UM LEITOR, identificado como "Paulo", enviou-nos, no post "Quem foi Chico Xavier?" a mensagem que publicamos abaixo:
"Acho que o principal beneficio do espiritismo é que não nos são impostos Dogmas . O Espiritismo diz que :'Não há salvação , fora da caridade', não temos a necessidade de atacar nossos irmãos que pensam diferente.
O tempo que é perdido por muitos tentando desmascarar crenças contrárias as suas , é um pecado , pois poderia ser empregado de maneira mais útil e edificante."
“Tornei-me, acaso, vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gal 4, 16)
RESPOSTA
Prezado Paulo, agradecemos pelo interesse em compartilhar conosco a sua opinião, e pela confiança depositada em nosso modesto apostolado. Você nos dá a oportunidade de esclarecer dúvidas que certamente são as mesmas de muitas outras pessoas. Vejamos...
Em primeiro lugar, o seu comentário deixa claro que você não compreende o significado da palavra "dogma". Permita-me esclarecê-lo: dogma, para o cristão (e não só para ele), é um princípio de fé, que é aceito por todos aqueles que aderem à Igreja de Cristo. O Catecismo o define perfeitamente, nos seguintes termos:
"Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé." (CIC§89)
Se você prefere uma definição desvinculada da doutrina da Igreja (creio que sim), o dicionário Aurélio define dogma da seguinte maneira: "Ponto fundamental de doutrina religiosa ou filosófica, apresentado como certo". – Muito simples. O primeiro dos 43 dogmas da Igreja, por exemplo, afirma simplesmente que Deus existe. Ora, se você não crê em Deus, não pode ser considerado cristão, para começar! Imagine alguém dizendo: "Não acredito em Deus mas sou cristão, porque faço caridade!"...
Consegue entender para que servem os dogmas, e porque eles são realmente necessários? É para preservar a coerência e a legitimidade da fé que eles existem. Ora, desde o início do cristianismo, já nos seus primeiríssimos tempos, surgiram doutrinas estranhas no seio da Igreja, com a difusão de ideias contrárias àquilo que o Senhor disse, fez e ensinou, como por exemplo o gnosticismo, o arianismo, o macedonismo, o monofisismo, o monocletismo, etc. Infelizmente, assim permanece até hoje, sendo a maior heresia dos nossos tempos (segundo o Papa Bento XVI a maior heresia que já existiu) a chamada "'teologia' da libertação", que não renega um, mas praticamente todos os dogmas da fé.
Assim, para que a pureza da fé fosse preservada, – para salvaguardar a autêntica doutrina da Igreja, – fez-se necessário definir e determinar, simplesmente, o que é cristianismo e o que não é. A este conjunto de verdades chamamos "dogmas".
† † †
Esclarecido este primeiro ponto essencial, observando o seu comentário, a segunda evidência que se impõe, e que você não percebe, é que (atenção) toda religião e/ou filosofia espiritualista/religiosa organizada tem os seus próprios dogmas; inclusive o seu espiritismo! Não? Vejamos...
Existe espírita que não crê em reencarnação? Não. Quem não crê em reencarnação não é espírita, porque a reencarnação é, sim, um princípio fundamental da doutrina espírita. Em outras palavras, é um fundamento do espiritismo, dado como certo, e somente depois de aceitá-lo é que alguém pode ser considerado espírita. – Fato 1.
O mesmo podemos dizer da crença na "evolução do espírito" através de uma sucessão de reencarnações, da mediunidade, da psicografia, dos planos espirituais superiores e inferiores, dos "espíritos de luz" e dos "espíritos obsessores", etc, etc. Tudo isso, para o espírita, é princípio de fé; ou seja, tudo isso é, – sim senhor, – dogma espírita. Se alguém se declarar espírita e afirmar que não existe mediunidade, por exemplo, estará na realidade "inventando" uma nova seita, diferente do espiritismo realmente existente. – Fato 2.
Então, quando você diz que o benefício do espiritismo é não ter dogmas, você está, – digo com todo o respeito que lhe devo, – falando uma grande bobagem. Ocorre que toda religião tem os seus próprios dogmas, mesmo que não os chame com esse nome. Ponto.
Finalizando este assunto, hoje até alguns dos maiores homens de ciência do mundo reconhecem que também a ciência tem os seus próprios dogmas, sem os quais o estudo da física e da astronomia, por exemplo, se tornariam impossíveis. A ideia de que “cientista não têm fé” é completamente falsa. Em alguns casos, certas teorias científicas são recheadas de dogmas, precisando até do que chamam de um “salto de fé”. Isso não significa algum problema com a ciência, e sim que a ciência depende de seres humanos, depende da mente humana para ser compreendida, e a mente humana depende de certos processos para funcionar bem. Os teóricos do Multiverso, por exemplo, surgem com explicações cada vez mais infundadas para justificar a sua fé na teoria. Da mesma maneira, o polêmico Richard Dawkins age unicamente movido pela fé em sua própria ideia do "gene egoísta" e na "memética". E isso é natural; afinal, ele é humano. O método científico não depende da fé; o cientista, sim.
