado por Allan Kardec para definir, segundo esclarecimentos de Entidades espirituais, o campo envoltório do Espírito.
A grande maioria dos dicionários não o registra. Vamos, todavia, encontrá-lo no Houaiss, considerado o mais completo de todos, embora não dê a origem do termo. Promíscuo porque usa o prefixo grego peri (em torno de) e o termo latino spiritus, da quarta declinação e que, segundo Cícero, define o hálito, e aparece em Virgílio como princípio de vida, dando-nos posteriormente o conceito religioso que hoje o define.
Para Houaiss, perispírito simplesmente seria o invólucro fluido que serve de ligação entre o corpo e o espírito (sic).
Kardec quis evitar um termo agressivo, como seria "circunspírito", puramente latino, ou "perispsiquê", só com formação grega. Era-lhe um direito que o usou.
Evidentemente, os etimólogos, os puristas e ortoépicos da linguagem, os gramáticos, enfim, não são obrigados a dominar os conceitos científicos em toda sua plenitude, valendo-se simplesmente das idéias simplistas dos termos correlatos e conceitos que envolvam a fenomenologia específica de qualquer área científica.
Todo conceito espírita de Kardec data do início da segunda metade do século 19, já que ele veio a falecer em 1869, e seus estudos sobre os aludidos fenômenos espíritas datam da década de 1850 em diante.
Naquela época, a ciência ainda era incipiente na grande maioria dos fenômenos atualmente conhecidos, e insipiente na terminologia deles, por falta do conhecimento dos mesmos.
Como tal, tinha-se como fluido tudo o que não fosse sólido: como a energia elétrica, enfim, todo tipo que transcendesse às formas. Portanto, era chamado de fluido o conceito espiritual que representasse qualquer tipo ou natureza de algo que não fosse sólido.
Hoje, a conceituação mudou, porque, de fato, se considerarmos _ como o é - fluido uma fase material não sólida, não podemos incluir nela aquilo que não seja fase material e considerar como sendo fluido. É o caso da energia elétrica que, na época de Kardec, se chamava de fluido elétrico, embora não o fosse; ou seja, não pertencia à fase material das substâncias não sólidas.
Todavia, basta trocarmos o termo "fluido" por energia e se torna possível manter toda a conceituação kardequiana. Afinal, atualmente, fluidos são simplesmente os gases e os líquidos. Se insistirmos em conceitos desatualizados, jamais conseguiremos influenciar os cientistas em nossos estudos. Ou nos atualizamos com seus conceitos ou seremos banidos.
O que não se pode confundir é o conceito de que os campos energéticos continuem sendo chamados de fluídicos.
Infelizmente, em nome da pureza doutrinária, muitos são os que teimam em manter os conceitos arcaicos da época de Kardec, julgando-os perfeitos, esquecendo-se de que a ciência se adapta às novas descobertas e aos novos conceitos. Temos que nos atualizar nesse item: usar a nova linguagem para definir os antigos conceitos. E foi o próprio Kardec quem determinou que a doutrina por ele codificada devesse se atualizar com os novos conhecimentos científicos.
O fato é que, quem atualmente insistir em chamar o perispírito de fluido envoltório do Espírito, corpo fluídico ou o que o valha, usando esse conceito arcaico e, portanto, ultrapassado, não vai estar coerente, com a linguagem atual que, como tal, não poderá ser aceita pela comunidade científica, que exige a atualização conceitual. Ou nos conscientizamos que temos de nos atualizar na linguagem, ou vamos ser considerados como dogmáticos que querem impor conceitos contrários à verdade conhecida.
2. Estudos Empíricos Iniciais
Infelizmente é que, na atualidade, uma porção de autores e interpretadores de textos mediúnicos se arvora em escrever sobre o assunto, confiando exclusivamente em tais mensagens, desconhecendo por inteiro as provas experimentais que já foram obtidas a respeito desse campo, demonstrando fé apenas em declarações inteiramente sem propósito de Espíritos que não têm o mínimo saber sobre o assunto. Se é que as mensagens sejam, de fato, de tais Espíritos.
O início dos estudos relativos ao perispírito foi deflagrado quando informaram sua existência a Kardec, definindo-o como sendo o elo de ligação entre o corpo material e o Espírito encarnante. Kardec foi conciso e definitivo em sua conceituação, embora cingido aos conceitos científicos da sua época.
