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sexta-feira, 20 de maio de 2011

Passo a Passo com Kardec. Parte 05





Passo a Passo com Kardec. Parte 05
63. É erro pensar que basta ser médium para receber com a mesma facilidade comunicações de qualquer Espírito. Não há médiuns universais para as evocações, como não os há com aptidões para toda sorte de fenômenos.
Os Espíritos buscam, de preferência, os instrumentos mais adequados. Então querer impor-lhe o primeiro médium de que disponhamos seria o mesmo que querer obrigar um pianista a tocar violino, apenas porque, de vez que sabe música, poderá tocar qualquer instrumento.

64. As comunicações são impossíveis, ou incompletas, ou, ainda, falsas, desde que não haja a harmonia só realizada pela assimilação dos fluidos.
Podem ser falsas porque, em lugar do Espírito que se deseja, não faltarão outros que estejam sempre dispostos a manifestar-se e que pouco se incomodam com a verdade.

65. Por vezes a assimilação fluídica é absolutamente impossível entre certos Espíritos e certos médiuns. Outras vezes – e é este o caso mais comum – ela só se estabelece gradativamente, e com o tempo. Assim se explica que certos Espíritos encontrem maior facilidade em manifestar-se por certos médiuns, com os quais estão mais habituados.
Também ainda assim se explica por que, quase sempre, as primeiras comunicações são
menos explícitas e denotam um certo constrangimento.

66. Tão necessária é a assimilação fluídica nas comunicações pela tiptologia quanto pela escrita, visto como, num caso como no outro, se trata da transmissão do pensamento do Espírito, seja qual for o meio material para isso empregado.

67. Não se pode impor um médium ao Espírito que se deseja evocar; convém deixar que escolha ele mesmo o seu instrumento. Em todo caso, é preciso que, antes, o médium se identifique com o Espírito, pelo recolhimento e pela prece, durante alguns minutos, ou até durante alguns dias, se possível, de modo que seja ativada a assimilação fluídica.

68. Quando as condições fluídicas não são favoráveis à comunicação entre Espírito e médium, pode ela ser feita através do guia espiritual deste último. Então o pensamento é transmitido de segunda mão, isto é, atravessa dois intermediários. Compreende-se a importância de ser o médium bem assistido.
Porque, caso seja por um obsessor, ou por um Espírito ignorante ou orgulhoso, a comunicação poderá ser adulterada. Neste caso as qualidades pessoais do médium representam,
necessariamente, um papel muito importante, pela natureza dos Espíritos que atrai.
Os mais incorretos médiuns podem possuir faculdades muito poderosas, mas os mais seguros serão os que aliarem a esse poder as melhores simpatias no mundo espiritual.
Ora, tais simpatias de modo algum são demonstradas pelos nomes, mais ou menos retumbantes, que subscrevem as comunicações recebidas pelo médium, mas por ser o seu
fundo constantemente bom.
69. Qualquer que seja a forma de comunicação, do ponto de vista experimental, apresenta a prática espírita numerosas dificuldades e não se acha isenta de inconvenientes para quem não tenha a necessária experiência.

Quer se experimente em si mesmo, quer seja apenas um observador das experiências alheias, é imprescindível que se saibam distinguir as várias naturezas dos Espíritos que se podem manifestar, conhecer a causa de todos os fenômenos, as condições em que os mesmos podem ser produzidos e os obstáculos que é preciso vencer, a fim de que não se perca tempo pedindo
coisas impossíveis.
É também indispensável conhecer todas as condições e todos os escolhos da mediunidade, a influência do meio, a das disposições morais, etc..x Escolhos da mediunidade

70. Um dos maiores escolhos da mediunidade é a obsessão, ou domínio que certos Espíritos podem exercer sobre os médiuns, apresentando-se com nomes supostos e impedindo que por eles se manifestem outros Espíritos.
Isto constitui, também, um perigo em que esbarra todo observador novato e inexperiente, que, desconhecendo as características desse fenômeno, pode enganar-se pelas aparências, do mesmo modo que aquele que desconhece a medicina pode enganar-se quanto à causa e a natureza de uma doença.
Se, neste caso, o estudo prévio é vantajoso para o observador, torna-se indispensável para o médium, pois lhe fornece os meios de prevenir um inconveniente que lhe pode acarretar desagradáveis conseqüências. Por isso toda recomendação é pouco para que o estudo preceda sempre a prática.