Passando ao outro assunto da sua mensagem, não, a Igreja não "impõe", como você diz, os seus dogmas, para absolutamente ninguém, até porque ela não tem esse poder. Ninguém é obrigado a ser católico; o indivíduo escolhe entre aderir ou não à fé, e nem poderia ser diferente. A Igreja é uma casa de portas abertas, que acolhe quem entra por ela. Agora, para entrar e integrar essa Igreja é preciso crer no que ela crê, compartilhar da fé que ela preserva há dois mil anos. Eu não posso entrar e querer mudar tudo conforme a minha vontade, os meus "achismos", as minhas interpretações particulares. Mais uma vez, muito simples.
Por fim, não estamos naquele artigo ou aqui tentando "desmascarar uma crença", como você diz. Muito simplesmente apresentamos uma coletânea de provas concretas que demonstram um outro lado (geralmente desconhecido do grande público) do Sr. Francisco Cândido Xavier, que com o passar do tempo foi sendo mitificado na imaginação popular, tornando-se um personagem fictício, com intenso apoio da mídia. Isto não é "tempo perdido"; – trata-se de esclarecer a verdade, e conhecer a verdade é um benefício imenso para o ser humano. Esta sim, é a verdadeira e possível "evolução do espírito". Em última análise, buscar a Verdade é buscar Deus, e encontrar a Verdade é encontrar Deus. Jesus Cristo diz, nas Sagradas Escrituras: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8,32).
É este nosso papel e nosso dever enquanto cristãos. Esclarecer, na medida das nossas possibilidades, a verdade, iluminar o caminho, dissipar as dúvidas, esclarecer àqueles que andam perdidos, iludidos por charlatães e falsos profetas, errando em doutrinas falsas... Isto não é pecado, ao contrário. É útil e edificante para todos. Mais do que isso, é necessário.
Que a Luz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo o ilumine
FONTE: http://www.ofielcatolico.com.br/
"Acho que o principal beneficio do espiritismo é que não nos são impostos Dogmas . O Espiritismo diz que :'Não há salvação , fora da caridade', não temos a necessidade de atacar nossos irmãos que pensam diferente.
O tempo que é perdido por muitos tentando desmascarar crenças contrárias as suas , é um pecado , pois poderia ser empregado de maneira mais útil e edificante."
“Tornei-me, acaso, vosso inimigo, porque vos disse a verdade?” (Gal 4, 16)
RESPOSTA
Prezado Paulo, agradecemos pelo interesse em compartilhar conosco a sua opinião, e pela confiança depositada em nosso modesto apostolado. Você nos dá a oportunidade de esclarecer dúvidas que certamente são as mesmas de muitas outras pessoas. Vejamos...
Em primeiro lugar, o seu comentário deixa claro que você não compreende o significado da palavra "dogma". Permita-me esclarecê-lo: dogma, para o cristão (e não só para ele), é um princípio de fé, que é aceito por todos aqueles que aderem à Igreja de Cristo. O Catecismo o define perfeitamente, nos seguintes termos:
"Os dogmas são luzes no caminho de nossa fé, que o iluminam e tornam seguro. Na verdade, se nossa vida for reta, nossa inteligência e nosso coração estarão abertos para acolher a luz dos dogmas da fé." (CIC§89)
Se você prefere uma definição desvinculada da doutrina da Igreja (creio que sim), o dicionário Aurélio define dogma da seguinte maneira: "Ponto fundamental de doutrina religiosa ou filosófica, apresentado como certo". – Muito simples. O primeiro dos 43 dogmas da Igreja, por exemplo, afirma simplesmente que Deus existe. Ora, se você não crê em Deus, não pode ser considerado cristão, para começar! Imagine alguém dizendo: "Não acredito em Deus mas sou cristão, porque faço caridade!"...
Consegue entender para que servem os dogmas, e porque eles são realmente necessários? É para preservar a coerência e a legitimidade da fé que eles existem. Ora, desde o início do cristianismo, já nos seus primeiríssimos tempos, surgiram doutrinas estranhas no seio da Igreja, com a difusão de ideias contrárias àquilo que o Senhor disse, fez e ensinou, como por exemplo o gnosticismo, o arianismo, o macedonismo, o monofisismo, o monocletismo, etc. Infelizmente, assim permanece até hoje, sendo a maior heresia dos nossos tempos (segundo o Papa Bento XVI a maior heresia que já existiu) a chamada "'teologia' da libertação", que não renega um, mas praticamente todos os dogmas da fé.