Naquela época, a ciência tinha a molécula como indivisível, a eletricidade - como todo outro e qualquer tipo de energia - era tida como fluido; não se sabia que uma fonte de energia era capaz de criar um campo em seu entorno, muito menos que tais fontes existissem de forma atuante. O magnetismo dos ímãs era tido como sendo uma particularidade ou peculiaridade de algumas pedras oxi-ferrosas chamadas de magnetita, cujo nome advém da região Magnésia, na Tessália, Grécia, onde primeiramente foram encontradas tais pedras. E também chamada de fluido magnético; portanto, a generalidade advinha da falta de conhecimento. Atualmente, temos que nos identificar com os verdadeiros conceitos.
Como tal, ao definir o perispírito, Kardec não poderia ir além do que foi. Por isso é que os estudos relativos ao perispíritos acabaram sendo configurados pelas obras de Gabriel Delanne, contidas em três títulos fundamentais: O Espiritismo Perante a Ciência, A Alma É imortal e A Evolução Anímica, nem todas traduzidas para nosso idioma. Evidentemente, nada escrito naquele século poderá conter conceitos atualizados porque, no século seguinte, toda essa conceituação sofreu mudança tão radical que se torna preciso reformular as postuladas por Kardec, em questão de termos, e não de preceitos fundamentais.
Seria perda de tempo ficar fazendo considerações a respeito desses conceitos desatualizados. Por isso, passemos aos estudos efetivos correlatos com o Perispírito.
Os primeiros resultados experimentais correlatos com o perispírito são devidos a Cromwell Varley, engenheiro eletrônico assistente de Williams Crookes nas pesquisas correlatas com a existência dos fantasmas que foram feitas por uma equipe de sábios convocada pela rainha da Inglaterra.
Cromwell Edington Fleetwood Varley se tornara famoso porque construíra o primeiro cabo submarino de telefonia entre os Estados Unidos e a Inglaterra; havia ainda adaptado o motor de Weetstone à corrente contínua para a corrente elétrica alterna (usual). Fora convocado para preparar o sistema eletrônico de controle que serviria de verificação dos fenômenos realizados para estudo da comissão presidida por Crookes.
Foi exatamente este engenheiro eletrônico que a London's Dialectical Society convocou para prestar esclarecimentos relativos aos estudos e pesquisas da referida comissão em pesquisas para provar a "inexistência" do fantasma. Alguns depoimentos foram prestados entre 1890 e 1892, os quais Monsieur Dussard encerrou numa obra em 1905, editada pela Leimarie, em Paris.
A primeira conclusão óbvia que pode ser tirada de tais depoimentos é a de que, para se materializar, o Espírito põe em jogo um campo energético possivelmente envoltório de sua existência espiritual. Rigorosamente como diz Kardec. E mais: esse campo poderia ser detectado por um fonte de energia catódica de uma célula fotoelétrica construída por Varley.
Essas experiências foram realizadas entre 1888 e 1894, ou seja, após o desencarne de Kardec, e jamais poderiam ter sido de seu conhecimento.
Para controle do fenômeno, Varley havia montado, na porta de acesso à cabine onde ficava o médium - inicialmente Dunglas Home e, posteriormente, Florence Cook -, um sistema eletrônico que não permitisse que alguém por ali passasse sem que fosse registrado tal fato. Estava criada a primeira célula foto eletrônica de controle, semelhante às que existem nas portas dos elevadores.
Varley verificou que, quando alguém ou algum corpo sólido passava, a corrente eletrônica da sua célula era interrompida; por isso, seria fácil comprovar se alguém entrasse ou se o médium saísse da cabine. Todavia, quando era uma Entidade espiritual, isso não ocorria, mas o fluxo de emissão da célula era modulado pelo campo de energia do Espírito, provando que este possuía um "envoltório" capaz de impressionar as fontes de energia de OEM (ondas eletromagnéticas) das ditas emissões catódicas de sua foto-célula.
Por que não admitir que esse envoltório seja o perispírito anunciado nas obras de Kardec? Suas coincidências são enormes. E suas propriedades são as de um campo de energia atuante, todavia, induzido por uma fonte que não pôde ser especificada como sendo de origem física. De fato, sendo espiritual, terá outra procedência.
Esse campo energético, sem dúvida, fora detectado; restava provar que era o aludido perispírito, coisa que os ingleses não tiveram a menor preocupação de verificar.
