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sábado, 24 de março de 2012

Estudando Reformar ou Estudar o Espiritismo?





Estudando (Reformar ou Estudar o Espiritismo?)
Kardec era extremamente crítico quanto a tudo o que chegava em suas mãos.
Antes de desencarnar ele mostrou como fez e deixou todo o método necessário para que a doutrina pudesse continuar evoluindo de maneira segura e confiável, tal como quando foi codificada.
Todavia o que vemos nos dias atuais é o abandono de toda uma metodologia onde começaram a aceitar qualquer novidade para a doutrina, como se ela a doutrina tivesse que ser um "almanaque abril”, que precisa sempre de novidades e atualizações anuais para vender bem.

Disto, percebe-se com facilidade a popularidade de romance e mais romance com todo tipo de incoerência doutrinaria. Não sei se sou muito critico mas, na minha visão, é só parar e pensar um pouco que vocês vão ver que a doutrina espírita se transformou num dos maiores e mais rentáveis meios literários brasileiros.

Não existe por parte das editoras um compromisso sequer com a doutrina e sim com a venda de livros e com o lucro $$$. ( Deixando claro que sou capitalista.)

Ao se questionar algum autor ou titulo nas comunidades do Orkut ou em fóruns é com extrema facilidade que vozes lhe taxam como espírita fundamentalista , espírita ortodoxo.
Na verdade já me informaram que eu era assalariado das trevas.(risos) Só que já mais vi meu contra cheque, pois nem sabia que tinha direito a salário.(risos).

Mas, vamos esclarecer algumas mentiras ditas repetidamente e quando isso acontece, acaba por tornarem-se como verdades.

O que é um fundamentalista? É todo aquele que acredita em seus dogmas como verdade absoluta, indiscutível, sem abrir-se, portanto, à premissa do diálogo.
Outra falácia que adoram repetir é que ortodoxia xiita que existe dentro de muitos espíritas e Casa Espírita. (leia somente Kardec “fora dele não há salvação” )
Espalham a mão cheia que os ortodoxos querem tirar Jesus do Espiritismo.
Os espíritas ortodoxos. Pensam que o conhecimento ESPÍRITA, deve ficar confinado ao conhecimento da espiritualidade ou da erraticidade do tempo de Kardec.

Onde esta a falácia e o sofisma nestas afirmações?
Ora se sou ortodoxo sei que a doutrina espírita busca a discussão e o debate portanto coloca por terra a firmação de fundamentalista.

Seguindo neste contexto a leitura de todas as obras são recomendáveis, quando se critica uma obra não é com o objetivo de proibição mas, antes de apontar as incoerências doutrinarias.

Sobre tirar Jesus da doutrina. Não se tira Jesus do Espiritismo porque ele é claramente citado na codificação. Devemos respeitar Jesus no seu exato valor, mas nunca fazer dele um mito, um novo bezerro de ouro.

Se a codificação espírita informa que devemos avançar na busca de conhecimento e se os ortodoxos defendem esta mesma codificação, então, por conseqüência óbvia, os ortodoxos são os maiores interessados na ampliação de conhecimentos e busca de informações novas no meio espírita.

E justamente quando se levantam alguns contra toda esta prostituição da doutrina espírita, tentando voltar ao começo para que não se perca de vez o fio da meada, são taxados de retrógrados e desatualizados.
Xiitas e sectários, sendo que a única coisa que se pretende é mostrar a verdadeira beleza da doutrina como em seu principio, numa tentativa de não deixar que aconteça com ela o mesmo que aconteceu com o cristianismo primitivo.

A verdade é que, sem a formação doutrinária, não teremos um movimento espírita coeso e coerente. E, sem coesão e coerência, não teremos Espiritismo.

Como afirmou Kardec: “A crença nos Espíritos constitui sem dúvida a sua base, mas não basta para fazer um espírita esclarecido, como a crença em Deus não basta para fazer um teólogo.”
No Espiritismo, a questão dos Espíritos está em segundo lugar, não constituindo o seu ponto de partida. E é esse, precisamente, o erro em que se cai e que acarreta o fracasso com certas pessoas.

Ortodoxia não quer dizer, segundo afirma o vulgo, uma espécie de "ferrugem de idéias" ou "idéias ultrapassadas". A ortodoxia significa a "doutrina correta", livre do pluralismo filosófico, das emendas orientalistas e esotéricas que querem dar ao Espiritismo.

Nos debates que participo no Orkut muitas vezes percebo que as coisas se distanciam do campo das idéias e parte para o pessoal., mas vejo também que muitos que discordam do meu posicionamento discordam 40%, poucos discordam 90 ou 100%.

Apesar de divulgar os livros de J. Herculano que é considerado por alguns erroneamente como o pai dos ortodoxos, não concordo quando ele afirma que a doutrina é religião.

Religião lembra muito mais a manutenção da ignorância, da dificuldade de entendimento e do livre-pensamento e dos partidários das verdades incontestáveis, que todos devem se curvar (convertendo-se), sem questionamentos em busca da salvação.