Assim, para que a pureza da fé fosse preservada, – para salvaguardar a autêntica doutrina da Igreja, – fez-se necessário definir e determinar, simplesmente, o que é cristianismo e o que não é. A este conjunto de verdades chamamos "dogmas".
† † †
Esclarecido este primeiro ponto essencial, observando o seu comentário, a segunda evidência que se impõe, e que você não percebe, é que (atenção) toda religião e/ou filosofia espiritualista/religiosa organizada tem os seus próprios dogmas; inclusive o seu espiritismo! Não? Vejamos...
Existe espírita que não crê em reencarnação? Não. Quem não crê em reencarnação não é espírita, porque a reencarnação é, sim, um princípio fundamental da doutrina espírita. Em outras palavras, é um fundamento do espiritismo, dado como certo, e somente depois de aceitá-lo é que alguém pode ser considerado espírita. – Fato 1.
O mesmo podemos dizer da crença na "evolução do espírito" através de uma sucessão de reencarnações, da mediunidade, da psicografia, dos planos espirituais superiores e inferiores, dos "espíritos de luz" e dos "espíritos obsessores", etc, etc. Tudo isso, para o espírita, é princípio de fé; ou seja, tudo isso é, – sim senhor, – dogma espírita. Se alguém se declarar espírita e afirmar que não existe mediunidade, por exemplo, estará na realidade "inventando" uma nova seita, diferente do espiritismo realmente existente. – Fato 2.
Então, quando você diz que o benefício do espiritismo é não ter dogmas, você está, – digo com todo o respeito que lhe devo, – falando uma grande bobagem. Ocorre que toda religião tem os seus próprios dogmas, mesmo que não os chame com esse nome. Ponto.
Finalizando este assunto, hoje até alguns dos maiores homens de ciência do mundo reconhecem que também a ciência tem os seus próprios dogmas, sem os quais o estudo da física e da astronomia, por exemplo, se tornariam impossíveis. A ideia de que “cientista não têm fé” é completamente falsa. Em alguns casos, certas teorias científicas são recheadas de dogmas, precisando até do que chamam de um “salto de fé”. Isso não significa algum problema com a ciência, e sim que a ciência depende de seres humanos, depende da mente humana para ser compreendida, e a mente humana depende de certos processos para funcionar bem. Os teóricos do Multiverso, por exemplo, surgem com explicações cada vez mais infundadas para justificar a sua fé na teoria. Da mesma maneira, o polêmico Richard Dawkins age unicamente movido pela fé em sua própria ideia do "gene egoísta" e na "memética". E isso é natural; afinal, ele é humano. O método científico não depende da fé; o cientista, sim.
Passando ao outro assunto da sua mensagem, não, a Igreja não "impõe", como você diz, os seus dogmas, para absolutamente ninguém, até porque ela não tem esse poder. Ninguém é obrigado a ser católico; o indivíduo escolhe entre aderir ou não à fé, e nem poderia ser diferente. A Igreja é uma casa de portas abertas, que acolhe quem entra por ela. Agora, para entrar e integrar essa Igreja é preciso crer no que ela crê, compartilhar da fé que ela preserva há dois mil anos. Eu não posso entrar e querer mudar tudo conforme a minha vontade, os meus "achismos", as minhas interpretações particulares. Mais uma vez, muito simples.
Por fim, não estamos naquele artigo ou aqui tentando "desmascarar uma crença", como você diz. Muito simplesmente apresentamos uma coletânea de provas concretas que demonstram um outro lado (geralmente desconhecido do grande público) do Sr. Francisco Cândido Xavier, que com o passar do tempo foi sendo mitificado na imaginação popular, tornando-se um personagem fictício, com intenso apoio da mídia. Isto não é "tempo perdido"; – trata-se de esclarecer a verdade, e conhecer a verdade é um benefício imenso para o ser humano. Esta sim, é a verdadeira e possível "evolução do espírito". Em última análise, buscar a Verdade é buscar Deus, e encontrar a Verdade é encontrar Deus. Jesus Cristo diz, nas Sagradas Escrituras: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8,32).
É este nosso papel e nosso dever enquanto cristãos. Esclarecer, na medida das nossas possibilidades, a verdade, iluminar o caminho, dissipar as dúvidas, esclarecer àqueles que andam perdidos, iludidos por charlatães e falsos profetas, errando em doutrinas falsas... Isto não é pecado, ao contrário. É útil e edificante para todos. Mais do que isso, é necessário.
Que a Luz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo o ilumine
FONTE: http://www.ofielcatolico.com.br/
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