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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

A Igreja Católica não é uma dissidência da Igreja primitiva

Lucas F., você pediu uma evidência de que a Igreja Católica não seria apenas uma dissidência, uma seita que se separou da Igreja primitiva. Ok! Uma boa ideia é consultar os padres dos séculos I e II.

Vejamos o que disse certo bispo da igreja primitiva: Santo Ireneu de Lyon. Ele viveu entre o ano 130 e 202, e é considerado santo não só pelos católicos, mas também pelos luteranos, que celebram a sua festa no dia 28 de junho. Ou seja: convocamos um cara que tem moral com os protestantes tradicionais.

Na obra Adversus Haereses, Ireneu descreve a linha de sucessão apostólica de São Pedro a Santo Eleutério, o Papa de sua época. Em seus escritos, fica claro que a Igreja primitiva possuía um pastor universal, o bispo de Roma. E da Igreja de Roma provinha o conteúdo de fé com o qual todos os cristãos deveriam concordar.

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3,2 – “Mas visto que seria coisa bastante longa elencar (…) as sucessões de todas as igrejas, limitar-nos-emos à maior e mais antiga e conhecida por todos, à igreja fundada e constituída em Roma, pelos dois gloriosíssimos apóstolos, Pedro e Paulo, e, indicando a sua tradição recebida dos apóstolos e a fé anunciada aos homens, que chegou até nós pelas sucessões dos bispos. (…)

“Com efeito, deve necessariamente estar de acordo com ela, por causa da sua origem mais excelente, toda a igreja, isto é, os fiéis de todos os lugares, porque nela sempre foi conservada, de maneira especial, a tradição que deriva dos apóstolos.”

3,3 – “Os bem-aventurados apóstolos que fundaram e edificaram a igreja transmitiram o governo episcopal a Lino, aquele Lino que Paulo lembra na epístola a Timóteo. Lino teve como sucessor Anacleto. Depois dele (…), coube o episcopado a Clemente, que tinha visto os próprios apóstolos e estivera em relação com eles, que ainda guardava viva em seus ouvidos a pregação deles e diante dos olhos a tradição. (…)

“Eleutério, em décimo segundo lugar na sucessão apostólica, detém o pontificado. Com esta ordem e sucessão chegou até nós, na Igreja, a tradição apostólica e a pregação da verdade. Esta é a demonstração mais plena de que é uma e idêntica a fé vivificante que, fielmente, foi conservada e transmitida, na Igreja, desde os apóstolos até agora.”

– Ireneu de Lyon, em Adversus Haereses. Fonte: Veritatis Splendor. Testemunhos Patrísticos sobre a sucessão apostólica.


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Acho que o grande Ireneu foi bem claro, mas vamos resumir em tópicos:

    a igreja de Roma, por ter sido fundada por Pedro e Paulo, tem a origem mais excelente;

    o bispo de Roma é quem herda as chaves dadas por Cristo a Pedro (ou seja, “a tradição apostólica e a pregação da verdade”, além do pastoreio universal);

    a igreja de Roma é a que conserva, de maneira especial, o ensinamento dos Apóstolos (olhaí a infalibilidade);

    as comunidades cristãs andam seguramente na fé dos Apóstolos se permanecem fiéis à igreja de Roma.

Tudo bem até aqui? Certo.

Então, a pergunta agora é: a igreja de Roma se esfacelou, se perdeu no tempo? Não! A linha sucessória de bispos romanos descrita por Ireneu continuou sem interrupções até os dias de hoje. As sandálias de Pedro passaram para os pés de São Lino (o segundo bispo de Roma), depois para outro, e para outro, e para outro… até chegar nos pés do nosso amado Papitcho Francisco.