3. Pesquisas Científicas Laicas
Está claro que, como Kardec assimilou o Espiritismo aos ensinos religiosos cristãos, os cientistas passaram a não mais lhe dar crédito porque, sem dúvida, com os cânones evangélicos e os dogmas teológicos, o Cristianismo era tido como inimigo do progresso científico - não apenas em decorrência da Santa Inquisição que queimara uma série de pesquisadores sérios, como ainda pelo lado fanático religioso de seus adeptos, principalmente dos impositores, que eram os sacerdotes da Igreja, contrários às conclusões científicas que negavam suas afirmativas religiosas.
Além do geocentrismo conivente com as Santas Escrituras, outros dogmas evangélicos se interpunham entre as verdades científicas e os postulados considerados divinos nos quais, segundo os conceitos cristãos, Deus dispunha a seu bel-prazer de tudo o que existisse.
Contudo, nenhuma circunstância demonstrava a existência desse Deus religioso de qualquer natureza, tido exclusivamente como uma necessidade do povo para crer em algo que pudesse servir de apoio à sua existência.
Por parte do Cristianismo, tinha-se um Deus absurdo, onipotente, onisciente, todo-poderoso, responsável por tudo; todavia, incoerente com a verdadeira existência humana cheia de inequívocos incidentes que provavam que, ou Deus não era perfeito, ou não seria magnânimo, misericordioso, diante do que realmente existe no mundo. Enfim, os contrastes existentes entre os predicados divinos e a existência real eram tantos que, ou o Deus cristão seria uma farsa, ou não tinha nenhum valor científico.
Todas essas incoerências só eram admitidas como tabus, ou seja, dogmas religiosos aos quais não convinha nenhuma análise porque seriam recusadas pela mais comezinha análise de sua existência.
Pouco se sabia sobre o universo: tinham-no como infinito e, como tal, Deus teria que estar contido nele; neste caso, Ele passaria a ser um de seus elementos e não seu Criador. A outra hipótese seria a de que o universo estaria contido em Deus e, como tal, Ele não poderia ser esta figura antropomórfica idealizada pelos sacerdotes em tela. O universo é que espelharia, como conteúdo, seu continente e, neste caso, Deus não teria imagem, muito menos semelhança com a criatura humana, restrita à existência na Terra e por ela adstrita.
Com a evolução das novas descobertas, esse aspecto cada vez mais distanciava os conhecimentos científicos dos dogmas religiosos, a ponto de não mais se admitir qualquer perspectiva de análise com relação às posturas doutrinárias de caráter místico.
Insistir em ligar a ciência a qualquer tipo de correlação religiosa, inclusive com os Evangelhos, é criar uma barreira inevitável entre quaisquer possibilidades de se ter um estudo sério sobre qualquer assunto, pois a ciência só aceita aquilo que esteja devidamente comprovado experimentalmente e equacionado pela matemática.
A própria moral científica prega a perfeição pelas leis do equilíbrio universal, enquanto a religiosa admite que seus princípios é que devem ser seguidos pelos fiéis, embora incoerentes com as leis que regem o universo.
Toda essa incoerência torna impossível a coexistência pacífica entre os conceitos existentes, quer de origem científica, quer de origem religiosa.
4. Breve Histórico
Façamos um ligeiro resumo dos estudos que já fiz relativos às pesquisas de campo, do campo de vida ou princípio vital da criatura humana.
Em 1945, logo após a guerra, foi publicado pela mídia européia um estudo que estaria sendo realizado por pesquisadores italianos financiados pelo regime nazista.
Esse estudo foi intitulado de "bebê de proveta" e consistia em se idealizar um processo pelo qual se poderia obter um feto numa proveta sem necessidade do útero materno. Baseava-se no argumento de que teria sido detectado um campo de energia envolvente do útero materno, que seria responsável pelo comando da fecundação. Sem esse campo, por mais sadia que fosse a mulher, ela não engravidaria, mesmo que já tivesse filhos anteriores e continuasse com o mesmo parceiro.
Esse campo detectado pelos italianos daquela época acompanhava o feto no ato do nascimento, porque desaparecia do útero materno, embora este pudesse, posteriormente, ser dotado de outro campo.
A pesquisa se resumia no fato de que se os cientistas pudessem elaborar um campo semelhante, não mais precisariam da mãe para porte do filho: bastava que dispusessem de óvulos e esperma para que a fecundação e o desenvolvimento fetal fossem feitos em provetas próprias. Terminada a guerra, o papa Pio XII proibiu a seqüência de experimentos relativos a esse estudo.