71. Apresenta a obsessão três graus bem característicos: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação. No primeiro tem o médium inteira consciência de que nada obtém de bom; não se engana quanto à natureza do Espírito que teima em se manifestar e do qual deseja livrar-se. Tal caso não oferece gravidade: é um simples aborrecimento, do qual se liberta o médium se deixar, no momento, de escrever. Cansado por não se ver atendido, o Espírito acaba se retirando.
A fascinação é muito mais grave, porque o médium fica perfeitamente iludido. O Espírito que o domina conquista-lhe a confiança a ponto de lhe paralisar a capacidade de julgar as comunicações recebidas e lhe fazer considerar sublimes os maiores absurdos.
O caráter marcante desse gênero de obsessão é a provocação de uma extrema susceptibilidade do médium, o qual é levado a só admitir como bom, justo e certo aquilo que ele próprio escreve, ao mesmo tempo em que repele todo conselho e toda crítica. Então rompe com os amigos, ao invés de se convencer de que é enganado; alimenta inveja contra os outros médiuns, cujas comunicações sejam consideradas melhores que as suas; e, por fim, quer impor-se nas reuniões espíritas, de onde se afasta, desde que não as possa dominar.
Essa atuação do Espírito pode ir ao ponto de arrastar o indivíduo a dar passos ainda mais ridículos e comprometedores.

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1 comentários:

Então. Sempre "achei" que não seria mais necessário mesas mediúnicas desde há 13 anos atrás, quando eu conheci a Doutrina Espírita. Porque eu entendia a mediunidade como uma missão. E esta sómente pessoas como Chico Xavier poderia exercer.
Entendo hoje e concordo com as pessoas que afirmam que a avalanche de obras psicografadas no mercado sofrem "desvios doutrinários" pelo médium usar "disfarçadamente" sua mediunidade para ganhar dinheiro. Foi o que aconteceu com Zíbia. A qualidade de seus livros foi diminuindo pelo afastamentos de espíritos mais comprometidos com a verdade. Tanto é que Laços Eternos, seu primeiro livro psicografado, é considerado o melhor. Deveria ser o contrário. Deste surgirem outros melhores se ela dedicasse mais tempo ao estudo sério.
Divaldo Pereria Franco, que é um homem de muito conhecimento da história e psicologia, psicografou livros muito bons. Mas observo no livro "Transição Planetária" um livro de conteúdo insuficiente para o assunto e de difícil compreeção, por um preço muito elevado. Está sendo comercializado e muito bem aceito, diga-se de passagem por R$ 35,00. Divaldo tem fama e a fama vende. E esta fama vem do grande conhecimento e carisma observados em suas exposições doutrinárias.
Gerson Colombo, que há muito escreve para colunas sociais de diversos jornais aqui em Canoas, tentou lançar um livro pela fergs há alguns anos e não foi muito bem incentivado, pois seu livro era de pesquisa, com base nas obras básicas. Teria que ser psicografado para que a venda fosse mais certa.
Agora, anos depois desta jogada de água fria da Fergs, Colombo irá lançar, com recursos próprios, um livro no próximo mês e a Livraria Chico Xavier fará uma apresentação para o município de Canoas em uma sessão de autógrafo. Este livro, que no meu ponto de vista é melhor que muitos livros de Divaldo, que custam em média R$ 30,00, poderá ser adquirido por R$ 12,00 correndo o risco de ter pouca venda, pois a população consumidora entende que um produto barato não tem grande valia. O que se auto valoriza tem as portas abertas e o reconhecimento do outro ( a psicologia explica).
Pela conversa que tive com Colombo deduzi que ele usou 10% de sua mediunidade, que é de inspiração, e 90% de seu esforço próprio de investigação. Levou 3 anos pesquisando, avaliando e ponderando para escrever este livro. Chico fazia isto em um mês.
Reafirmando, então, o que escrevi no início deste comentário, mediunidade de missão foi a do Chico. E mesmo assim sofre "ataques" de críticos severos e intransigentes (o que não diminui nem um pouco a imagem incontestável de um médium que lutou o quanto pode para manter-se fiel a este trabalho tão edificante).
Precisou de Chico para chamar atenção do povo brasileiro para as coisas do espírito na época certa, assim como as mesas girantes foram necessárias para os mais incrédulos homens da ciência na França.
Depois de Chico, a mediunidade de inspiração, que muitos espíritas dizem ser a mediunidade do futuro, já é a mediunidade de agora. Mas tenhamos a certeza que usaremos uma porcentagem pequena, pois o esforço prórpio é mais necessário, por não termos a missão que Chico tinha.
Portanto em 99% das pessoas que procuram a casa espírita para o "exercício mediúnico" chegam até este caminho para sua educação moral. Por isto demorei tanto para aceitar fazer parte de trabalhos como este. Pois sempre me foi passado que deveríamos fazer isto para ajudar espíritos sofredores e a postura destes companheiros sempre foi de "missionários".
E para finalizar, no momento que os dirigentes de trabalhos mediúnicos se conscientizarem que tanto eles como os médiuns são almas que falharam desastrosamente no passado, acredito que este trabalho de reajuste de todos os envolvidos fluirá de modo mais produtivo e harmônico, gerando maior confiança mútua.

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