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sábado, 28 de novembro de 2009

Porque Não Sou Espírita Kardecista




Porque Não Sou Espírita Kardecista - Porque Não Sou Espírita Kardecista

É muito comum encontrarmos afirmações do tipo: Espirita Kardecista, Kardecismo. Isto cada vez mais, vai se tornando natural no meio Espírita em palestras, jornais e revistas. Porém o que me chamou a atenção foi o artigo da jornalista Renata Saraiva no Jornal Valor de 15 de dezembro de 2000, no seu artigo "Loucura e espiritismo no Brasil" a chamada é a seguinte: "Historiadora estuda como a psiquiatria tratou o Kardecismo no início do século".

O artigo trata da tese de doutorado da historiadora da Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP Angélica Silva de Almeida "A Loucura Espirita no Brasil". Percebam que o termo Kardecismo foi utilizado como sinônimo de Espiritismo, demonstrando que a confusão iniciada no meio espirita começa a atingir também a mídia. Isto é tudo que alguns inimigos da Doutrina Espirita querem, pois ela deixaria de ser a revelação dada por uma plêiade de espíritos liderados pelo Espirito da Verdade para ficar resumida em uma única pessoa. Antigamente falava-se em espiritismo de mesa branca, espirita de mesa branca e a mesa branca foi substituída por Kardecismo ou Kardecista, alguns centros chegam a incluir em sua denominação Centro Espírita Kardecista.


Entre os espiritas ainda predomina o aprendizado verbal ouve-se alguém dizer acha-se bonito e vai se repetindo, sem se parar para refletir se isto condiz com o que aprendemos. Apenas como exemplo já perceberam como o termo karma foi incorporado ao linguajar de alguns "espiritas". O que mais ouvimos é que a leitura do Livro dos Espíritos é muito difícil por isto esta verdadeira enxurrada de romances, muitos deles com erros graves em relação a Doutrina e são vendidos dentro da própria casa espirita, basta se dizer que o livro é psicografado para se tornar uma obra espirita, mas esta é uma história que fica para uma outra vez.


Para explicar porque não sou espirita Kardecista, chamo em minha defesa o Sr. Allan Kardec, que sem dúvida era o bom senso encarnado e que já imaginando as distorções que poderiam ocorrer fez questão de deixar bem claro logo no primeiro parágrafo da introdução do Livro dos Espíritos o seguinte: "Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim exige a clareza da linguagem para evitar confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras." e mais a frente estabelece "Os adeptos do Espiritismo serão, Espiritas ou se quiserem Espiritistas." (grifo nosso).


Recorro agora a equipe de espíritos responsáveis pelo Livro dos Espiritos, vamos aos prolegômenos deste livro, que nos dizem: "Este livro é o repositório de seus ensinos, foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das materias, assim como as nota e a forma de algumas partes da redação constituem obra d'aquele que recebeu a missão de os publicar".

Portanto a simples leitura da Introdução e dos Prolegômenos do Livro dos Espíritos já bastaria para que não criássemos termos novos para definir o que já está definido e muito bem definido. Seria interessante ainda aos que se dizem espiritas Kardecistas lerem o Capitulo I de A Gênese que trata do Caráter da Revelação Espirita , em especial o item 45 que aqui reproduzimos:


"A primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum (grifo nosso). As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio de pessoa alguma (grifo nosso); ninguém, por consequência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala, conforme esta predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: "Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos." ( Atos,cap.II,vv. 17,18.) "Ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação."


Com base neste item Kardec faz uma nota explicando o seu papel "neste grande movimento de idéias". Neste mesmo livro no Cap. XVII, Predições do Evangelho item 40, podemos ler : "Não é uma doutrina individual, uma concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É o produto do ensino coletivo dos espíritos, ao qual preside o Espirito de Verdade (grifo nosso)." E no rodapé da pagina joga uma pá de cal sobre este assunto, escrevendo o seguinte:


"Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome da individualidade fundadora: o mosaismo, o cristianismo, o maometismo, o budismo, o cartesianismo, o furierismo, san-sinomismo, etc... A palavra Espiritismo ao contrário, não lembra nenhuma personalidade, ela encerra uma idéia geral, que indica, ao mesmo tempo, o caráter e a fonte múltipla da doutrina."

Portanto baseado em tudo que aprendi até agora, sou Espirita e ponto final.

Wladisney Lopes
Texto publicado na Revista Internacional de Espiritismo de Janeiro de 2002)


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