O que se poderia pressupor é que os pesquisadores estivessem diante do campo perispiritual do candidato a nascituro. Todavia, tais estudos aí foram encerrados e não mais voltaram a ser cogitados.
A segunda etapa científica relativa à existência de um domínio externo à matéria que comande a existência universal surgiu em 1975, com os estudos de Murray Gell Mann à frente do acelerador de partículas da Stanford University.
Ele provou que, por si só, a matéria, ou melhor, a energia cósmica fundamental, jamais poderia se alterar para se tornar partículas, por mais elementares que fossem, e que o aludido Big-bang não mais poderia ser levado em conta para justificar tais transformações. Estava admitida a existência dos aludidos "agentes estruturadores" capazes de atuar sobre a dita energia cósmica e dar-lhe formas e vida. Posteriormente, esses agentes foram chamados de frameworkers.
Todavia, restava saber como tais agentes poderiam atuar sobre a energia cósmica para dar-lhe as aludidas formas. Foram as próprias pesquisas que admitiram que esses agentes pudessem atuar sobre a energia como o ímã sobre as limalhas de ferro e níquel, num fenômeno semelhante; ou seja, tais agentes possuiriam um campo de energia compatível com o sistema material, que atuaria sobre a energia da mesma forma que o campo magnético do ímã atuaria sobre as aludidas limalhas.
Não foi difícil assimilar tal hipótese às enterradas experiências italianas do bebê de proveta.
E tudo foi revolucionariamente aceito quando a Teoria de Campo tomou forma e consistência. A ciência estava coerente com a idéia de que um agente externo às energias cósmicas seria capaz de atuar sobre a mesma, modulando-a. Portanto, também era fácil admitir que tal campo fosse responsável pelo sistema biológico existente; em termos gerais, responsável pela vida em si e de forma indistinta, incluindo a humana.
Por volta dessa época, Henrique Rodrigues fora convidado por colegas e correspondentes russos para visitar aquele país e participar das experiências soviéticas correlatas com um novo estudo sobre a vida, isto é, aquilo que os russos chamavam de psicossoma ou o correspondente ao campo de existência da vida no planeta.
Mais uma vez, algo sugeriria a hipótese de estudo de Kardec correlata com a existência do perispírito.
O psicossoma, até pela origem grega do termo - psikê = alma + soma = o corpo em oposição à alma -, representa, em si, para seus pesquisadores, a alma que ocupa um corpo e dá-lhe vida ou condição de existência vital.
A importância de tais pesquisas reside no fato de que uma sociedade materialista por excelência foi obrigada a se curvar ante a existência de um elemento estranho à matéria (ou à energia em si) que seria responsável pela vida somática, sem o qual esta não existiria.
O conceito de alma apresenta uma diversidade enorme, desde o sopro divino até o simples campo elementar responsável pela vida. Kardec a definiu como sendo a parte do Espírito encarnada em um corpo. Por que "parte do Espírito"? Sem dúvida, analisando-se os conceitos espíritas relativos a Espírito, temos de admitir que o que se encarna por vez em cada corpo não é o Espírito em si, com toda sua plenitude, mas apenas uma parte dele.
Senão, vejamos. Dentro dos princípios da codificação, o Espírito tem condições simultâneas de nascer como homem ou como mulher; e tem necessidade, para sua evolução, de saber viver em ambas as condições. Por si só isso significa dizer que, quando nasce em um determinado corpo, não põe em jogo suas ditas "linhas de força" correspondentes ao sexo oposto, embora nem sempre ponha em jogo a personalidade correspondente, o que justificaria a formação dos homossexuais que têm um corpo e o comportamento do sexo oposto.
Isso só bastaria para provar que o Espírito só põe em jogo, durante cada encarnação, uma parte de si e não seu todo; assim, a alma é esta parte, segundo Kardec.
Há outras considerações de análise que poderiam ser usadas para mostrar que o Espírito não põe em jogo toda sua plenitude, e uma delas é o "inconsciente" ou memória plena de todas as suas existências, que só entra na consciência do encarnado em alguns casos de transes psíquicos, nos quais ele pode identificar até existências de vidas pretéritas, pela regressão da memória.
A última série de pesquisas importantes para o conceito perispiritual advém da Suécia e mereceu o nome de "pesagem da alma", e que levou Harold Saxton Burr às suas conclusões num trabalho que intitulou Life's Fie/d. Este é baseado naquele e, embora não o cite, tem rigorosamente a mesma conotação.