Encarar o espiritismo como uma nova religião só pode levar ao que estamos constatando. Um distanciamento ideológico do movimento espírita em relação ao pensamento de Allan Kardec e o afeiçoamento da ação dos espíritas a padrões confessionais e ritualísticos, velados ou explícitos, caracterizando um processo de sectarização do Espiritismo.

Dessa forma, as Casas Espíritas assumiram, ao longo do tempo, em sua esmagadora maioria, a feição de “casas de oração” e de “pronto socorro”, em detrimento de sua função maior de educadora de almas e libertadora de consciências, consoante os objetivos maiores do Espiritismo.

Como conseqüência tem aquele que procura o Centro unicamente para levar "água fluidificada" para casa e alguns mesmo pasmem-se, levam seus familiares para um "banho de ervas" aconselhado por um dirigente "espírita".
Ora, nada temos contra quem é adepto da Umbanda, Candomblé, etc., mas confundir-se Espiritismo com tais denominações é, no mínimo, ignorância das obras básicas do Espiritismo.

O que o Espiritismo objetiva é a transformação interior das criaturas, para que se tornem mais esclarecidas e com isso, dotadas de mente mais arejada e coração mais puro.
O que se pretende quando buscamos defender Kardec não é proibir ou decretar o que é certo ou errado e sim o que é Doutrina Espírita e o que é espiritualismo.

Kardec afirma, na introdução de "O Livro dos Espíritos," que a força do Espiritismo não está nos fenômenos, como geralmente se pensa, mas na sua "filosofia"


Para mim, a honestidade intelectual deve levar o indivíduo a tratar o Espiritismo como sério e ortodoxamente, porém esse é um processo de consciência íntima; se a ortodoxia e a seriedade foram à mola mestra dos Espíritos Superiores, ser sério ou ser ortodoxo é condição primeira de quem adere à Doutrina.

Já fui chamado de ortodoxo mas, eu não sou Ortodoxo, e não sou, Kardecista eu sou apenas, Espírita. E isto me basta.
Pois, se digo que sou Espírita é porque sigo os princípios da doutrina espírita, e se eu sigo estes princípios conseqüentemente sou espírita.
Agora se eu conheço a doutrina aceito algumas partes mas, não outras eu seria espiritualista, e não espírita.

O ortodoxo sabe avaliar o místico, porque já foi um místico; mas o místico não pode avaliar o ortodoxo, porque nunca foi ortodoxo.____________F. Amado

Isto foi o que aprendi esmiuçando a doutrina espírita.

2 comentários:

O ortodoxo sabe avaliar o místico, porque já foi um místico; mas o místico não pode avaliar o ortodoxo, porque nunca foi ortodoxo.
É verdade....esta frase encerra muito bem o texto.
Mas voltando a falar do aspecto religioso?
Porque Jesus é a figura principal da Doutrina Espírita e não o próprio Kardec que eu vejo o aspecto religioso de maior importância. E as religiões cristãs têm Jesus como o modelo, guia e salvador (daí o aspecto religioso e de muitos brasileiros colocarem a Doutrina Espírita como religião). Eu vejo a Doutrina Espírita como a filosofia e a ciência a trabalho das mensagens de Jesus. Ele é que deveria estar a frente de qualquer trabalho de divulgação do espiritismo. Não devemos contradizer as mensagens de Jesus, isto sim. E principalmente a sua postura diante da sua estada aqui neste plano.
Sou uma pessoa com limitações para o amor no sua maior pureza que filosofa para chegar ao entendimento de "como Jesus conseguiu se sair tão bem enquanto esteve aqui encarnado sem se corromper.

Rosangela, o texto abaixo me ajudou muito no sentido de responder à duvida que você também tem:
"No seu notável "Pequeno Tratado das Grandes Virtudes" (editora WMF, 2014), o filósofo André Comte-Sponville observa que “o amor não se comanda, e não poderia ser uma dever.” É nisso que consiste toda a dificuldade do amor benevolente de que fala Jesus, e que ele apresenta como um “novo mandamento” (João 13:34). Adiante, Comte-Sponville, baseado em Immanuel Kant, mostra que o amor ao próximo, tal como definia a Bíblia e especialmente o Cristo, é um “ideal” ao qual é preciso tender, um ideal de santidade que guia e ilumina. Como qualquer outra virtude, esse tipo de amor pode, portanto, se obter. Não amamos o próximo (sobretudo alguém que nos é indiferente, ou inimigo) espontaneamente: aprendemos a amá-lo, do mesmo modo que aprendemos a ser justos ou comedidos. O filósofo explica que, do mesmo modo que a polidez é um simulacro da moral, também a moral é um simulacro do amor: “Agir moralmente é agir como se amássemos [...]. Como a moral liberta da polidez consumando-a (somente o homem virtuoso não precisa mais agir como se o fosse), o amor, que consuma por sua vez a moral, dela nos liberta: somente quem ama não precisa mais agir como se amasse. É pelo espírito dos Evangelhos (“Ama, e faz o que quiseres”) que o Cristo nos liberta da Lei, cumprindo-a, comenta Baruch Spinoza, não abolindo-a, como estupidamente queria Friedrich Nietzsche, e, assim, inscrevendo-a para sempre “no fundo dos corações”. A Lei só tem sentido por causa do amor que a motiva e para qual ela é apenas uma pedagogia."
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