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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Querem acabar com Kardec!




Querem acabar com Kardec!


Atualmente, uma fonte de propaganda doutrinária tem sido a Internet, através de um programa chamado Pal-Talk, com "salas", onde os participantes podem se pronunciar, sob a égide de um coordenador, quer por texto, quer pelo áudio. Há salas que se dizem espíritas, mas querem reformular a doutrina sob alegação de que Kardec esteja ultrapassado e cheio de erros. Baseiam-se fundamentalmente nas mensagens mediúnicas, principalmente de Emmanuel e André Luiz, dando ênfase aos ensinamentos dessas Entidades em detrimento da obra do Codificador. Muito bem! Neste caso, por que, em vez de tentar demolir a obra de Kardec, não fundam estes companheiros a sua própria doutrina baseada nas tais Entidades renovadoras? Não seria mais viável e fraterno? Trata-se de inimigos do Espiritismo porque, para eles, a codificação está eivada de erros e ultrapassada.

Recente e pessoalmente me disseram que Kardec defendia a geração espontânea e que isso era um terrível erro. Só que eles falam, porém não permitem refutação. Seria certo, de fato, baseado em Pasteur que cobriu a carne estragada evitando que as moscas nela pousassem e, assim, não iria gerar nenhum germe, mostrando que a carne deteriorada sozinha não produzia larvas. Se fosse apenas a geração dos seres já existentes, de fato, a demonstração se tornaria óbvia. O problema ultrapassa esta idéia para se apresentar sob outro aspecto: a formação do primeiro ser vivo sobre a Terra. Como teriam surgido, a partir do nada, se não existia, anteriormente, nenhum reprodutor para gerar a formação do ser?

No meu tempo de estudante tinha-se o plâncton como a forma mais primitiva de vida, surgida da agregação de células orgânicas para dar origem à formação dos mesmos. Não seria isso geração espontânea? Afinal, no caso dos gérmens da mosca na carne, eles, sem dúvida representam a reprodução de seres vivos já existentes, tendo antecedentes da espécie para se reproduzirem. Porém, ao se falar em seres primitivos, cuja formação jamais poderia ser definida como sendo a da reprodução de espécie já existente, como explicar seu surgimento? A coisa se complica biologicamente quando, recentemente, uma equipe de pesquisa identificou uma cultura nativa de cianofíceas, anteriores à existência dos plânctons. Como teriam surgido tais “pseudo-algas” azuis? Como se reproduziram se, antes delas nada existia, nem mesmo os aludidos plânctons?

Todas as teorias de justificação da existência do primeiro ser orgânico sem a possível idéia da geração espontânea falecem por um simples motivo: que ser anterior teria gerado o primeiro deles? Está cientificamente provado que nenhuma vida orgânica entraria em nosso sistema planetário (atmosfera) e se manteria em vida latente, isto, supondo-se que tenha vivido fora da atmosfera, advindo de algum mundo distante porque, além do impossível, nada pode se fazer. Viver perdidamente pelo espaço sideral é mais do que impossível. A geração espontânea não existe na reprodução dos seres vivos já existentes, só que esses existem; antes do primeiro, como este seria gerado? Para Kardec, os erros – e existem outros apontados – são, sem dúvida, excludentes; todavia, quando A. Luiz (em Mecanismos da mediunidade) comete uma série de erros de Física, demonstrando que seu conhecimento é restrito a 1945, falando de elétrons a sair pelas escovas do dínamo e outros absurdos, nem se discute o assunto. Todos aplaudem sua concepção relativa à mônada, como se ela existisse; esquecem que é mera ficção de Leibniz.

Em Ciência, só se nega o que não se tem mais condição de afirmar e, em doutrina, desde que seja Kardec, os novos precursores do aludido movimento espírita são os detentores da verdade. Os únicos possíveis erros, de fato, co-metidos pelo mestre lionês se prendem à linguagem usada por ele, chamando as energias de “fluido”, na idéia generalizada que se tinha àquela época e outras expressões que foram reformuladas pela linguagem moderna. Mas, para isto, basta que troquemos o termo usado à sua época pelo atual.

E quanto às antecipações realmente feitas a ele? Como, por exemplo, o caso da “matéria quintessenciada” recentemente descoberta, a estrutura das formas, identificada desde os estudos de Gell Mann há quase meio século, sem falar na existência da vida em Marte, negada pelo Codificador e afirmada por mensagens mediúnicas mais recentes... Kardec é que estaria errado! Querem acabar com o Espiritismo, descaracterizando-o de seus fundamentos!

Fonte: aeradoespirito.sites.uol.com.br

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