Isso não é algo que precisamos aceitar pela fé: é um DADO HISTÓRICO! No site do Jornal O Globo, tem um infográfico ses-sa-cio-nal que mostra todos os papas da História (clique aqui para ver). Tá ali a prova de que as chaves que Pedro recebeu de Cristo passaram de mão em mão, numa linha ininterrupta. E hoje, é um tanto constrangedor admitir que somos guiados por um argentino, mas… Francisco, tu és Pedro!!!

Muitos desses bispos de Roma – que depois o povo passou a chamar de Papa (papai) – foram grandes santos; outros não foram nem mesmo bons cristãos. Mas todos eles, ao ensinar para toda a Igreja sobre questões de fé e moral, foram infalíveis. Por que Jesus prometeu que as portas do Inferno jamais prevaleceriam sobre a Igreja.

Em 1950, arqueólogos descobriram um sinal bombástico e comovente da veracidade dessa afirmação: os ossos de São Pedro foram encontrados numa cripta subterrânea da Basílica de São Pedro, no Vaticano. O altar central fica justamente acima do ponto onde está o túmulo. Sim: sobre Simão Pedro, Jesus edificou a Sua Igreja!



Depois disso que expomos, é ilógico negar que a Igreja Católica é a mesma igreja de Roma citada por Ireneu de Lyon. Ainda assim, vamos mostrar também o testemunho de outro bispo da Igreja primitiva, que foi evangelizado diretamente pelo Apóstolo João: Santo Inácio de Antioquia. Cristão venerável e acima de qualquer suspeita, ele entregou sua alma no Coliseu, devorado por leões (ano 107).

No Prólogo de sua Carta aos Romanos, Santo Inácio escreveu: “Roma preside a Igreja na caridade”. Ok… Agora passemos à sua “Epístola aos Erminenses” 8,2… Conta pá nóis como era chamada a igreja de Roma, Santo Inácio!

    “Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica.”

    – Inácio de Antioquia (bispo e mártir no ano 107)

O que posso dizer diante disso? Me dá vontade de gritar, bem ao modo do puxador de samba do Salgueiro: “Pimba! Pimba! Ai que lindo, que liiiiiindo!”

Esse é o documento mais antigo que usa a expressão “Igreja Católica”. O segundo mais antigo é de um certo Marcião, irmão da igreja de Esmirna, escrito lá pelo ano 150. Ele relata para a igreja de Filomélio como se deu o martírio de São Policarpo, que era discípulo de João e bispo de Esmirna:

    “A Igreja de Deus que vive como estrangeira em Esmirna, para a Igreja de Deus que vive como estrangeira em Filomélio e para todas as comunidades da santa Igreja católica que vivem como estrangeira em todos os lugares.”

    – O Martírio de Policarpo. Texto da igreja primitiva de Esmirna, escrito lá pelo ano 150

Mas será que podemos botar fé nesse documento? O renomado historiador Jacques Lebreton garante que sim: “O historiador das origens da religião cristã não poderia desejar um texto mais autorizado” (J. Lebreton, Histoire du dogme de la Trinité, t. II, Paris, 1928, p.200). Aliás, esse texto foi lido e altamente recomendado em um culto evangélico pela pastora e cantora golpel Ana Paula Valadão.
Sim, acredite. Mesmo ela reconhece que a Igreja primitiva já era chamada de “católica” pelos cristãos (tem vídeo).

Lucas F., espero que tenha ficado bem claro que a Igreja Católica não é uma dissidência da Igreja primitiva, mas sim a sua continuidade. Ela é a Esposa única (Jesus não é polígamo), a guardiã de Sua Palavra e a legítima herdeira de Seus bens. Fechamos com a bela observação de Ana Paula Valadão, na sua pregação sobre o martírio de Policarpo:

    “Irmãos, naquela época não tinha igreja protestante. Glória a Deus, aleluia! Vamos aprender dos nossos pais.”

    – Ana Paula Valadão

Sim! Vamos acolher a palavra dos primeiros padres, Ana Paula. Eu, você, o Lucas F. e o mundo inteiro! Temos coragem para isso?


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