Os suecos, impressionados com o registro por aparelhos da existência do aludido "campo de vida" que eles chamam de alma, partiram para um estudo mais sério com uma aparelhagem, sem dúvida, altamente sofisticada e que corresponde àqueles aparelhos existentes nas salas cirúrgicas e nas CTI ou UTI dos hospitais, que registram o dito "campo de vida" do paciente. Quando este deixa de ser registrado por essa aparelhagem, os médicos concluem que o paciente faleceu.
Portanto, já é de domínio público e usual que a vida é definida por um campo cujas pesquisas, ainda incipientes, mostram que, sem o mesmo, não existe nem a vida nem suas decorrências, no caso, a personalidade. Embora as células orgânicas continuem latentes, com vida própria e existentes durante algum tempo que varia conforme o cadáver -, o que evidencia, contrariando por inteiro as teses materialistas, que estas células possam ser as responsáveis pela vida em si, já que o cadáver continua com as mesmas atuantes e, porém, sem o aludido campo registrado pela aparelhagem, sua vida dita espiritual humana inexiste de forma cabal.
Na observação de moribundos, os suecos acoplaram à aparelhagem um dinamômetro, que registrou a perda de um campo com 2,2 dag* (decagramas peso) no exato momento do trespasse. Por isso, a experiência passou a ser conhecida como "pesagem da alma".
O fato é que, independentemente de qualquer critério, a vida é definida por um campo que estrutura o feto, dando-lhe forma e existência, comanda sua vida terrena e abandona o corpo no momento da morte.
Sem dúvida, este campo foi o que Kardec, em seu estudo primitivo e sem maiores comprovações, intitulou de perispírito. Porém, infelizmente, a maioria dos militantes no movimento espírita só se preocupa com informações através de mensagens mediúnicas de Espíritos cujo conhecimento nessa área ainda é o do século passado, ignorando as novas descobertas a respeito da comprovação experimental de sua existência e que evidenciam que Kardec não se referiu a nenhum conceito arbitrário.
Finalmente, um apelo aos literatos espíritas: não escrevam sobre o que não conhecem simplesmente baseados em comunicações mediúnicas, nem sempre de origem procedente. Em certos casos, mesmo os grandes médiuns, transmitem apenas a incompetência dos Espíritos que se comunicam.
5. Conclusão
Atualmente, a ciência admite que 73% do universo sejam constituídos de algo que não seja a energia cósmica, e apenas 27% dele contenha a referida energia que, em síntese, vem a ser sua consistência, que se apresenta em diversos estados físicos, sendo que um deles é a matéria.
Um Espírito humano poderia atuar sobre as partículas orgânicas no ventre materno, dando-lhes forma estrutural.
Evidentemente, ainda não se pode caracterizar que essa parte desconhecida seja a espiritual idade, por falta de pesquisas. Todavia, uma das hipóteses atuais é que ela represente o domínio de existência dos agentes que atuam sobre a energia cósmica dando-lhe forma e vida. Seria a Espiritualidade.
E, em decorrência, para que possa atuar sobre a referida energia, como agente, o mais elementar fenômeno conhecido é o do ímã, em que um agente, que seria o dito cujo, através de seu campo energético (ou magnético), estrutura a figura que se constitui no seu espectro, formando uma figura, ao agrupar as limalhas de ferro e níquel.
Neste caso, a origem dos estruturadores seria essa parte desconhecida do universo; seus agentes teriam a condição e o poder de atuar na energia cósmica por intermédio de um campo estruturador que aglutinaria a energia dando-lhe forma. Do mesmo modo, um Espírito humano poderia atuar sobre as partículas orgânicas do ventre materno, dando-lhes forma estrutural (feto) na qual se incorporaria para lhe dar a vida.
Aí surgiria o conceito de perispírito: seria exatamente esse campo gerado pelo Espírito que induziria no ventre materno a energia capaz de estruturar o feto no qual nasceria.
Este fenômeno é perfeitamente coerente com tudo o que a ciência já registrou relativamente ao campo de vida que existe no útero, que comanda a fecundação e que nasce junto com o feto, abandonando sua posição inicial e que, posteriormente, abandona o corpo no momento da morte.
Eis, pois, o perispírito de Kardec.
FONTE: Revista Espiritismo e Ciência. Ano 4. nº46
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